sábado, 22 de fevereiro de 2025

O CAMPO DE VÁRZEA DO JARDIM SÃO LUIZ: AQUI TEM HISTÓRIA, TEM QUE SE RESPEITAR O PASSADO!

JARDIM SÃO LUIZ: AQUI TEM NOSSA HISTÓRIA


Escutamos constantemente uma “história da carochinha”, que os políticos fizeram isso e aquilo no Campo de Futebol do Esporte do Jardim São Luiz, e ainda há jornais de bairro de matérias pagas, sem nenhuma isenção, que rasgam seda, e endossam inverdades!

Para começar nenhum político atual “paraquedista” conheceu a Praça de Esportes Fernando Scalamandré Júnior, e onde foi o primeiro campo de várzea do time do Jardim São Luiz em 1961?

Não existia nenhuma associação Erundina, o campo de futebol era nosso, poderia ser de terra, mas nunca precário e jamais foi inviabilizado por causa de chuva, como anunciam agora, pois a terra sugava a água rapidinho, e também não abandonado, foi um dos melhores campos de várzea da região, pois quem fala essa asneira é porque “tem boca e fala pelos cotovelos” e está chegando agora e não sabe metade da missa e precisam primeiro estudar a história para não falarem besteiras e ver como foi feito toda a estrutura futebolística o segundo campo que recebeu o nome de Praça de Esporte Geraldo Fraga de Oliveira, daquele que ousou construir a estrutura futebolística do local com famílias pioneiras do Bairro!

Se fizeram algo a partir de 1975 quando os campos de várzea começaram a ser denominado “Clube Desportivo Municipal do Jardim São Luiz” pela prefeitura de São Paulo, há exatos 50 anos, não foi com dinheiro de político nenhum, mas com os impostos pagos pelos munícipes e com dinheiro alheio “fazemos pirâmides no deserto” e políticos municipais de gabinetes, sentados sobre ar condicionado tem obrigação de melhorias em toda a cidade de São Paulo, não apenas redutos políticos comandados por testas de ferro ditos “líderes comunitários”, sem nenhum conceito democrático, daquilo se tornou uma ditadura de poder!

Se hoje tem a estrutura atual, foi porque existe um fator de desenvolvimento e a prefeitura está “vendendo” o bairro para as empreiteiras sem antes viabilizar estrutura de bem-estar social!

O Jardim São Luiz está sendo invadido com aval municipal deste novo "plano diretor" suicida!
Tem político que nem havia nascido quando foi feito o campo de futebol do Esporte Jardim São Luiz...abaixar um pouco a crista, é de bom alvitre, e comecem a trabalhar mais e falar menos em discursos acalorados, e aqueles que estão chegando agora, respeitem o passado...AQUI TEM NOSSA HISTÓRIA, simples assim!!!

“Abaixem o facho” da arrogância, não temos que falar “AMÉM” para ninguém!!! VIDE LINK ABAIXO PARA COMPLEMENTO: https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2017/02/geraldo-fraga-de-oliveira-um-expoente. FOTOS DO CAMPO DO JARDIM:


























sábado, 15 de fevereiro de 2025

A IMAGEM DE MADEIRA ESCULPIDA DE NOSSA SENHORA DA PENHA e O ESCULTOR MARINO DEL FAVERO (BAIRRO JARDIM SÃO LUIZ/SP)

Nossa História Jardinense:

No terreno onde atualmente está o supermercado Assaí, na Avenida Maria Coelho Aguiar, antiga Avenida São Luiz, ficava a Capela de Nossa Senhora da Penha, sob administração da Conferência de São Vicente de Paulo, da “Parochia” de Santo Amaro, Arquidiocese de São Paulo, e conforme depoimento do senhor Felipe Dias Lopes, que residia próximo a capela, seu pai Constantino Dias Lopes, natural de Lugo, Espanha, que veio para o Brasil em 1886 e foi festeiro da Capela da Penhinha, era o guardião da mesma. Consta que ocorreu um incêndio na capela e depois de ser restaurada e “pintada toda de branco”, houve por parte da irmandade a necessidade de adquirir outra imagem de Nossa Senhora da Penha para reposição, que foi comprada em São Paulo nas oficinas de Marino Del Favero, em São Paulo.

Em maio de 1973, o terreno foi vendido e a capela demolida e a imagem da padroeira foi transferida para a Paróquia São Luiz Gonzaga, juntamente com dois sinos do campanário, a qual se tornou fiel depositária desse patrimônio!
O ESCULTOR ITALIANO MARINO DEL FAVERO
Marino Del Favero nasceu na Província de Belluno, comuna de San Vito di Cadore, região de Veneto em 03 de março de 1864. Era de uma família de artistas entalhadores com formação na academia veneziana, como seu tio Giovanni Battista de Lotto, com quem iniciou a atividade da arte tanto de entalhe quanto na escultura em mármore.
Marino Del Favero havia “bebido na fonte” dos grandes artistas italianos e conhecia profundamente a técnica de entalhe em madeira, pois permaneceu desde jovem nas oficinas de seu tio, e ambos vieram ao Brasil na diáspora italiana, e mais tarde seu tio voltou para sua terra natal, mas Marino Del Favero permaneceu, e empreendeu a aventura de muitos italianos da região de Veneto, no nordeste da Itália, e viajou para São Paulo, pois queria montar uma oficina de esculturas, pois já trazia na “bagagem” um grande lastro de experiência nessa arte.
Marino Del Favero montou uma oficina-ateliê em 1893 na região central de São Paulo, primeiramente conjugando todo o trabalho na Rua Barão de Itapetininga e depois fixando seu ateliê nas proximidades da paralela do antigo endereço, a Rua 7 de Abril.
Seu trabalho era entalhado em madeira e depois marmorizado e dourado, sendo elaborados púlpitos, retábulos, altares, sendo reconhecido como um dos melhores escultores de arte sacra entre o final do século XIX e início do século XX no Brasil.
Sua obra muito bem detalhada com a técnica marmorizada confunde-se com as atuais obras produzidas em gesso, sendo que até a sonoridade de bater levemente nas imagens de madeira e gesso, confundem-se ambas, caso da imagem de São Luiz Gonzaga, também da Paróquia São Luiz Gonzaga!
Foi vencedor de medalhas e premiações em exposições nacionais e internacionais. A imagem de São Sebastião, em madeira laqueada de tamanho natural, obteve o 1º lugar na Exposição de Arte Sacra do Rio de Janeiro, em 1920. Depois foi encaminhada para a Igreja Matriz de São Sebastião, de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais.
Marino Del Favero protagonizou muitas as obras na Oficina-Ateliê e estão espalhadas nas cidades do Estado de São Paulo e no Sul de Minas Gerais.
Depois de criar muitas esculturas e ter trabalhado com obras de arte sacra por meio século na capital paulista faleceu em São Paulo em 23 de junho de 1943.
Observação:
Parte do contexto aqui exposto foi recolhido com entrevista com Felipe Dias Lopes e documentos vicentinos e também com participação do II Seminário Internacional Patrimônio Sacro: Mosteiro de São Bento-julho de 2015: A PRESENÇA ITALIANA NA ARTE SACRA PAULISTA NA VIRADA DO SÉC. XX: A OFICINA DE ESCULTURA E ENTALHE DE MARINO DEL FAVERO - Cristiana Antunes Cavaterra
Fotos antes de “pintarem” a imagem de Nsa. Sra. da Penha, ainda marmorizada




PADRE EDMUNDO DA MATA, 15 DE FEVEREIRO DE 2025, 90 ANOS DE “VIDA” (requiem aeternam): PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA, BAIRRO JARDIM SÃO LUIZ:SP

PADRE EDMUNDO, DA PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA, BAIRRO JARDIM SÃO LUIZ-Homenagem Póstuma

Padre Edmundo, o Bita do seminário que ecoava no Echus de Ibaté, de São Roque, junto de teus amigos que gostavam de cantar em latim, e depois no Ipiranga que te constituiu sacerdote, em 1963.

Falar de alguém que marcou uma região por quase seis décadas não é necessário, sua obra foi concluída, combatestes o bom combate! “Arregaçastes as mangas” e fostes seguindo os passos de “Quem” te enviou para cá, um lugar distante da Capital, o fim do mundo, uma boca de sertão, mata selvagem!

Podias ter ficado tranquilo onde te mandaram pela primeira vez, lá na Freguesia do Ó, um lugar que estava mais perto do que acontecia em São Paulo. 

Não sei como o bispo de São Paulo de então, convenceu-te a assumir uma incipiente paróquia no longínquo bairro do Jardim São Luiz, mas viestes, com teu entusiasmo de juventude, ou talvez por vontade de conhecer o desconhecido, lugar de operários, donas de casa e criançada aos montes, inclusive este missivista!

