segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A AVIAÇÃO E AS EMPRESAS PIGNATARI

PIONEIRISMO EM SÃO PAULO[1]

On December 17, 1913, the Aviation branch of the Public Force of São Paulo was born officially, through the First School of Military Aviation, whose first headquarters were at the Guapira Field, having Eduardo Pacheco Chaves (Edu Chaves) and Cícero Marques as instEm 17 de dezembro de 1913, nascia oficialmente a Aviação da Força Pública de São Paulo, através da Primeira Escola de Aviação Militar, cuja primeira sede foi no Campo Guapira, instituído pela Lei nº 1.395-A, de 17 de dezembro de 1913, tendo Eduardo Pacheco Chaves (Edu Chaves) e Cícero Marques como instrutores.
The lack of trained technicians and supply problems resulting from the ending of the First World War, made it impractical to maintain this first nucleus, so that the Paulista Public Force only recovered it wings in 1919, having the Northamerican Orton W. Hoover as instructor.

São Paulo teve impulso no setor de partir 1919, quando a Força Pública Paulista passou a ter orientação do aviador norte americano Orton William Hoover, instrutor de pilotos. The new headquarters was already established at the Marte Field and the initial steps, made with determination, bore fruit so that by 1920 landing fields started to appear in some cities in the interior, such as Bragança Paulista and Guaratinguetá. A partir de 1920, desativado o campo anterior, os vôos partiam do Campo de Marte, em Santana, São Paulo, rapidamente difundindo-se para outros campos de pouso no interior paulista possibilitando o desenvolvimento e troca de experiências por parte de pilotos civis e militares, pelo incentivo da Lei Nº 1.713, de  27 de dezembro de 1919,  assumindo o  Estado de São Paulo, as expensas para a criação da Escola de Aviação da Força Pública, com compra de aparelhos, equipamentos e criação de oficinas e hangares, sendo o primeiro deles  batizado de  "Maneco", em homenagem a Manuel de Lacerda Franco que era amigo de Fritz Roesler e de Thereza de Marzo.


Enrico e João Robba eram instrutores de vôo, em competidores de reides e tinham entre seus alunos  a bela jovem Thereza de Marzo que acabara de adquirir um avião francês "Caudron G-3" , de 120 HP., veio a tornar-se a primeira mulher brasileira a voar e a receber o brevê de piloto-amador no Brasil (nº 76), em 08 de abril de 1922.

Em 1918 foi criada por Idílio Bernini, a Fábrica Nacional de Hélices Cruzeiro, em São Paulo, tornando-se responsável pelas hélices dos aviões dos pilotos italianos dos irmãos Robba. Através disso, Idílio, participou de curso oferecido pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, que promoveu trabalhos em madeira. Assim a oficina foi aberta próximo ao Campo de Marte sendo que a mesma trabalhou para a Força Pública no Levante Paulista, a Revolução Constitucionalista de 1932, contra as arbitrariedades do governo federal. Forneceu ainda para grandes aviadores portugueses, Sacadura Cabral e Gago Coutinho. Com o advento das hélices metálicas houve um decréscimo nas demandas e assim em 1948, após ter fornecido aproximadamente 1500 hélices de jacarandá, pau marfim e mogno, encerrou-se as atividades.

Fritz Roesler, engenheiro-mecânico, formado na Escola Politécnica de Estrasburgo, Alemanha.Tornou-se instrutor de vôo na Escola dos irmãos Robba que ficava em Indianópolis,São Paulo, e, em 1922, abriu uma oficina mecânica e uma garagem em sociedade de Antonio, o irmão de Thereza de Marzo. Em l923, adquiriu do piloto Edu Chaves muitas peças e aviões para a Escola de Aviação Ypiranga, que havia fundado, ajudado por Antonio de Marzo, construíram um hangar. Neste mesmo ano, mudou-se para o Campo de Marte, encerrando as atividades da Escola de Aviação Ypiranga e do Clube de Planadores.

