quinta-feira, 19 de março de 2009

Sociedade Bastarda e a História que Interessa ao Poder

SOCIEDADE BASTARDA E A HISTÓRIA QUE INTERESSA AO PODER

Não há provas, como as exigidas pelas academias, que exercem "controle do saber "com modelos preestabelecidos e regras que saem de pesquisas dos próprios intelectuais, onde estudante faz o serviço braçal da pesquisa, que mesmo “pesquisando” é mero agente dos interesses do professor, de um assunto que não é do pretenso acadêmico.

Em depoimento, o “brasilianista”, como são denominados os estrangeiros pesquisadores de história do Brasil, o professor Stuart Schwartz comentou que o governo brasileiro dá preferência a pesquisadores estrangeiros na abertura de arquivos históricos e até oferece postos de mando nessas instituições, para direção de programa de estudos, nítida desvalorização aos pesquisadores brasileiros.
Continua sua análise: “A exclusão do povo é a grande herança colonial do Brasil.”, neste ponto há discordância de pensamentos. Dizer que isso é herança da escravidão é tentar esconder os males do presente atrás dos males do passado. Nos Estados Unidos, embora não seja o modelo ideal de administração, depois da abolição dos escravos, o governo fez a reforma agrária, oferecendo 40 acres de terra e uma mula aos libertos.

No Brasil o contingente escravo foi substituído por outra massa de imigrantes europeus, a maioria iletrada e marginalizada em suas terras, que se tornaram agricultores pobres a trabalhar por sustento e moradia, menos dispendioso do que manter o escravo na senzala, que foi dispensado sem direito algum.

Não se necessita do paternalismo formalizado nos gabinetes do Estado com as suas famigeradas estruturas desviantes, estando sempre com soluções utópicas para a agravante miséria física e espiritual do cidadão. Não precisamos de cestas básicas quaisquer que se apresentem com nomes diversos: alimentação, leite, remédio, e outros paliativos.

“Para tornar feliz a sociedade e manter as pessoas acomodadas sob as circunstâncias mais dificultosas, é necessário que um grande número delas seja, além de pobres, ignorantes” - Raymond Willians.

Para combater todos os males que afligem a sociedade bastarda e miserável depende do esforço conjunto da minoria para não repetir o jargão do peixe dado e o pescado. Deixemos de lado a retórica tão comum nos gabinetes, à praticidade da ação é que se plante e dê frutos.

Riqueza Natural! A Quem Pertence?


RIQUEZA NATURAL! A QUEM PERTENCE?
ITABIRA - mudanças indesejáveis feitas pela Vale
Há um exemplo clássico em Itabira, Minas Gerais, que de algum modo demonstra a exploração do minério de ferro muito intensa por parte da multinacional Companhia Vale do Rio Doce, hoje simplesmente Vale pois realmente vale US$, alterou a bela paisagem da cidade onde o morro de Itabira, a Cidade do Ferro, conhecido pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, pergunta quem levou o morro, ficou com o beneficio, e os moradores naturais ficaram com o prejuízo, pois os benefícios auferidos pela cidade duraram até quanto durou a exploração sem contar que os dejetos provenientes do minério de ferro, que são muito tóxicos e de grande poder em poluir nascentes, rios, torna-se herança indesejável.

RIO POMBA EMPRESA DE MINERAÇÃO LTDA - desastre ecológico

Vazamento do rejeito da bauxita, minério do alumínio, provocado pelo “Rio Pomba Empresa de Mineração Ltda, em Miraí, Minas Gerais, contaminando os rios Fubá e Muriaé, atingiu proporções com mancha de 70 quilômetros ultrapassando fronteiras atingindo a capitação e distribuição de água de Lage de Muriaé, no Rio de Janeiro, além da mortandade de peixes. As explicações técnicas em nome do progresso desenfreado não compensa o desastre não só da argila mas o subproduto do minério que se torna dejeto indesejável e que não interessa ao processo industrial da empresa.

