Trens
a Vapor, bondes e Metrô em Santo Amaro
CORREIO PAULISTANO DE 5 DE JULHO DE 1913:
Atualmente temos em Santo Amaro uma expansão no sistema de transporte que é tardio, pois Santo Amaro estava nos planos em ser a primeira linha de metrô de São Paulo, suprindo o fim do transporte que era feito por bondes, sendo a última linha a ser desativada em São Paulo, em 27 de março de 1968. Em 24 de abril de 1968 foi criada oficialmente a Companhia Metropolitana, responsável por expansão de metrôs, para sanar o final do sistema eletrificado que existia em São Paulo pelos bondes. Santo Amaro seria a primeira linha de metrô a ser implantada em São Paulo. Mas não vingou e Santo Amaro foi relegada em segundo plano, sendo suprimida em sua imensa área física de 640 km2 pelo transporte coletivo deficitário. Após mais de 40 anos Santo Amaro entra nos planos de expansão do metrô, com a linha Lilás, número 5, ligando a periferia, Capão Redondo - Largo Treze de Maio sendo ampliada até a Chácara Klabin.
Santo Amaro teve como iniciativa uma linha de trens idealizada pelo Engenheiro Georg Albrecht Hermann Kuhlmann, naturalizado brasileiro que implantou os trens a vapor “Tramlok Krauss” importados da Alemanha. (Foi eleito Deputado Estadual pelo PRP e participou da Primeira Assembléia Constituinte Paulista). Estes trens a vapor ligavam o Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, à Liberdade, próximo ao Vale do Itororó no antigo matadouro de São Paulo (próximo a atual Rua Humaitá). Implantou-se um novo matadouro através do mesmo engenheiro que tinha o monopólio de controle sobre a linha da “Companhia Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro”. Esta linha ferroviária tornou-se deficitária e São Paulo assinava contrato com a Light and Power a canadense sediada em Toronto, tendo entre seus acionistas ingleses e norte americanos, para implantar o sistema eletrificado das linhas. Foi criada a The São Paulo Tramway, Light & Power Co. Ltd. em 1899 para iniciar barragens e sistemas onde se criou controle estrangeiro sobre a energia elétrica em São Paulo. A primeiro Hidrelétrica de São Paulo foi a Usina de Parnaíba, Rio Tietê inaugurada em 23 de setembro de 1901 (depois denominada Usina Hidrelétrica Edgard de Souza ou Barragem Edgard de Souza).
ANÚNCIO DE 22 DE SETEMBRO DE 1901: VENDA DE ANIMAIS PELA LIGHT & POWER
Antes ao processo licitatório referido a energia elétrica era controlada desde 1891 pela Companhia de Água e Luz do Estado de São Paulo sendo incorporada pela Light and Power a partir de 1900, mesma data do contrato feito com a Companhia Viação Paulista (carros puxados a burros) cedendo o sistema de transporte a Light e assim é lançado o primeiro bonde elétrico de São Paulo em 7 de maio de 1900. A concessão seria de 40 anos assumida em contrato, prevista em Lei nº 304, que foi prorrogada por mais 7 anos, sendo então inaugurada em 1947 a Companhia Municipal de Transportes Coletivos, CMTC. Nestes longos 47 anos (de 1900 a 1947) de gerenciamento da Light and Power, manteve-se o preço da passagem (bonds) inalterada!
VALOR DA PASSAGEM NORMAL DO BONDE: 200 réis
VALOR DO BONDE CARADURA: 100 réis
Para a locomoção de operários e comerciantes que levavam infinidade de produtos para vários locais da cidade em cestos de vime, sacolas, sacos de estopa, foram usados vagões próprios para essa finalidade e que tinham preços mais acessíveis. Devido ao fato de valores mais em conta esses veículos também ao poucos foram sendo usado para se locomover de um lado ao outro, embora houvesse linhas com maior conforto ao transeunte pela cidade. Devido a este fato os comerciantes que necessitavam deste tipo de transporte de vagões abertos, mas que eram usados pela população em geral, apelidaram-no de “BONDE CARA- DE-PAU”! (Quando ainda se apercebiam da vinda do cobrador, alguns usuários saltavam para o estribo e caminhavam em direção oposta ou saltavam do bonde para evitar o pagamento da passagem)
S. Paulo, 5 de julho de 1913
Pela Lei nº 5, de 2 de janeiro de 1911, e Contrato de Concessão de 16 de dezembro de 1911, foi concedido à Light & Power o direito de explorar os serviços de luz, força e Tramways elétricos (bondes) dentro do Município de Santo Amaro, pelo prazo de 40 anos, outorga assinada no 5º Tabelionato de Joaquim Pedro Meyer Villaça.