Orthon Hoover veio pela primeira vez ao Brasil, em meados de 1916, como representante da Curtiss para contato com a Marinha do Brasil, que tinha acabado de adquirir equipamento para inaugurar a Escola de Aviação Naval.
Then, Hoover joined a group of aviation enthusiasts which included Fritz Roeslere and Henrique Santos-Dumont, nephew of Alberto Santos-Dumont to create the "EAY-Empresa AeroOrton William Hoover determinado e apaixonado pela aviação juntou-se a Fritz Roesler para criar a  Empresa Aeronáutica Ypiranga-EAY, em 1931, tendo como presidente Henrique Santos Dumont . The object of the new conceren was the design, construction and sale of aircraft. O objetivo era conceber a construção e venda de aviões leves, sendo construídos 5 aparelhos EAY-201, concebido por Fritz Roesler.
Hoover já havia participado ativamente na concepção de planadores, em 1938, desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT, com gerência de Frederico Brotero no projeto. Hoover deu sua cota de participação na importante história da indústria aeronáutica brasileira, por seus contatos com os Wrights, Glenn Curtiss, Santos-Dumont, a Marinha, o IPT e o EAY.

This was a low-wing fixed-gear monoplane with a fairly high wing Em São Paulo, em 1931, criou-se a Fundação do Aeroclube de São Paulo, no Campo de Marte, e do Clube de Planadores Mackenzie, e, em 1933, a VASP. O Brasil despontava no cenário da aviação. Em 1934, o Laboratório de Ensaio de Materiais, anexo à Escola Politécnica da USP, é transformado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT tendo o Engenheiro Ary Torres, Diretor do IPT, sugerido a criação de curso de engenharia aeronáutica em São Paulo, implantado em 1939, além da criação, em 26 de dezembro de 1941, da Diretoria de Tecnologia da Aeronáutica.

Entre 1927 a 1935, o Brasil importou aproximadamente 550 aeronaves. Além disso, o Brasil concorria para a expansão de planadores nos meios profissionais aeronáuticos, com grandes perspectivas comerciais.




As dificuldades, entretanto fez com que os ideais fossem assumidos pela empresa Companhia Aeronáutica Paulista, formada a partir 1942, do grupo Pignatari,  dando inicio a fabricação do Paulistinha, CAP-4, com motor Franklin de 65 HP, usado em aeroclubes brasileiros para instrução de aviação. A concepção teve êxito pleno e exportado para vários países da América Latina, sendo que Portugal também adquiriu algumas unidades. O CAP-4 deu origem, mais tarde, ao Neiva 56, pela Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva. 




O empresário Baby Pignatari via grandes perspectivas neste mercado e deste modo com apoio de sua maior empresa a Laminação Nacional de Metais, instalada em Santo André, São Paulo, inicia-se também na indústria da aviação; e, em agosto de 1942, é fundada a Companhia Aeronáutica Paulista (CAP)[2] que comprou os direitos de fabricação do avião EAY-201, da Empresa Aeronáutica Ypiranga. O IPT foi contratado para projetá-lo, tarefa cuja direção coube a Romeu Corsini. Em abril de 1943, a CAP começava a produzir em série a aeronave que ganhava o nome industrial CAP- 4. Tinha início a longa e bem-sucedida trajetória do “Paulistinha”. (A CAP construiu o protótipo denominado IPT-4, projetado por Clay Presgrave do Amaral[3], que teria a designação industrial CAP-1 e o nome comercial “Planalto”, um monomotor de dois lugares, concebido para instrução de pilotos) A Companhia Aeronáutica Paulista fabricou aproximadamente 800 unidades do tipo CAP-4, o “Paulistinha”. O pequeno aparelho, distribuído pelos aeroclubes do país, estimulou o aprendizado de grande número de jovens aviadores no Brasil.

Referências:

ANDRADE, Roberto Pereira de e PIOCHI, Antônio Ermete. História da Construção Aeronáutica no Brasil. São Paulo, Aquarius Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 1982. I am afraid it is not easily available, if at all.
TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Viagem na Memória: Guia Histórico das Viagens e do Turismo no Brasil. São Paulo, Ed. SENAC, 2002
CANAVÓ Filho, José e MELO, Edilberto de Oliveira. Polícia Militar – Asas e Glórias de São Paulo. 2. ed. São Paulo, 1978. P. 19/21.
ANDRADE, Roberto P. de; PIOCHI, Antonio Ermete; BOLIN Erkki Keijo K.. História da Construção Aeronáutica no Brasil . 2ª Edição,1983.