RIO MADEIRA - progresso privado

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) é acusado de retardar a construção das barragens do rio Madeira, de investimento de 10 bilhões de dólares, já conhecido de projetos anteriores que lançou dinheiro na Madeira-Mamoré e em rodovias que nunca foram concluídas. Não há interesse em formalizar documentos de biólogos ou engenheiros ambientais, mas os interesses de Furnas Centrais Elétricas e da Construtora Odebrecht, e outros consórcios danosos de barrageiros, partidários de soluções de mega-investimentos em barragens que detém os maiores projetos faraônicos com holding interessada em lucros. Por outro lado parece que há um grande interesse do Ministério de Minas e Energia retomar o plano sobre a construção da Usina Nuclear Angra 3, soluções ambíguas. O Conselho Nacional de Política Energética poderá discutir o dilema entre a construção de usinas hidrelétricas e a proteção ao meio ambiente. O político anda de mãos dadas com o econômico em detrimento da pouca organização social, foi uma queda de braço entre ministérios de meros interesses de poder.
Os ribeirinhos não possuem nenhuma influência, pois estão dispersos em todo curso do rio e não terão forças para mobilização e debater seu próprio desenvolvimento e o projeto do Sistema Hidrelétrico do Madeira escoara a energia produzida para áreas de maior interesse econômico, Rondônia terá pouca participação. A única lei do Brasil é a bala assassina do covarde contra Chicos Mendes e Dorothys.
Para evitar interferências desagradáveis deve ter gerenciamento do que é reversível e o que não se pode admitir, como por exemplo, a cratera estéril deixada no local após a exploração das minas e uma comunidade de pobreza gerada do tempo da durabilidade da exploração feita pelas “parcerias públicas privadas”, ou seja, o político e econômico.Não aceitar as promessas, propostas indenizatórias pois é melhor suportar o inferno verde que lhe dá sustento que engrossar a miséria das cidades.Temos que começar a pensar a história da América Latina, evitando tornar-se latrina de dejetos das multinacionais, evitando contrastar com civilizações que já destruíram suas capacidades e interferem nos destinos das suas ex-colônias, condições de escravismo intoleráveis que querem perpetuar no econômico.

HERANÇA DO PODER NO BRAZIL

HERANÇA DO PODER NO BRAZIL

Quando se define classe de proprietários e não proprietários, demonstra as disparidades latifundiárias do “Brazil” começada com os primeiros quinze latifúndios denominados capitânias, arrastados no longo do tempo, e em momento algum, houve governo com coragem suficiente para desbancar os grandes proprietários.
Instituiu-se o estado cartorial de proteção aos fidalgos protegidos do rei. As reformas nunca de fato aconteceram, pois para isto seria necessário bater de frente com interesses dos poderosos e os tais possuíam riqueza suficiente para sustentar suas pretensões.

“Não há tribunais que bastem para proteger a lei quando o dever se ausenta da consciência dos juizes”-Rui Barbosa.

Quando a palavra do juiz deixa de ser pétrea, articulando interesses pessoais pela corrupção rasteira associada ao crime de peculato, a toga, símbolo da honestidade, distancia-se deste valor moral, infelizmente passa a ser desacreditada.

Sempre perdemos o “bonde da história” para resolvermos as diferenças e desigualdades. Em momento algum houve um estadista para fazer reformas que beneficiasse a população, e sempre as revoluções foram arquitetadas nos quartéis, mesmo o comando sempre partiu das casernas. Poucos são nossos heróis realmente saídos dos “casebres”, pois houve articulação de “casernas”, que o poder sempre conseguiu construir. Os grandes homens populares foram “bodes expiatórios” de um momento, foram lançados às turbulências como “boi de piranha”.

Estado da Natureza

ESTADO DA NATUREZA

Combater o Estado na sua essência, nas suas leis pessoais, na sua autoridade repressiva. Urge a ação numa amplitude que cada indivíduo deve sentir como sujeito de exploração. Cada comunidade deve sentir as suas necessidades para determinar seu modelo de viver, sem interferência de Estado imperativo que delega outras autoridades tão arbitrárias contra os núcleos populares da periferia. Aceitar responsabilidades comunitárias, não se abstendo de fazer e pensar por sua conta e risco que advenham de suas ações, que não gerem imposições de outrem, ou interesses impróprios àquele local.
A idéia proposta não é pensar em estagnação ou protecionismo de todos os recursos existentes, mas como isto pode reverter em beneficio para o homem na complexa cadeia existente de seres vivos e da qual fazemos parte. Que a ciência e tecnologia estejam ao alcance da plenitude humana que é o objetivo a alcançar, sem guetos, castas ou tipos de opressão de domínio. O que é descoberto para melhoria de qualidade de vida do indivíduo, deve ser revertido em beneficio de todos sem a propriedade geradora do capital, mas um domínio público onde os interesses das nações não sejam maiores que o interesse de cada pessoa para transformar algo em beneficio.
No reino animal, excluindo o homem, vemos que todos se comportam de modo natural e seguindo determinada regra básica da natureza, pois este é o modelo natural e se por algum motivo há desvio desta conduta teremos conseqüências naturais, pois a natureza cria mecanismos que demonstram a vingança natural por ser ultrajada no seu curso. A racionalidade tem que atingir a naturalidade das coisas.
Há coisas naturais que são obrigatoriamente de utilidade pública daquilo que não pode e não deve ter dono como os rios e suas nascentes, as matas, o mar, a própria terra, a luz solar, o ar, onde a “pertença” deve estar restrita a forma da utilização natural, como habitat sem título de posse. Apropriar-se de todos os recursos naturais que advêm da terra, que o homem denomina riqueza, valorizada mais que a sua própria vida e dada por concessão de exploração, que o nome define que alguém se apropria ou expropria pela lei da força para explorar, daquilo que de algum modo deve reverter beneficio de muitos, mas torna-se lucro das oligarquias. Por fim, ninguém tem o direito de propriedade sobre outro homem, e se o tem, não é natural e deve ser libertado!