Estavam presentes ao evento muitas autoridades dos governos das duas cidades, entre eles Raymundo da Silva Duprat, prefeito de São Paulo; doutor Mario do Amaral, vice-prefeito de São Paulo; doutor Alfredo Maia, diretor da The São Paulo Tramway, junto com uma comitiva de técnicos e engenheiros da empresa. Da Câmara Municipal de Santo Amaro estava seu presidente, senhor Carlos Schmidt acompanhando o prefeito de Santo Amaro José Gilger, além do Capitão Thiago Baptista da Luz Mendes, seguido dos senadores Jorge Tibiriça e Herculano de Freitas.
Se houve lucro, qual foi o montante?
Se houve prejuízo, qual foi o montante?
Quanto tempo torna-se obsoleto o sistema metroviário?
Qual a meta a ser almejada futuramente?
Com a palavra os especialistas desta área específica!!!
Aguardemos solução definitiva ao setor de transportes coletivos para o bem estar do "usuário" da cidade de São Paulo!
Notas: Analisem e questionem, além de contribuir em acréscimos historiográficos e críticas da crônica.
REFERÊNCIAS:
CORREIO PAULISTANO DE 5 DE JULHO DE 1913:
7 DE JULHO: INICIADO O SERVIÇO DE BONDES
8 DE JULHO: A LINHA A VAPOR NÃO TRANSPORTARÃO MAIS PASSAGEIROS
8 DE JULHO: A LINHA A VAPOR NÃO TRANSPORTARÃO MAIS PASSAGEIROS
Atualmente temos em Santo Amaro uma expansão no sistema de transporte que é tardio, pois Santo Amaro estava nos planos em ser a primeira linha de metrô de São Paulo, suprindo o fim do transporte que era feito por bondes, sendo a última linha a ser desativada em São Paulo, em 27 de março de 1968. Em 24 de abril de 1968 foi criada oficialmente a Companhia Metropolitana, responsável por expansão de metrôs, para sanar o final do sistema eletrificado que existia em São Paulo pelos bondes. Santo Amaro seria a primeira linha de metrô a ser implantada em São Paulo. Mas não vingou e Santo Amaro foi relegada em segundo plano, sendo suprimida em sua imensa área física de 640 km2 pelo transporte coletivo deficitário. Após mais de 40 anos Santo Amaro entra nos planos de expansão do metrô, com a linha Lilás, número 5, ligando a periferia, Capão Redondo - Largo Treze de Maio sendo ampliada até a Chácara Klabin.
PÁTIO DE RETORNO DOS BONDES:LARGO SÃO SEBASTIÃO (ATUAL BONNEVILLE)
Por que não houve de imediato a substituição da linha de bondes de maior extensão que ligava Santo Amaro até o centro de São Paulo, chegando até a Praça da Sé? Santo Amaro não era a prioridade de crescimento da capital, hoje é a opção de crescimento imobiliário e deste modo será necessário sistema de transporte ostensivo!
A cidade quando aboliu todo o sistema eletrificado dos bondes possuía cinco milhões e oitocentos mil habitantes, hoje possui o dobro de habitantes e deste modo em menos de meio século o impacto nas estradas e vias primárias e secundárias não comportam mais um número crescente e excessivo de veículos automotores. (ABAIXO REPORTAGEM DA GAZETA DE SANTO AMARO de 5 de abril de 1968)
Por que não houve de imediato a substituição da linha de bondes de maior extensão que ligava Santo Amaro até o centro de São Paulo, chegando até a Praça da Sé? Santo Amaro não era a prioridade de crescimento da capital, hoje é a opção de crescimento imobiliário e deste modo será necessário sistema de transporte ostensivo!
