domingo, 12 de outubro de 2025

12 de Outubro: "Viva o Dia das Crianças"...que aprenderam a viver!!!

 ...hoje é o Dia da Criança e fiquei pensando nesse “Tempo Louco” que passa tão veloz, que nos deixa com o maior sentimento:

SAUDADE!
Tive grandes mestres na vida, mas dois sem dúvidas foram incomparáveis, imbatíveis no saber, mesmo quando frequentei a academia, onde tive grandes senhores do conhecimento, esses abaixo mencionados nunca foram igualados:
Meu avô, Manoel e meu pai Ernesto!
O primeiro era exigente, falava que eras jardineiro, mas para mim ele era biólogo, sabia tudo do plantas, trabalhou nas grandes mansões de São Paulo!
O segundo era a calmaria em pessoa, dizia que era mestre de obras, para mim era engenheiro civil, gostava de construir igrejas, e três têm no seu currículo: A São Dimas, no hoje lugar elitizado de São Paulo, Vila Nova Conceição, depois foi levantar a Paróquia do Sagrado Coração, no Brooklin, e outra na Capela do Socorro, também na cidade de São Paulo.
Todos os dias eu tinha afazeres com meu avô, eu era um funcionário assíduo depois das aulas, tinha que limpar os cantos dos terreiros, com um tal de “sachinho”! Acho que inventaram essa enxadinha para ser o primeiro ensinamento para as crianças, pois era uma enxadinha para cavoucar ervas daninhas e remexer a terra sem machucá-la muito.
De tempos em tempos meu avô e eu íamos nas matas rastelar folhagens que caiam das árvores para levar para um enorme buraco feito por ele e juntar com restos de talos de verduras e legumes que minha avó descartava, que isso hoje se chamam de compostagem, mas naquele tempo nem nome tinha e fermentava tudo umedecido de tempos em tempos e depois colocava nas plantas para elas crescerem viçosas!
A vida era boa demais, na minha casa tinha horta, galinheiro e chiqueiro de porcos. Meu pai já deixava a minha incumbência diária para minha mãe, ela era uma espécie de ministra da economia, sabia quanto entrava de recurso e quanto poderia dispor para passar o mês sem aperto. Na escala eu tinha que cuidar do galinheiro, de umas cem galinhas, e soltar as que podia soltar e segurar as que iriam botar ovos para minha avó fazer omeletes de salsinha, cheiro verde e tudo quanto era mato que ela plantava, hoje nem perto passa as omeletes de minha avó!
Depois limpar o chiqueiro era uma “desgrameira” e de quinze em quinze dias eu tinha que lavar para o cheiro não importunar a vizinhança. O que compensava era que no final de cada ano um desses iam para a panela e alegrava nosso Natal.
Meu avô tinha uma carriola de madeira e passava o peixeiro, o padeiro, e outros “eirós” e os cavalos desses comerciantes deixavam o estrume pelas ruas de barro, adivinha que ia buscar toda essa merda? Eu!!!
Meu avô jogava tudo naquela vala fermentada e ainda misturava com a merda das galinhas que eu recolhia do galinheiro aquilo virava um minhocário, que depois era jogado nas plantações!
Verdura, tomares, pimentões machucho, almeirão, couve, batata-doce, pêssego, tangerina, era corriqueiro, reclamar de comida nem pensar, a mãe já “estilingava”, falando: quer comer come, não quer, fica com fome!
Além da tarefa do galinheiro e chiqueiro, meu pai já deixava escalado para depois da escola, eu recolher os tijolos de barro, comprado com muito custo, para sairmos da nossa primeira casa de madeira, e isso é na cidade de São Paulo!!
Meu pai trabalhava de segunda a sábado até meio dia, ia de bicicleta para o serviço, para economizar o ônibus e chegando em casa levantava as paredes com a areia que eu tinha que revirar na semana com cal virgem que sai até fumaça na mistura com água e assim ganhamos uma casa de tijolos com piso de cimento vermelhão, com minha mãe ficou toda orgulhosa dessa vitória!
Fiz parte desse aprendizado, e repito:
Igual aos meus maiores mestres da vida não existem em lugar nenhum...e não sou o único que recebeu esse doutorado!
Viva, 12 de Outubro, o Dia das Crianças...aliás, todos os 365 dias lhes pertencem!!!

Sem comentários: