Guerras napoliônicas e a relação com a imigração alemã
Em 1793 o exército revolucionário francês invadiu os territórios da esquerda de Rhinehart na expansão da França pela força militar. Neste momento, Napoleão Bonaparte conquistou toda a região esquerda do Reno e do Palatinado que se tornou território francês a partir de 1798 até 1814, denominado "departamento Mont-Tonnerre".
Com uma nova
administração o Palatinado tornou-se oficialmente território francês, tal qual
seus cidadãos, embora tivessem ascendência alemã.
Depois da queda Napoleão, o
O novo
soberano destas terras do Palatinado, na margem esquerda do rio Reno, necessitava
da mão de obra dos agricultores e dos militares, inclusive que haviam estado no
exército napoleônico, para reforçar sua defesa e sua economia. Deste modo existiam
exigências burocráticas para obter uma permissão para a emigração[1].
Os prefeitos de cada região tinha
que informar a administração distrital sobre as
Em 1820, com as relações imperiais
entre Alemanha e
No início
de novembro de 1827, os emigrantes do distrito de Kusel já haviam sido
inscritos numa lista oficial do governo de
Muitos
Em 1827 os interessados a imigrar
para o Brasil dirigiram-se para a cidade de [2] como
"taxa de certificação". Depois de ter obtido este selo, o documento
tinha de ser autenticado pelo
escritório do governo da cidade de
Bremen, e somente depois era liberada a viagem para o Brasil.
Os navios para o Brasil comumente saiam dos portos de Bremen , Hamburgo ou de Amsterdã.
[1] A difícil missão de angariar colonos
e contratar soldados alemães para os Batalhões de Estrangeiros do Brasil, coube
ao Major Johann Anton von Schaeffer, que havia chegado ao Brasil em 1814 e
conseguido granjear a amizade de D. Leopoldina, pelo interesse de ambos nas
ciências naturais.
De posse de uma procuração que o nomeava de
"Agente de afazeres políticos do Brasil", Schaeffer encontrou inicialmente
grandes dificuldades em contratar soldados na Alemanha. A exportação de
soldados era proibida, desde o Congresso de Viena em 1815, pois as grandes
potências europeias
(Prússia, Inglaterra, Áustria e Rússia) não permitiriam o
surgimento de um outro "Napoleão" no mundo, e , D. Pedro I, com a independência
do Brasil foi considerado um usurpador do poder, um rebelde que traíra o pai.
Enquanto em alguns Estados alemães havia a proibição,
em outros existia o direito dos cidadãos à emigração, principalmente nos
Estados da atual Renânia onde, pela proximidade com a França, a destruição
provocada pela guerra havia sido maior e onde mais se fizeram sentir os efeitos
do fim do feudalismo. Cerca de 50% dos imigrantes são provenientes desta
região, mas precisamente do "Hunsrück" quadrilátero compreendido entre
os Rios Reno, Mosela, Nahe e Saar. Os camponeses que agora podiam abandonar o
campo, não encontravam trabalho nas cidades também já repletas de artesãos
desempregados, pois as indústrias estavam trocando a mão-de-obra humana pelas
máquinas que produziam mais e melhor.
Os minifúndios criados pelo direito hereditário,
aliado às terras exauridas por sua contínua exploração, foram, como já vimos,
fatores que determinaram a expulsão dos camponeses que, por não encontrarem
ocupação nas cidades, tinham na emigração a única saída.
Com a oferta pelo Governo brasileiro de terras (150
Morgen=77 hectares), além de ferramentas, gado, sementes, auxílio financeiro
nos 2 primeiros anos e isenção nos primeiros 10 anos, a missão de Schaeffer foi
grandemente facilitada. (http://www.mluther.org.br/Imigracao/imigracao_ii.htm)
[2]
Florim, do italiano, fiorino, é um termo genérico
para designar a moeda de ouro, que ficou conhecida, em holandês e alemão,
como gulden, originalmente (em alto-alemão médio)
guldin pfenninc, que significa "centavo de ouro".
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