...SOB QUATRO PAREDES
Marx com dezessete anos, ingressou na
Universidade de Bonn rumo à advocacia que foi abandonada seguindo as aulas de
filosofia com o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, professor da
Universidade de Berlim.
O Barão Johann Ludwig von Westphalen era o pai
de Johanna Bertha Julie von Westphalen, conhecida por Jenny, casada com Karl
Marx em junho de 1843 quando o barão já havia falecido. A mãe de Jenny,
presenteou o casal com um dote que continham joias, prataria e um baú com
dinheiro para o começo da família.
Em 1843 Karl Marx encontrava-se desempregado, pois o jornal em que trabalhava
foi fechado pela censura prussiana. O filósofo então casou-se com Jenny e se
mudou para Paris, na França, para trabalhar em um jornal chamado Anais
Franco-Alemães.
Quando Karl Marx se casou com Jenny foi
acompanhada pela governanta do pai dela, Helene Demuth, que tinha a alcunha de
"Lenchen”. Era uma mulher miúda e graciosa, de ascendência camponesa. Era
filha de um padeiro e morava com a família de Jenny, os Westphalen, “desde 11
ou 12 anos de idade”.
Era de confiança para além de gerir as tarefas
diárias domésticas e assuntos financeiros. Em relação aos filhos do “novo”
patrão, ela os considerava como seus.
Karl Marx foi com a família para Londres em 1849, tendo um caso com "Lenchen" que no ano de 1850, engravidou. Quando a criança nasceu, Marx convenceu Friedrich Engels, seu amigo que era solteiro, a assumir a responsabilidade recebendo o nome de Frederick, para insinuar que era filho de Friedrich Engels.
Lenchen deu à luz o menino Henry Frederick
Demuth em 23 de junho de 1851. Na certidão de nascimento, o nome do pai ficou
em branco. Marx nunca assumiu a paternidade do menino Freddy que foi criado por
uma família adotiva de classe média baixa, os Lewis. Freddy entrava pela porta
dos fundos da casa dos Marx para visitar a mãe no trabalho, comia na cozinha e
não tinha acesso ao resto da casa dos patrões de sua mãe Helene.
Na época, correram boatos sobre o assunto, aos
quais Marx rebatia com veemência: “A falta de tato dessa gente é algo
colossal”.
Engels assumiu a criança para proteger Marx,
mas em seu leito de morte revelou o segredo para Eleanor "Tussy"
Marx, a filha preferida de Karl. Louise Freyberger, secretária particular de
Engels, disse numa carta que o próprio Engels confessou o segredo para ela e
acrescentou: "Freddy é absurdamente parecido com Marx".
Paul Johnson, jornalista e historiador, faz
uma ironia ao comentar o caso:
"Helene foi o único proletário com quem
Marx realmente conviveu, ela era seu único contato real com a classe
trabalhadora. Freddy poderia ter sido outro, mas Marx nunca o conheceu”.
O filho de Karl Marx, Henry Frederick Demuth,
que depois mudou seu nome para Frederick Demuth Lewis, não teve filhos e morreu
em janeiro de 1929.
Referências:
Revista Bula — Literatura e Jornalismo
Cultural
JONES,
Gareth Stedman Jones. Tradução Vargas, Berilo. Marx, Karl Marx – Grandeza e
Ilusão. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2017
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