Obediente Desobediência

Obediente Desobediência

“Aceito com entusiasmo o lema "O melhor go­verno é o que menos governa"; e gostaria que ele fosse aplicado mais rápida e sistematicamente. Leva­do às últimas consequências, este lema significa o seguinte, no que também creio: "O melhor go­verno é o que não governa de modo algum"; e, quan­do os homens estiverem preparados, será esse o tipo de governo que terão. O governo, no melhor dos casos, nada mais é do que um artifício conveniente; mas a maioria dos governos é por vezes uma incon­veniência, e todo o governo algum dia acaba por ser in­conveniente. As objecções que têm sido levantadas contra a existência de um exército permanente, nume­rosas e substantivas, e que merecem prevalecer, podem também, no fim das contas, servir para pro­testar contra um governo permanente. O exército permanente é apenas um braço do governo perma­nente. O próprio governo, que é simplesmente uma forma que o povo escolheu para executar a sua von­tade, está igualmente sujeito a abusos e perversões antes mesmo que o povo possa agir através dele...”

“Pois o governo é um artifício através do qual os homens conseguiriam de bom grado deixar em paz uns aos outros; e, como já foi dito, a sua conveniência máxima só ocorre quando os governados são mini­mamente molestados pelos seus governantes...”

“Costuma-se dizer, e com toda a razão, que uma corporação não tem consciência; mas uma corporação de homens conscienciosos é uma corporação com consciência. A lei nunca fez os homens sequer um pouco mais justos; e o respeito reverente pela lei tem levado até mesmo os bem-intencionados a agir quotidianamente como mensageiros da injustiça. Um resultado comum e na­tural de um respeito indevido pela lei é a visão de uma coluna de soldados - coronel, capitão, cabos, combatentes e outros - marchando para a guerra numa ordem impecável, cruzando morros e vales, contra a sua vontade, e como sempre contra o seu senso comum e a sua consciência; por isso essa marcha é mui­to pesada e faz o coração bater forte. Eles sabem per­feitamente que estão envolvidos numa iniciativa mal­dita; eles têm tendências pacíficas. O que são eles, então? Chegarão a ser homens? Ou pequenos fortes e paióis móveis, a serviço de algum inescrupuloso de­tentor do poder?...”

“Estamos acostumados a afirmar que os homens em geral são desprepara­dos; mas as melhorias são lentas, porque os poucos não são substantivamente mais sábios ou melhores do que os muitos. Não é tão importante que muitos sejam tão bons quanto você, e sim que haja em algum lugar alguma porção absoluta de virtude; isso basta­rá para fermentar toda a massa...”

“Será que não poderemos prever alguns votos independen­tes? Não haverá muitas pessoas neste país que não frequentam convenções? Mas não é isso o que ocor­re: percebo que o homem considerado respeitável logo abandona a sua posição e passa a não ter mais esperanças no seu país, quando o mais certo seria que seu país desesperasse dele. A partir disso ele adere a um dos candidatos assim seleccionados por ser o único disponível, apenas para provar que ele mes­mo está disponível para todos os planos do demago­go. O voto de um homem desses não vale mais do que o voto eventualmente comprado de um estran­geiro inescrupuloso ou do nativo venal. Oh! É preciso um homem que seja um homem e que tenha, como diz um vizinho meu, uma coluna dorsal que não se dobre aos poderosos!”

