Primeiro período: 1820-1871
A imigração começou propriamente com a abertura dos portos
brasileiros, em 1808. O governo passou a estimular a chegada de europeus para
ocupar lotes de terra e se tornarem pequenos agricultores. Em 1812, colonos
açorianos foram trazidos para o Espírito Santo e em 1819, suíços para Nova
Friburgo, no Rio de Janeiro. Após a independência de Portugal, o Império
Brasileiro se concentrou na ocupação das províncias do Sul do Brasil, vulnerável
aos países da Região da Bacia do Prata.
A partir de 1824, imigrantes da Europa Central passaram a povoar o que
hoje é a região de São Leopoldo, na província do Rio Grande do Sul. Em 1830,
foi aprovado um projeto de lei proibindo o governo imperial de gastar dinheiro
com o assentamento de imigrantes, o que paralisou a imigração até 1834, quando
os governos provinciais foram encarregados de promover a imigração.
Em 1859, a Prússia proibiu a emigração para o Brasil. Principalmente
por causa das reclamações de que alemães estavam sendo explorados nas
plantações de café de São Paulo. Mesmo assim, entre 1820 e 1876, 350.117
imigrantes entraram no Brasil. Destes, 45,73% eram portugueses, 35,74% de “outras
nacionalidades”, 12,97% alemães, enquanto os italianos e espanhóis juntos não
chegavam a 6%. O número total de imigrantes por ano foi em média de 6.000. Muitos
imigrantes, principalmente alemães, foram trazidos para se estabelecer em
comunidades rurais como pequenos proprietários de terras. Eles receberam
terras, sementes, gado e outros itens para desenvolver.
Entre 1824 e 1972, cerca de 260.000 alemães se estabeleceram no Brasil, a quinta maior nacionalidade a imigrar depois de portugueses, italianos, espanhóis e japoneses. O rápido aumento do número se deve a uma taxa de natalidade muito alta, a mais alta do Brasil.
A grande maioria se instalou nos estados do
Sul do Brasil, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de São Paulo e
Rio de Janeiro. Menos de 5% dos alemães se estabeleceram em Minas Gerais, Pernambuco
e Espírito Santo.
O estado mais afetado pela imigração alemã é
Santa Catarina, o único estado onde os alemães eram a principal nacionalidade
entre os imigrantes. Alemães e austríacos representavam cerca de 50% de todos
os imigrantes estabelecidos em Santa Catarina, e entre 15 a 20% no Rio Grande
do Sul e no Paraná. No resto do país, os alemães representavam menos de 5% dos
imigrantes.
O século XIX foi marcado por uma intensa
emigração de europeus para diferentes partes do mundo, o que conduziu a um processo
de europeização destas áreas. Entre 1816 e 1850, 5 milhões de pessoas deixaram
a Europa; entre 1850 e 1880 outros 22 milhões de pessoas emigraram. Entre 1846
e 1932, 60 milhões de europeus emigraram. Muitos alemães deixaram os estados
alemães após as revoluções fracassadas de 1848. Entre 1878 e 1892, outros 7 milhões
de alemães deixaram a Alemanha; depois da década de 1870, a Alemanha foi um dos
países de onde o maior número de pessoas emigrou, a grande maioria para os
Estados Unidos. De 1820 a 1840, os alemães representaram 21,4% de todos os
imigrantes europeus que entraram nos EUA; 32,2% nas duas décadas seguintes; e
no final do século 19 eles eram o maior grupo de imigrantes (21,9%) nos Estados
Unidos. [8] A imigração alemã no Brasil foi pequena se comparada ao número que
foi para os Estados Unidos, e também comparada à imigração de outras
nacionalidades, como portugueses, italianos e espanhóis, que juntos
representaram mais de 80% dos imigrantes no Brasil no período de maior
imigração de europeus. Os alemães apareciam em quarto lugar entre os imigrantes
no Brasil, mas caíram para o quinto lugar quando a imigração japonesa aumentou
depois de 1908.
Embora a imigração de alemães para o Brasil
tenha sido pequena, ela teve um impacto notável na composição étnica do país,
principalmente da população do sul do Brasil. Diferentes fatores levaram a essa
grande influência. Em primeiro lugar, a imigração alemã para o Brasil é um
fenômeno antigo que começou já em 1824, muitas décadas antes do início da
imigração de outras etnias europeias para o Brasil. Por exemplo, os primeiros
grupos significativos de italianos a imigrar para o Brasil só chegaram em 1875,
muitas décadas após a chegada dos primeiros alemães. Quando começou a
colonização de outros europeus no Brasil, os alemães já viviam lá há muitas
gerações. Outro fator foram as altas taxas de natalidade entre
alemães-brasileiros. A pesquisa descobriu que entre 1826 e 1828 uma mulher
brasileira alemão de primeira geração teve uma média de 8,5 filhos, e a segunda
geração teve uma média de 10,4 filhos por mulher. As taxas de natalidade entre
mulheres alemãs brasileiras eram maiores do que as de outras mulheres
brasileiras, resultando em um crescimento mais rápido da população de origem
alemã do que da população de origem não alemã e um rápido aumento da população
de origem alemã no país.
https://en.wikipedia.org/wiki/German_Brazilians
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