VIDE COMPLEMENTO:

http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2011/08/pioneiros-da-aviacao-civil-no-campo-de.html









[1] O avião São Paulo foi o primeiro inteiramente projetado e construído em Osasco, no Estado de São Paulo, no dia 7 de janeiro de 1910. O vôo, amplamente descrito pela imprensa paulista, foi realizado diante de uma pequena multidão de curiosos que viram o avião "S.Paulo" percorrer 103 metros em pouco mais de seis segundos, voando entre dois e quatro metros de altura. Na sua edição do dia 8 de janeiro, o jornal "O Estado de São Paulo" descreve, detalhadamente, a máquina e os planos de construção. Ela foi projetada por Demetre Sensaud de Lavaud, um francês radicado no Brasil, que começou a trabalhar em fins de 1908, e utilizou apenas materiais brasileiros no monoplano "S.Paulo". O motor foi fundido e usinado na capital paulista. O esqueleto era de sarrafos de pinho e peroba e a cobertura externa, de cretone envernizado. Uma fábrica paulista forneceu os grampos e cabos de aço, que garantiram a rigidez do conjunto e o carpinteiro Antônio Damosso preparou a hélice de jequitibá. As rodas eram de bicicleta, reforçadas.

[2] O Grupo Pignatari, era formado pela Laminação Nacional de Metais S/A, Companhia Brasileira do Cobre, CBC, as Indústrias Brasileiras de Máquinas, a fábrica Alumínio do Brasil. Anterior a fundação da Companhia Aeronáutica Paulista as empresas do grupo já fornecia matéria prima para produção de planadores (Em 1941, foram produzidos 30 planadores Alcatraz, cópias brasileiras do famoso planador Grunau Baby alemão) e componentes para a aviação brasileira alem de máquinas operatrizes de usinagens gerais.

[3] Nascido em Santos/SP. foi um dos pioneiros nas competições a vela organizadas pelo Clube de Regatas Saldanha da Gama a partir de 1941, quando tripulando o veleiro " Taca " foi campeão da 1a. Regata de Veleiros realizada na Cidade em 14/12/1941. Engenheiro Aeronáutico formado pelo MIT colaborou para o desenvolvimento e projeto dos primeiros aviões e planadores construídos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo na década de 1930.
Foi também consultor técnico da VASP enquanto funcionário do IPT e trabalhou na Laminação Nacional de Metais S/A, empresa que criou sob orientação de Clay Presgrave do Amaral em 1942, a Cia Aeronáutica Paulista.Faleceu em 24/09/1942, aos 27 anos de idade, em trágico acidente de trem ocorrido na Pensilvânia- EUA quando procurava estabelecer contratos com empresas aeronáuticas norte-americanas.(fragmento do  Artigo publicado por Frederico A. Brotero no jornal A Tribuna em 02/10/1942)

1 comentário:

Ruy disse...

Gostaria de acrescentar um pequeno esclarecimento. Em 1941 a EAY vendeu o protótipo do avião EAY-201 prefixo PP-TBF que, nas mãos do novo proprietário, sofreu um acidente. A EAY recomprou o protótipo e contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para revisar o projeto a partir do modelo Taylor Club copiado por Fritz Roesler. A aeronave foi então submetida a extensos reparos e modificações. Os cálculos foram feitos pelo engenheiro Clay Presgrave do Amaral e a obra acompanhada pelos engenheiros Adonis Maitino, Romeu Corsini e Frederico Abranches Brotero. Nessa ocasião o único engenheiro aeronáutico era Clay Presgrave do Amaral. Nessa época Romeu Corsini ainda era na verdade estudante de engenharia elétrica e Frederico Abranches Brotero era engenheiro Civil. O projeto do EAY 201 foi vendido pela Empresa Aeronáutica Ypiranga para a CAP Companhia Aeronáutica Paulista em 1943. Na CAP protótipo do EAY 201 foi revisado pela segunda vez pelo Clay Presgrave do Amaral, que era diretor e sócio da CAP e por Adonis Maitino e por Romeu Corsini.