TRECHOS ACIMA DE “A DESOBEDIÊNCIA CIVIL”, de Henry David Thoreau


“A obediência civil deve estar na proporção direta da desobediência que o poder do Estado exerce sobre o cidadão obediente. O sufrágio oferecido por um contrato social é ofertado para que haja equilibrio entre as probabilidades da busca da perfeição das ações em prol da vontade de todos”

terça-feira, 17 de março de 2009

BANCO BANCA BANQUEIRO

BANCO BANCA BANQUEIRO

Quando apareceu o sistema de agiotagem “legalizada” onde várias pessoas passaram, em determinado momento, a confiarem em alguém para proteger os valores pessoais para resgate futuro?

Pergunta extremamente difícil de responder, mas que podemos verificar vestígios de certos momentos históricos, por exemplo, a fuga do Egito de um grupo de homens pelo deserto, em marcha para uma Terra Prometida, levando tudo o que fosse possível na bagagem, o que foi amealhado no longo do tempo no país mais rico do mundo antigo, o Egito.
O Egito era a terra das opções de quem não possuía mais opções, era terra promissora, mas o povo estrangeiro era estranho aos interesses egípcios. De repente algo acontece e os que emigraram de sua terra precisam voltar, pois, o Egito não possui mais a grandeza de outrora.
As esperanças depositadas no passado, já não são as mesmas das gerações posteriores, as estruturas do mundo antigo estão mudando, as riquezas escassearam. O povo sai em debandada quase não dando tempo de recuperar as ganâncias. Rapidamente montam a bagagem em seus carros de tração animal, que conseguiram separar rapidamente e partir fugindo do Egito para um lugar sem perspectivas de enriquecimento rápido, um lugar seco, mas é o único que acolherá aquela multidão. No meio do caminho após atravessarem o Mar Vermelho, perseguidos pelo Faraó, denominado “A Grande Casa”, é o deus terreno que precisa recuperar as finanças de seu povo. O outro povo, que outrora fizeram o serviço evitado pela elite, não serve mais, e seu líder Moisés vai à frente recolhido no silêncio, com um cajado, depara-se com uma montanha. Precisa se recolher conversar com alguém. Sobe o Monte Horeb, e lá na altitude vê-se a frente do “Eu Sou”, precisa dar preceitos de honra ao povo, que abaixo do monte, articula uma revolta, recolhendo tudo quanto havia em ouro possível da caravana: brincos, anéis, colares, correntes, braceletes, pingentes, tiaras, enfim tudo juntado em um canto, o fogo preparado derreteu toda aquela riqueza em uma enorme fogueira, e do líquido incandescente fizeram um modelo de bezerro, representando a pecúnia, ou seja, o dinheiro.

Por que um bezerro de ouro?
Porque “pecuniosus” é sinônimo para “Rico em Gado”.

Deste modo o bezerro de ouro fundido surgiu proveniente de todos os objetos, uma parte de todos, que queriam algum proveito. O bezerro passou a ser adorado em reverência a riqueza, também conhecido como Reino de Mamon.
Todos ajoelhavam a programá-lo como salvação, adoração primordial de quem banca o jogo, sendo parte de todos e interesses de muitos com proveito de poucos.
Quem quis salvar aquele povo prostituído foi ridicularizado, sendo o mesmo penalizado não tendo direito a usufruir da Terra Prometida.

O tempo passou muitas gerações apareceram após àquele “povo prostituto” e vemos novas gerações em adoração no “Templo Moderno: o Banco”, protegido por seguranças das riquezas circulantes, entre ávidos interesses da deusa Europa, raptada por Zeus, transformado em touro branco, seduziu e foi seduzida pela beleza aparente. Deste modo refletido com interesses particulares, assumiu reverter para si as vontades dos deuses.
A crença de Sion o lugar supremo de adoração, próximo de outro monte, o Gólgota, onde dependuraram a inocência de quem “acredita nas ações do homem”, é o maior centro religioso que se tem notícia na Terra. Nas Cruzadas programadas em 1095, desta era, foi estabelecido como área de proteção ao “deus ouro” é para lá transportado por um grupo armado, Cavaleiros do Templo, militares caixas-fortes, que levavam valores da Europa para a Terra Prometida e vice versa, em troca de um dízimo devido a esta antiga seguradora. Assim eram assinadas as primeiras promissórias a ser resgatada na origem indicada com desconto devido na fonte. Destes dois momentos referidos, uniu-se (1º) a pecúnia com (2º) a garantia de resgate destes valores em determinado praça pré-estabelecida, disto resultando o maior símbolo do capitalismo: o banco.