Era um desafio, ninguém queria ser pároco e vigário ao mesmo tempo, de uma igreja inacabada, de falta de tudo, os padres vinham uma vez ou outra, acho que vinham porque Deus os obrigava a vir!  Vinham da Verbo Divino, da Chácara Santo Antônio ou do Capão Redondo, faziam as oblações e sumiam por um mês!

Então chegou um padre maluco, o Degas (como falavas de ti mesmo) para morar num lugar que nem a Santa Sé sabia onde era, mas você “casca grossa” não arredou pé, permaneceu na sua missão e todo domingo elevava a eucaristia implorando aos céus forças para suportar a messe!

Quando você chegou acho que o Santo Padroeiro tomou um susto, pois ambos se pareciam, o povo até brincava com a semelhança de ambos.

Tinhas que fazer algo para agregar, e construístes para os jovens se aproximarem da paróquia: fizeste uma quadra de futebol na parede lateral e o curso de madureza, para que houvesse atividade lúdica e estudo, conhecimento necessário para um dia sermos integrados a sociedade e depois adquiriste um projetor enorme e passavas filmes religiosos refletido na parede externa da paróquia.

O tempo foi passando e você casando gente, e claro que disso nasciam crianças aos montes e você batizava quase que em mutirão. Lembro-me de tua satisfação quando em um domingo batizastes mais de 40 recém-nascidos, nessa época foi  um grande acontecimento social, tudo registrado em enormes livros pesados, que depois de muito tempo, vangloriavas de teres batizado milhares de jardinenses.

 A igreja ficava entupida de gente até do lado de fora. Essas crianças depois cresceram e faziam a primeira comunhão, e crismavam-se e o bispo vinha e ficava horas nesse rito, muitos até se sentavam de canseira e “suavam aos cântaros”!

Você ficava de longe observando a multidão, orientava aqui e acolá, com as mãos postas e um sorriso maroto de português sagaz! Teu nome “corria coxia”, eras o padre, o prefeito, o delegado, tudo ao mesmo tempo na região,  e batias de frente com os políticos de São Paulo e muitos se aproveitaram de ti!

Corria aos “quatro ventos” que  padre Edmundo era bravo, não o era, era justo e de um coração sem tamanho, orientou muita gente que levou saudade do padre para outros arrabaldes, onde ainda hoje seu nome é lembrado.

Um dia, como lá em Pentecostes “baixou o Espírito Santo”  no padre Edmundo e ele veio dizendo que a população do Jardim São Luiz  tinha crescido muito e que precisava construir uma nova paróquia. Arrumou um bando de loucos, que aceitaram o desafio, que  por um pouco mais de uma dezena de anos, conseguiu-se levantar do chão as quatro paredes o que foi considerado um grande milagre da primeira comissão, pois “saímos dos alicerces e tínhamos chegado a cumieira”!

Formastes mais de meia dúzia de sacerdotes, uns mereceram-te, e vinham de longe para revê-lo, outro nem tanto, mesmo residindo perto de ti, não tinham o apreço que merecias!

Destes a paróquia o tom da beleza que nenhuma outra tinha na Diocese recém-formada, e olhavas orgulhoso como a dizer como fez o Criador vendo que tudo que foi feito até então era bom, e dizias: “o que foi feito, feito está”!

Não aceitaste o título de monsenhor, acho que serias reconhecido e darias a paróquia o nome de  Santuário, mas não quisestes e decisões se respeitam e tivestes os teus motivos.

Podia-se ficar aqui fazendo elogios de “rasgar seda” por muito tempo, por suas obras que não se limitou apenas a construir uma paróquia!

O tempo, esse incontrolável, foi cansando-te, já não tinhas a garra de antes, e não andavas por si mesmo e fizeram de ti algo que não se reconhecia o sacerdote de outrora, e mandavam e desmandavam até em “tuas coisas” pessoais, e como está escrito:

Cingiram tua cintura e te levavam aonde não querias ir!

Suas forças findaram-se, o corpo cansou!

Seu legado no Jardim São Luiz é eterno, e a quem amastes corrigistes e educastes e plagiando o poeta de tua santa terrinha: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, findastes tua missão, hoje a tua festa é no Céu !!!

Parabéns, padre Edmundo pelos seus 90 anos de sucesso terreno, neste dia de 15 de fevereiro de 2025!

 

(Fotos, retrospectiva de um tempo)