REGULAMENTAÇÃO da PROFISSÃO de HISTORIADOR
Em depoimento à revista VEJA, de 21 de abril de 1999, o “brasilianista” e professor Stuart Schwartz, comentou que o governo brasileiro dá preferência a pesquisadores estrangeiros na abertura de arquivos históricos e até oferecem postos de mando nessas instituições, para direção de programa de estudos, nítida desvalorização aos pesquisadores brasileiros.
Como todas as regulamentações que aguardam votação do Congresso Nacional, onde os interessados ficam passivos aos seus interesses sem ação direta sobre os congressistas, que deveriam dispor sobre categorias profissionais, muitas vezes sem nada entender da atividade, não tramitam e não aprovam a regulamentação.
Algumas propostas anunciadas estão relacionadas a profissões que não requerem formação acadêmica, simplesmente habilidade especifica para exercer a profissão e estão em vias de regulamentação. Urge exigir que agilizem também a profissão de historiador com apoio dos maiores eméritos desse seguimento, mestres e doutores, que representam as maiores universidades do país.
As dificuldades da regulamentação estão relacionadas ao controle político das instituições, por interesses escusos que bloqueiam a legalização da profissão de historiador, que estão à frente dos interesses da história nacional.
O caminho a trilhar é árduo por aqueles que possuem a abnegação de buscar a “extração arqueológica” para exumar o cadáver e instituir uma nova história.
Por este motivo a profissão de historiador não sai do papel, pois se for regulamentada, deve-se rever todos os vínculos políticos em departamentos históricos, institutos, museus, que são ocupados por grau de parentesco ou de reservas militares onde os subordinados não os chamam pelo nome, mas pela divisa das patentes, coronel, capitão.
As secretarias são rateadas entre os membros deste corporativismo dos partidos, ora com uma secretaria ora com outra que segue o séqüito de deputados e vereadores num loteamento caracteristicamente instituído na estrutura administrativa.
Se for regulamentada a profissão de historiador o modelo vigente sofre um golpe em sua estrutura vitalícia, que pouco ou nada tem haver com a formação do historiador, passando a exercer sua real profissão e sem o enquadramento somente como “professor de história”.
Interessa ao regime, conservar o “status quo” diminuindo a real importância do profissional para que a economia privada em parcerias subsidiadas passe ao controle da atividade empresarial, tanto as estruturas como o sistema da rede de ensino público. (Lei de Diretrizes Básicas da Educação, nº. 9394/96)
Mudar este modelo somente com a regulamentação da profissão de historiador com representação de historiadores e não práticos na atividade do “achar”. História é compromisso de investigação da historiografia, com critério, por um resultado que não seja a manipulação de governantes interessados em fazer parte do registro histórico e usá-lo para interesses pessoais e políticos.
Outro detalhe importante que causa indignação é ver um emérito professor acadêmico, historiador pelas suas qualidades, dirigir-se a um balcão onde há um digníssimo representante muito bem adestrado, liberando este ou aquele documento e prestes a chamar a atenção como um desembargador, humilhando de modo suntuoso o pesquisador. “Saber servir” deve ser doação e não uma obrigação de um holerite.
Estes departamentos não devem estar vinculados à posse, mas sim aos interesses da história. Quando se trunca a pesquisa histórica, não abrindo determinado arquivo, dá-se entender que ele está sendo depurado para vir à tona o que somente interessa ao poder.
Como todas as democracias, que devem ser liberais, a documentação histórica deve ser analisada e pesquisada em busca do real acontecimento daquele momento histórico, com imparcialidade, sem decompor-se por interesses políticos partidários de loteamento de gabinetes.
O historiador não deve se subordinar a cargo público, num nítido “cala a boca” com vultosa proposta financeira por parte do poder, pois ao se submeter a estes caprichos, será um subalterno, tornando-se mero agente dos interesses de governo, com intenção única e exclusiva de manobras políticas em detrimento de interesses dos fatos históricos.
Urge exigir de egrégios parlamentares, pela salutar crítica histórica, sem medo do passado em prol do presente, que regulamentem a profissão de historiador; além de evitar custos abusivos quando se requer imagens de documentos onde os custos anteriores eram R$ 5,00 por imagem em pesquisa no Arquivo Histórico Municipal "Washington Luís" e atualmente abusam do poder de legislar aumentando em 1000% este valor. Veja abaixo resposta do Arquivo através de e-mail em 10 de junho de 2009:
“O custo para a reprodução depende da utilização que o senhor irá fazer das imagens, se for para publicação etc. a tabela é progressiva. Para utilização apenas acadêmica a tabela sofreu reajuste em 20/12/08 conforme decreto municipal e custa R$ 50,00 por imagem.
Primeiramente é necessária a identificação das plantas, para fotografar não é preciso agendar, esse serviço não é realizado aos Sábados.”
Exigir providências pelo salutar conhecimento histórico é o mínimo que deve ser feito no País!
quarta-feira, 17 de junho de 2009
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