ÚLTIMO BONDE: 27 DE MARÇO DE 1968-DESTINO SUCATA
A cidade quando aboliu todo o sistema eletrificado dos bondes possuía cinco milhões e oitocentos mil habitantes, hoje possui o dobro de habitantes e deste modo em menos de meio século o impacto nas estradas e vias primárias e secundárias não comportam mais um número crescente e excessivo de veículos automotores. (ABAIXO REPORTAGEM DA GAZETA DE SANTO AMARO de 5 de abril de 1968)
Os
trens a vapor em Santo Amaro e a energia elétrica em São Paulo
BONDES EM SÃO PAULO: 7 DE MAIO DE 1900
Santo Amaro teve como iniciativa uma linha de trens idealizada pelo Engenheiro Georg Albrecht Hermann Kuhlmann, naturalizado brasileiro que implantou os trens a vapor “Tramlok Krauss” importados da Alemanha. (Foi eleito Deputado Estadual pelo PRP e participou da Primeira Assembléia Constituinte Paulista). Estes trens a vapor ligavam o Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, à Liberdade, próximo ao Vale do Itororó no antigo matadouro de São Paulo (próximo a atual Rua Humaitá). Implantou-se um novo matadouro através do mesmo engenheiro que tinha o monopólio de controle sobre a linha da “Companhia Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro”. Esta linha ferroviária tornou-se deficitária e São Paulo assinava contrato com a Light and Power a canadense sediada em Toronto, tendo entre seus acionistas ingleses e norte americanos, para implantar o sistema eletrificado das linhas. Foi criada a The São Paulo Tramway, Light & Power Co. Ltd. em 1899 para iniciar barragens e sistemas onde se criou controle estrangeiro sobre a energia elétrica em São Paulo. A primeiro Hidrelétrica de São Paulo foi a Usina de Parnaíba, Rio Tietê inaugurada em 23 de setembro de 1901 (depois denominada Usina Hidrelétrica Edgard de Souza ou Barragem Edgard de Souza).
ANÚNCIO DE 22 DE SETEMBRO DE 1901: VENDA DE ANIMAIS PELA LIGHT & POWER
Antes ao processo licitatório referido a energia elétrica era controlada desde 1891 pela Companhia de Água e Luz do Estado de São Paulo sendo incorporada pela Light and Power a partir de 1900, mesma data do contrato feito com a Companhia Viação Paulista (carros puxados a burros) cedendo o sistema de transporte a Light e assim é lançado o primeiro bonde elétrico de São Paulo em 7 de maio de 1900. A concessão seria de 40 anos assumida em contrato, prevista em Lei nº 304, que foi prorrogada por mais 7 anos, sendo então inaugurada em 1947 a Companhia Municipal de Transportes Coletivos, CMTC. Nestes longos 47 anos (de 1900 a 1947) de gerenciamento da Light and Power, manteve-se o preço da passagem (bonds) inalterada!
VALOR DA PASSAGEM NORMAL DO BONDE: 200 réis
VALOR DO BONDE CARADURA: 100 réis
“BONDE CARA- DE-PAU”(Caradura)
Para a locomoção de operários e comerciantes que levavam infinidade de produtos para vários locais da cidade em cestos de vime, sacolas, sacos de estopa, foram usados vagões próprios para essa finalidade e que tinham preços mais acessíveis. Devido ao fato de valores mais em conta esses veículos também ao poucos foram sendo usado para se locomover de um lado ao outro, embora houvesse linhas com maior conforto ao transeunte pela cidade. Devido a este fato os comerciantes que necessitavam deste tipo de transporte de vagões abertos, mas que eram usados pela população em geral, apelidaram-no de “BONDE CARA- DE-PAU”! (Quando ainda se apercebiam da vinda do cobrador, alguns usuários saltavam para o estribo e caminhavam em direção oposta ou saltavam do bonde para evitar o pagamento da passagem)
INÍCIO
DOS BONDES EM SANTO AMARO
Em 8 de julho de 1913 o
Correio Paulistano, nº 17.946 (fundado
em 1854) anunciava (o anúncio da circulação foi vinculado anterior a esta data (Em 5 de
julho):
The São Paulo Tramway, Light &
Power Co. Ltd.
Linha Elétrica de Santo Amaro
AO PÚBLICO
No
dia 7 do corrente Será iniciado o serviço de bondes elétricos para Santo Amaro
e vice-versa, partindo às 3 horas da tarde, do largo da Sé, o 1º carro de
passageiros. A começar do 8 do corrente, os primeiros bondes partirão, junto do
Largo da Sé, saindo de Santo Amaro às 8 horas da manhã.
