As cidades são
o símbolo do poder!
Quem anda pelas cidades é definido como
“flâneur”, que nada tem a ver com o significado pejorativo do termo
“vagabundo”, alguém sem rumo, mas sim um andarilho contumaz nas ruas e becos
das cidades, um caminhante em busca das transformações urbanas, com suas
mudanças constantes, do desaparecimento do passado e uma nova estrutura em um
momento presente.
O historiador Walter Benjamin referia-se ao “flâneur”
como um espectador urbano moderno, um detetive e investigador da cidade,
buscando cada detalhe que se registra no olhar e que hoje é registrado em
imagens “congeladas” no tempo através da fotografia. O flâneur sonda os
arredores em busca de uma arqueologia, alguma informação, pistas de algo mutante em uma dinâmica que passa
despercebida aos caminhantes que têm na cidade os meios de sustentação pessoal.
Charles Baudelaire
deu o significado para “flâneur” como sendo "uma pessoa que anda pela
cidade a fim de experimentá-la".
O “flâneur”
é um observador existencialista do processo cosmopolita que ocorre no fluxo da
cidade, suas nuances, suas transformações, por muitos desapercebidas e no atento
olhar do “flâneur”. Não anda a esmo, é alguém preocupado com o meio, o ambiente
onde se concentra toda uma estrutura de movimento humano.
Atualmente
os fotógrafos espalhados aos milhares com as suas câmeras digitais registrando
todo e qualquer movimento da cidade é também um “flâneur”. Sua
observação é de um "andarilho", um estudioso paciente atento e focado na cidade.
Há um
número considerável de “flâneur” pela cidade de São Paulo, registradores do
tempo congelado nas imagens fotografadas da cidade, por vezes invisíveis da
multidão, mas que flanam silenciosamente para registrar momentos importantes
das transformações urbanas, inclusive essa multidão apressada em outros
afazeres!
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