O banco é uma instituição que não produz nada, mas articula ações entre vários interesses econômicos. Quando alguém já tem, eles querem emprestar mais ainda, quando nada se tem, necessitando de empréstimo, não se empresta, há de se ter algo para hipotecar!

Os agiotas adoram esta jogatina da bolsa de valores, um jogo articulado de papéis, os mesmos idealizados no passado, mas que não possuem lastro, não há como recuperá-los no local de origem, não há fundos disponíveis.

Na entrada da bolsa de valores americana, na Wall Street, no coração do maior centro financeiro do mundo, há em frente à mesma um touro sedutor, como aquele fundido no deserto, que esta em posição de tourear, um símbolo da pecúnia referida que é tão ou mais adorado do que aquele bezerro de ouro no deserto do Sinai.

Como em todo jogo o jogador especula e espera sempre ganhar, o banco banca o jogo do jogador, trocando promissórias falsas, pois não possuem fundos de resgate imediatos. As fichas são colocadas à mesa, e neste momento todos falseiam com blefes de todo jogo. Seria o momento ideal para desbancar os grandes jogadores, que juntaram riquezas iludindo, continuando o sistema mentiroso. Por sua vez há um outro comparsa do econômico, denominado poder político que se junta à mesa do jogo. Um depende do outro, andam de braços dados, buscando sempre enganar a boa fé do grupo numericamente maior que chamam de social, ambos assustam de maneira surpreendente este último, que acredita nas mentiras do jogo financeiro. Deste modo, os falsários socializam as perdas com o grupo social, que tira dos seus parcos recursos de subsistência para ajudar a recuperar carências que estes jogadores inveterados criaram, capitalizando socorro para si próprio, deste ingênuo social, mesmo sabendo que “atrás de uma grande riqueza existe um grande ladrão!”

O altar do bezerro de ouro assim é recuperado, após os agiotas perderem grande riqueza na mesa de jogo. Prejudicam muitos que marcham no deserto, e que deveriam neste momento darem o cheque mate neste sistema de coisas. Amealham de quem não tem, explorando a miséria, consumindo boa parte desta riqueza explorada para bancar o banqueiro, que recolhe o jogo da mesa de pôquer; onde a roleta não pára, o jogo da banca exige mais apostas para sustentar a mentira deste “deus dinheiro”. Os faraós atuais expulsam os ingênuos para manter a integridade do poder, além de tributarem os que não deveriam ser tributados e absolvem da obrigação os perdedores do jogo; e mais pegam parte dos tributados a socorrê-los, fazendo entender que tudo esta sobre controle, e nada aconteceu. Sempre o tributado ingênuo é enganado por um discurso do poder dos faraós oligarcas que mantém deste modo os cassinos dos bancos:

Senhores ao jogo, joguem, joguem sempre,
Aos postos apostos,
Proclama a banca,
Banquem suas jóias em apostas,
Fichas impostas, roletas,
Para sustentar banqueiros, o sumo sacerdote do deus riqueza.

Amém!

terça-feira, 3 de março de 2009

Proletariado Paulista e os Pelegos do Regime Militar

Proletariado Paulista e os Pelegos do Regime Militar

Gostaria de expor algumas considerações do modelo imperativo do regime militar e as liberdades das reivindicações trabalhistas. Já havia histórico de luta trabalhista, desde a greve de 1917, iniciada no Cotonifício Rodolfo Crespi, da industrialização tardia, pelas mãos de um operariado incipiente, mas ativo. Evidentemente que em outro momento, mas com maciça participação popular, além de outras tantas havidas contra outros regimes autoritários.
Não seria assim, no fim da década de 70, a primeira luta operária; havia um histórico a ser respeitado.

Para melhor governar fragmenta-se para evitar fortalecimento, receita usada pelos governantes e usando ainda pelegos (couro de costado de montaria e montador), para fazer contato entre os dois lados litigiosos, geradores de conflito, no caso do empresariado e o trabalhador.
O governo militar era o “arbitro” para não desestabilizar a economia, e não deixar o “bolo” parar de crescer, pousava de bonzinho nesta questão arbitrária. A maior diferença era contra o regime autoritário e controlador de todos os seguimentos de produção. Deveria ser luta contra duas frentes, político econômico, que se unia para melhor ditar as rédeas do cabresto e cangalha no trabalhador.