As
últimas viagens serão: do Largo da Sé às 10:30 da noite e de Santo Amaro às
11:15 da noite.
Do
dia 8 em diante os carros da linha a vapor não transportarão mais passageiros.
S. Paulo, 5 de julho de 1913
Pela Lei nº 5, de 2 de janeiro de 1911, e Contrato de Concessão de 16 de dezembro de 1911, foi concedido à Light & Power o direito de explorar os serviços de luz, força e Tramways elétricos (bondes) dentro do Município de Santo Amaro, pelo prazo de 40 anos, outorga assinada no 5º Tabelionato de Joaquim Pedro Meyer Villaça.
Estavam presentes ao evento muitas autoridades dos governos das duas cidades, entre eles Raymundo da Silva Duprat, prefeito de São Paulo; doutor Mario do Amaral, vice-prefeito de São Paulo; doutor Alfredo Maia, diretor da The São Paulo Tramway, junto com uma comitiva de técnicos e engenheiros da empresa. Da Câmara Municipal de Santo Amaro estava seu presidente, senhor Carlos Schmidt acompanhando o prefeito de Santo Amaro José Gilger, além do Capitão Thiago Baptista da Luz Mendes, seguido dos senadores Jorge Tibiriça e Herculano de Freitas.
Houve à época um
evento de grandeza política e social, onde estavam presentes autoridades da
cidade de São Paulo e da cidade de Santo Amaro. Foi aclamada no local a Banda
Musical “União Operária” que executou belíssimas peças de grande repertório.
Além disso, foi apresentado nas dependências do cinema Rio Branco, onde a Light
and Power ofereceu um “lunch” (coquetel) aos convidados após a apresentação do
Hino Nacional.
Pelo imediatismo das soluções
implantadas no setor de transportes coletivos, sendo sempre supridas por
tecnologia externa, jamais houve soluções próprias no sistema dos transportes
podemos arguir:
O trem a vapor Krauss,
de tecnologia alemã, iniciou-se oficialmente em 14 de março de 1886, com a presença do Conselheiro João Alfredo, presidente da Província de São Paulo, findando em 1913,
portanto resistindo uma duração de 27 anos de atividade.
Os bondes elétricos da
Light and Power, de tecnologia mista inglesa, americana e canadense começou em
São Paulo no ano de 1900, findando em 1968, portanto uma duração de 68 anos de
atividade.
O metrô, que possuia
tecnologia da MAFERSA em conjunto com outras pequenas indústrias de sustentação
ferroviárias hoje foi substituída por uma miscelânea de equipamentos de globalização "tropicalizados" numa mistura de normas técnicas (polegada e métrica) onde
nos sujeitamos a regras internacionais, iniciou suas atividades em
São Paulo em 14 de setembro de1974.
Quanto custou tudo isso em um pouco mais de um século?
Se houve lucro, qual foi o montante?
Se houve prejuízo, qual foi o montante?
Quanto tempo torna-se obsoleto o sistema metroviário?
Qual a meta a ser almejada futuramente?
Com a palavra os especialistas desta área específica!!!
Aguardemos solução definitiva ao setor de transportes coletivos para o bem estar do "usuário" da cidade de São Paulo!
Notas: Analisem e questionem, além de contribuir em acréscimos historiográficos e críticas da crônica.
REFERÊNCIAS:
Correio
Paulistano, nº 17.946, 8 de julho de 1913
BOLETIM
HISTÓRICO: Eletricidade de São Paulo (vários)
VIDE:
METRÔ DE SANTO AMARO APÓS 47 ANOS, ENFIM, COM MUITO CUSTO $ !!! http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2010/10/metro-de-santo-amaro-apos-47-anos-enfim.html
VIDE:
METRÔ DE SANTO AMARO APÓS 47 ANOS, ENFIM, COM MUITO CUSTO $ !!! http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2010/10/metro-de-santo-amaro-apos-47-anos-enfim.html
METRÔ DE SANTO AMARO NO SÉCULO 20 E O INTERESSE DO
FUTEBOL NO SÉCULO 21 http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2010/07/metro-de-santo-amaro-e-o-interesse-do_9768.html
1 comentário:
E Esta semana parte dessa história está sendo desenterrada na Av. Adolfo Pinheiro, veja na foto http://instagram.com/p/sMy6Mphd5U/
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