quarta-feira, 3 de abril de 2013

Corporação Musical de Santo Amaro

*Euterpa: Musa da Música, filha de Mnemósine e Zeus

A "Corporação Musical Santamarense" foi fundada em 3 de junho de 1916 e sempre esteve presente nos Campeonatos Paulista de Música que eram promovidos pela Federação Paulista de Bandas que constantemente apresentavam eventos em muitas cidades do interior. Era um regozijo enorme estar presente em todas essas apresentações, onde a delegação sempre ensaiava “acordes” em sua sede, situada a Rua Isabel Schmidt, número 221, (consta ainda uma sede na mesma rua e no numero 11) tendo a frente da regência de Amaro Alves Alvim, que além da função tão honrosa em dirigir tão conceituada corporação era funcionário dos Correios paulista.

As tradições musicais de Santo Amaro aconteciam na Praça Floriano Peixoto, palco de gala das grandes apresentações ao povo santamarense que se deleitava apreciando a boa música da Banda de Norvalino de Araújo, e que mais tarde passaria a ter o privilegio da organização o seu filho Noel Araújo.
                                 HOJE: AONDE ESTÁ A LIRA?

O Coreto nasceu posteriormente À Corporação Musical de Santo Amaro, sendo o mesmo datado de 1928, por obra do prefeito municipal à época o então Isaías Branco de Araújo. Antes de serem instituídas as denominações das praças em São Paulo, era costume intitular os jardins públicos de parque ou largo, no sentido dimensional de espaço com grande largura, termo este passado assim ao Coreto do “Largo Municipal de Santo Amaro” localizado nas cercanias do Paço Municipal que abrigava a administração pública e a cadeia, comum a todas as cidades (vilas) no conceito da época, ser construído no mesmo espaço físico a prefeitura e a cadeia. 
HOJE: AONDE ESTÁ A BANDA DO CORETO?
Após a Proclamação da Republica muitos logradouros de Brasil receberam o nome em homenagem ao “Marechal de Ferro”, Floriano Peixoto, segundo presidente republicano do Brasil, entre os anos de 1891 a 1894. O Largo Municipal de Santo Amaro tornou-se a Praça Floriano Peixoto em sessão pública ordinária da Câmara Municipal presidida pelo Tte. Cel. Carlos da Silva Araújo, no seguinte teor:

“Indico que a Câmara Municipal rendendo preito e homenagem ao ínclito Marechal Floriano Peixoto, salvador da República Brasileira mude para Praça Floriano Peixoto o nome de Largo Municipal”. Largo Municipal, 7 de maio de 1894- Carlos Araújo- Posto em discussão foi aprovado.

No século 19 a “Banda 16 de Julho” se apresentava com um número significativo de elementos, da foto acima de 1895, no Largo Treze de Maio, na primeira linha da direita para a esquerda:

Antonio Augusto Borba (Antonio Rato) Rufeiro.
Adolpho José Forster, primeiro Trombone
José Rodrigues, Flautim.
Pedro Pinheiro Guarany, Bombardino.
João Cancio de Borba, primeiro Pistão.
Paulo Silva (Romeu), segundo Pistão.
Antenor Rodrigues, segundo Sax.
José Fraga Forster, primeiro Sax.
João Paulo Souza Forster, primeiro Trombone Harmonia.
Desconhecido, segundo Trombone Harmonia.
Pedro Guilger Filho, segundo Trombone Harmonia.
Samuel Rodrigues Machado, primeiro Trombone Canto.
Armando Pinheiro Forster, segundo Baixo.

Na segunda linha da direita para a esquerda se apresentam:
Desconhecido, segundo Rufeiro.
João Izidoro de Souza (João Adique), segundo Sax.
Mario Guerra Rodrigues, primeiro Clarinete.
Joaquim Adolpho Araújo (Simpático) segundo Clarinete.
Carlos Gaspar, primeiro Clarinete.
Estevam Machado de Borba, Prateleiro
Antonio Forster, Bumbeiro.
Lucio da Silva, segundo Clarinete.
Jordão Bernardino de Senne, Maestro.
Antonio Soares de Souza Forster, Porta Estandarte.

Na terceira linha da direita para a esquerda se apresentam (ao fundo):
Eugênio Montanaro, Assistente.
Antonio Teixeira, Chefe de Estação
Arthur Franco Martins, Diretor Social.
Valentim Censon, Piepiro
Há outras pessoas sem identificação a frente da composição do máquina a vapor Krauss, composição ferroviária que ligava Santo Amaro à Liberdade, próximo as ruas Pedroso e São Joaquim na atualidade.

 CORPORAÇÃO MUSICAL APRESENTANDO-SE EM PIRAPORA DO BOM JESUS/SP

 A esses valorosos músicos que elevaram o nome de Santo Amaro aonde se apresentavam, denotamos a mais sincera reverência! 

*A "Lira Euterpa" foi a primeira Corporação Musical de Santo Amaro, São Paulo, fundada em 1865 por abnegados apreciadores de música que tinham à frente  incentivadores como José Tomás da Silva, Antônio Forster, Pedro da Glória, embasada pelo maestro Miguel Arcanjo.


Aceita-se crítica da crônica e complementos em nome da historiografia santamarense!

Referências:

“Almanack Commemorativo” do 1º Centenário do Município de Santo Amaro. Organizado e publicado por Juvêncio Guerra e Jurandyr Guerra. São Paulo: Estab. Graphico Rossolillo,10-7-1932 (Escorço histórico p.152) 

Ata da Câmara de Santo Amaro de 7 de maio de 1894 

Depoimento de Lourenço Miranda Borba

Revista Interlagos, Março de 1951

2 comentários:

ESTANISLAU disse...

Carlos, mais um artigo histórico que voce trás à tona para a comunidade santamarense, agora de uma banda musical que fez história nessa região e que se encontra esquecida e que merecia um apoio da prefeitura para apresentações mensais na praça do coreto, pois queira ou não Santo Amaro ainda tem seu jeito caipira de município,há necessidade de trazer de volta o velho santamarense para as praças, reviver um passado não tão distante e que precisamos reviver, assim como temos as romarias, esse apoio as bandas voltaria a ocupar o seu espaço em Santo Amaro.

Josely Medeiros disse...

Me encantei com a crônica.Endosso as palavras de nosso amigo Estanislau.No que puder contribui para isso, o farei com prazer. Parabéns pelo seu empenho, trato e delicadeza conferida na crônica.