Nos sindicatos, por sua vez as atividades eram exercidas de meia dúzia de “brutamontes”, pelegos de formação, que não queriam mudar a condição do operário, mas a condição de oportunistas interessados também pelo poder. Afastaram o “picador de cartão” das discussões, que não concordavam como eram dirigidas as negociações, em sumário desterro, expurgo daqueles que estavam interessados nas causas exclusivas do trabalhador, mas discordavam em atrelar sindicato ao partido, usando-o primeiro como trampolim político para atingir o segundo.

Para ganharem legitimidade, os pelegos aproximaram-se da estrutura das Comunidades Eclesiais de Base, para haver um escudo de proteção, apoderando-se de alguns movimentos de pastorais.
O movimento destes grupos, desde seu início, tinha por finalidade apoderar-se da máquina sindical. O sindicato era alimentado por mensalidades do trabalhador e do famigerado imposto sindical, recolhido de um dia do salário do trabalhador, do dia 31 de março, por coincidência dia do golpe, para alimentar o sistema administrativo sindical.

No inicio da década de oitenta “inventaram” o “imposto assistencial”, onde iriam descontar na fonte da folha de pagamento o percentual 2,5% em junho e 2,5% em dezembro, para que se houvesse litígio, o sindicato seria o mediador entre o empresariado e o trabalhador, advogando-o.
Fervia os movimentos em Santo Amaro, onde assassinaram Santo Dias, onde ainda há em frente à igreja da Vila Remo, uma lápide fria deste momento, onde tombavam o trabalhador, ou sumiam com ele. Os “lideres” não assumiam a frente de batalha com o aparato policial, mas eram os primeiros a dar entrevista televisiva.
A Lapa e Osasco eram também locais que eu conhecia por força de minha qualificação profissional, e fervilhava a luta operária, não somente luta exclusiva do ABC, e nem tão pouco somente dos metalúrgicos, embora louvasse o momento. O regime era insustentável por si só, tanto que antes de entregarem o poder na mão civil, em 1979, obrigaram a documentar anistia irrestrita.

Muitas vezes acionava-se o “gatilho”, reposição da inflação, dando o mínimo necessário para sustento da “prole” do proletariado. A percentagem nunca atingia o reivindicado, e era reposição das perdas inflacionárias. O “pelego” subia no carro de som com a proposta do “patrão” e com a do “sindicato”, com seus acordos firmados em portas fechadas. Aceitávamos por “osmose das moléculas”, levantando os braços, pois tínhamos a obrigação familiar para resolver. Na época havia comissão de fábrica formada com membros representantes do sindicato e o CIPA, que era a comissão para prevenção de acidentes, e dava aos escolhidos estabilidade no emprego.
O atrelamento ao sindicato dos metalúrgicos era inevitável, e existia um afastamento das forças entre São Bernardo e São Paulo. Sintetizando houve por bem formar dentro do sindicato um partido político, além de organizar “centrais sindicais” (alimentada por verbas estatais, semelhante aos partidos políticos) para agregar milhares de pequenos sindicatos, que era controlado e atrelado ao Estado através do imposto sindical, do fatídico 31 de março.

Atualmente a mídia mostra em horário nobre que o deputado de um grande partido luta pelos direitos trabalhistas, mas que não conhecem o piso da fábrica e não sabem a real condição do trabalhismo no Brasil, são os pelegos do Estado, vivendo a impostura dos “impostos”.

Há tempos perguntei em um debate acadêmico, a ilustre emérito doutor de uma das mais conceituada universidade brasileira: O governo confunde sua administração do Estado brasileiro com o modelo de administração do sindicato? Evidentemente que respondeu com um sonoro NÃO! Tenho dúvidas quanto ao modelo atual de agir e governar de ambos.
No hodierno, todos os seus lideres tornaram-se funcionários públicos em toda rede imaginável do sistema da máquina administrativa do regime, e sorteiam carros zero quilômetro nas comemorações de 1º de maio para haver quorum, sendo mais um show televisivo que uma manifestação do trabalhador!

Pondera-se ainda que, todo e qualquer regime totalitário é intolerável, pois usam apoderar-se de maneira vitalícia do poder. Seria propício existir duas legislaturas a todos os cargos administrativos das esferas governamentais, inclusive deputados e vereadores, e depois de exercerem seus dois mandatos, nunca mais deveriam voltar a usufruírem destes benefícios.

Deste modo registra-se a luta oculta de bastidores, do trabalhador e das estruturas que não estão nos livros de história do Brasil!