O presente é o passado mais
recente que refletirá no futuro!
PROXIMIDADES DA ESTRADA DA BARONESA
Debates de preservação nas
comunidades periféricas de São Paulo existem aos montes. ONG disso e daquilo,
grupos de rede, associações, igrejas, participação de jornalistas, advogados da
causa de preservação ambiental, engenheiros, arquitetos, historiadores, enfim,
uma gama de profissionais de pluralidade de áreas.
Aparecem dados de planilhas, petições
à promotoria pública, ações impetradas de preservação pontual ou não, sendo
mais abrangentes, entra-se com ações civis das mais variadas ao ministério público,
acionam policiais de várias corporações, vem o alto escalão de comando defender
sua posição apresentando em bonito “power-point” com estudos de ações de
desocupação por ações militares dentro da legalidade do Estado de direito,
impetrado pelo poder municipal.
A omissão do Estado é latente, pois
é um gastador inveterado sem pautas definidas vivendo constantemente de paliativos.
Atrasos constantes de ações reais para evitar determinadas situações são
debatidas por uma câmara que somente verbaliza sem concretizar um planejamento
de obras adequadas, usando de suas prerrogativas de mandato. Somente sabem agir quando pretendem assumir o
controle físico de áreas consideradas de interesse público. Assim o Estado omisso e a justiça morosa nas
ações, dão margem as irregularidades em áreas de mananciais, ou seja, de onde
se bebe água! Ações efetivas não existem e o parlamentar, parlamenta em ações inócuas,
protelando o problema para gestões futuras em troca do sufrágio, embargando
determinado processo por ordem de alguma ação ligada a redes de interesses
pessoais e agem como interlocutores daqueles que detém o interesse subjetivo,
atrasando o processo.
Existem “terreiristas”, loteadores
de glebas não oficiais, que conseguem por algum meio fabricar um loteamento
clandestino, geralmente em áreas de algum proprietário que recebeu as terras
como herança e quer angariar lucros imediatos, ou aquelas terras que são
consideradas devolutas e de interesse social e juntamente com uma estrutura
articulada em alguns gabinetes “ganham” a condição de corretagem ilícita, enganando
incautos. As invasões de terra acontecem há décadas e sempre houve conivência de
setores do Estado com suas secretarias e gabinetes. Deixaram-se determinados “organizadores”
de invasões assumirem como lideres comunitários controlando interesses pessoais
da sociedade, que não possuem trabalho e renda, e que são manipuladas por
promessas eternas, vivendo sempre da informalidade e manipulados para produzirem
instabilidade constante.
Locais na zona do extremo sul,
região de Santo Amaro, é agora de grande interesse imobiliário, onde estão
sendo construídos apartamentos do mais alto nível de requinte. Não houve antes destas
aprovações imobiliárias um plano diretor, códigos de postura ou de conduta,
para definir espaços de bem estar social, além de não se importarem com
ampliação da malha viária.
Sabe-se que São Paulo, como toda
grande cidade, gera lixo na medida da proporção da cidade e que é lançado em
aterros, não havendo coleta seletiva de material reciclável, talvez algo
pontual aqui ou ali, para apresentar como responsabilidade municipal, mas que é
algo apenas para manter as aparências.
Em matéria de Washington Novaes é
citado um dado alarmante: “Diariamente 5,4 bilhões de litros de esgotos não
tratados são descartados. Perto da metade dos domicílios não é ligada em redes
de esgotos” [1].
Alarmante e inimaginável dimensionar
este montante de água sem o mínimo tratamento, apenas despejos “in natura” de
dejetos vindos de “descarte” humano! Dejetos
produzem o abastado e os de pouco recurso, é uma necessidade fisiológica e,
portanto, natural, a questão é como isso é tratado, na concepção do termo e nas
efetivas soluções.
Como citações de especialistas, e
aqui cito meu amigo Odair José Luciano, um apaixonado pelo meio ambiente, pois
o mesmo vive no meio da Estrada da Baronesa, um recanto onde ainda há matas
intocadas, mas que falta pouco para a degradação total, sendo o local parte do
leito do rio M’ Boi Mirim e o mesmo já possui alto grau de devastação desde a
cidade do Embu das Artes, cortando a região de Itapecerica, sendo em todo o
trajeto, sendo um esgoto a céu aberto! Existem centrais de coleta e tratamento de
esgoto em dois grandes complexos da grande São Paulo, insuficientes para o
sistema urbano.
Os afluentes que alimentam os mananciais despejam suas águas apodrecidas
na represa Guarapiranga, que possui uma comporta (contenção) ligando ao Rio Pinheiros que por
sua vez, seu fétido leito recebe vários dejetos possíveis sendo afluente do rio
principal de São Paulo, o Tietê.
A ESTRADA DE ITAPECERICA, O RODOANEL E O RIO M' BOI MIRIM
Conforme peritos no assunto não
há na atualidade equipamentos de bombeamento
de esgoto a longas distâncias, e, além disso, é inviável centrais muito
distantes.
ENCONTRO DO CANAL E RIO JURUBATUBA: ESTAÇÃO CPTM SANTO AMARO
EQUIPAMENTO OBSOLETO DE LIMPEZA DO RIO PINHEIROS
Há de construírem pequenas
centrais de coleta de esgoto, ficando isso para definições de especialistas da área técnica, e
que as verbalizações passem as ações concretas, sem os interesses dos holofotes!
Tentou-se a flotação do Rio
Pinheiros, mas causou mais impacto nocivo degradando com a lama outro problema
somado a outros tantos.
EQUIPAMENTO DE FLOTAÇÃO:
"Após dez
anos de investimentos públicos que chegaram a R$ 160 milhões, o governo
paulista desistiu do plano de limpar o rio Pinheiros pelo método de flotação".
O fedor do Rio Pinheiros afeta o setor imobiliário onde
foram implantados escritórios de grandes multinacionais nas avenidas Nações Unidas.
(comumente conhecidas com Marginais em São Paulo)
MARGEM DO RIO PINHEIROS: GRUA DE LIMPEZA
O ciclo está fechado! Quem tem a
concessão de uso da água para vendê-la aos usuários, capta água da represa que
possui um tratamento especifico,jogando de tempos em tempos produtos químicos nas
águas, enviando ao usuário, que usá-a de diversas formas, lançando depois de
volta para uma rede de “afastamento” da sujeira e que deste modo é enviado aos
afluentes que por sua vez retorna ao “reservatório” Guarapiranga, sem
tratamento prévio nesse ciclo.
MATERIAL QUÍMICO LANÇADO NA REPRESA DE GUARAPIRANGA: sulfato de alumínio misturado a cal, corrigindo a acidez do primeiro.
Assim a concessionária controla essa demanda,
cobrando taxas por estes dois serviços prestados: o de abastecimento de água “limpa”
e o “afastamento” da água suja, esgoto sem nenhum modelo eficaz em evitar que águas
ainda em “boas” condições sejam afetadas por matérias pesados, dejetos humanos
e outros compostos.
ALGAS E ÁGUAS DA REPRESA DE GUARAPIRANGA: como corrigir isto?
Tudo isso é discutido em rodas de encontros comunitárias há
longa data, e todos os governantes são coniventes, com a situação, independente
das ideologias, sem exceção.
Investimentos, inclusive
internacionais, estão destinados para conter esta degradação constante, mas, todos
devem assumir seu grau de responsabilidade no meio deste bioma! As políticas públicas
existem, mas são insuficientes para demanda. O exemplo vem de cima, cumpra-se o
necessário!
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