sexta-feira, 14 de março de 2025

O “Homem do Guarda Chuva” do Hospital Geriátrico de Convalescentes Dom Pedro 2º (JAÇANÃ/SP)

Endereço: Avenida Guapira, 2674, Jaçanã, São Paulo

Joaquim Gil Pinheiro nasceu em 24 de janeiro de 1855 na Freguesia de Alcaide, Fundão, Portugal. Filho legítimo de Domingos Gil Pinheiro e de Maria Eugénia da Silva, neto paterno de Francisco Gil e de Rosa Pinheiro, ambos naturais de Alcaide. Joaquim Gil Pinheiro, aos dezoito anos, era escrivão do Juiz Eleito da freguesia de Orca, profissão que abandonou, devido a doenças dos pais, para tomar conta, com um irmão de dezesseis anos, de uma loja de comércio que os pais possuíam no Alcaide.

Comendador Benemérito no Brasil

Chegou ao Brasil em 22 de julho de 1878, onde angariou fortuna como apicultor e fabricante de velas de cera. Como benemérito Gil Pinheiro auxiliou diversas instituições brasileiras, especialmente associações de beneficência e irmandades, como Beneficência Portuguesa,  pelo que lhe foi atribuído o Grau de Comendador e de que muito se orgulhava.

Para perpetuação da sua memória, após a morte, deixou a maior parte dos seus bens a instituições de caridade com a condição de colocarem, em lugares de destaque, o seu retrato a óleo, bustos seus, e até formulou o desejo das datas do seu nascimento e da sua morte serem consideradas dias feriados, com o seu nome. Eis o motivo do “Homem do Guarda Chuva” do Hospital Geriátrico de Convalescentes Dom Pedro 2º, em Jaçanã!












Ele próprio escreveu seu testamento em 28 de março de 1923. Era um homem extremamente religioso, filantrópico e muito vaidoso, com uma visão muito avançada para a sua época, em seu testamento ele propôs a criação de uma Fundação para o assistencialismo às pessoas carentes.

Tinha enorme gratidão pelo Brasil, viveu na cidade de São Paulo, e fixou também residência na cidade de M’Boy, atualmente denominada de Embu das Artes, no Estado de São Paulo. Faleceu em Coimbra em 28 de novembro de 1926, sendo transladado para o Brasil, no Cemitério São Paulo, na cidade de São Paulo.

Parte dessa história no link:

Joaquim Gil Pinheiro e a Doação à Prefeitura de São Paulo

http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2015/07/joaquim-gil-pinheiro-e-doacao.html

Joaquim Gil Pinheiro, da Freguesia de Alcaide para Embu das Artes, São Paulo

http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2014/07/joaquim-gil-pinheiro-da-freguesia-de.html

quinta-feira, 13 de março de 2025

O "PESCADOR" DO DINHEIRO DO PADRE!

...entre a realidade e a ficção, pode haver muita realidade!!!

Lá nos “Cafundó do Judas”, onde nada tinha, foi enviado um padre novato, que tinha sido ordenado para servir a Deus, onde ninguém queria ir!
Esse sacerdote tinha traços de gente simples, sem muito luxo, alto, carrancudo, mas de coração enorme e confiava em Deus e em todo mundo que o rodeasse.
Tinha que ser desse jeito, pois foi largado no fim do mundo, onde passava uma carroça a cada dia, no meio do nada, numa boca de sertão, mata pra todos os lados!
Ele confiou as chaves da igreja ao mais antigo dos moradores, que morava parede com parede da igreja, homem integro, muito religioso, com uma “penca” de filhos e de sua patroa, que cuidava das alfaias e deixava tudo um brinco para as missas de domingo, para onde se dirigiam todos da freguesia, uns iam a pé, outros a cavalo, outros “mais ricos” de charrete e que moravam a léguas de distância da igreja!
A missa acontecia com muita alegria, enchia tanto que nem se sabia que tinha tanta gente ao redor. Louvavam Deus com entusiasmo e havia um cantador que apareceu do nada e entusiasmava a assembleia, afinal quem que não gosta de música nessa vida, pois alegra o corpo e a alma.
A igreja estava com obras, no “cru”, como se fala no interior, era rústica, sem acabamento e o padre tinha vergonha de pedir dinheiro para ir tocando a obra e ele incumbiu uma pessoa que era um “pedinte nato” e floreava as necessidades do templo, e evidente qual era o “fiel” que não queria que “onde ele pede graças gerais” não se entusiasmava e começasse a colaborar com as obras onde “mora Deus”!
Foi feito “Livro de Ouro” onde os mais abastados assinavam suas contribuições, e tinha também uma caixa fechada com cadeado onde as "espórtulas" pingava, mas na secava e essa “bufunfa” era da maioria dos "irmãos de fé" que também tinham parte nessa “obra divina”!
Essa caixa tinha um cadeado e uma fenda na parte superior onde se depositava esse bônus e o padre confiava tanto que deixava essa caixa exposta num canto da sacristia.
Como toda igreja tem seu santo predileto, e nesse "dia do santo padroeiro" organiza-se uma grande festa com todo tipo de quitute, frango e porco assado, roleta, casinha do coelhinho, tiro de bolas nas latas enfim tanta coisa que o dinheiro encheu a caixa com o padre todo contente, pois isso daria uma alavancada nas obras e ele despreocupadamente colocou a caixa entupida de dinheiro num cantinho da sacristia e todo mundo viu que na caixa não entrava mais nada e era segura, pois só o padre tinha a chave do cadeado!!!
No outro dia o padre e o sacristão foram abrir a caixa para contar a verba, eis a surpresa quando os dois abriram a caixa, entraram em choque, pois a caixa estava pela metade o padre descobriu que fora furtado, mas quem teria feito isso? Não poderia acusar quem tinha a chave da igreja e nem as senhoras que cuidavam da limpeza!
O padre engoliu seco, mas nada disse, mas começou um zum-zum-zum que o padre tinha anunciado um valor, mas que tinha que ser o dobro!
Pronto, o padre estava na berlinda, mas com quem ele iria falar que roubaram o dinheiro se era ele o “dono da chave do cadeado da caixa de dinheiro”?
O padre pediu ao sacristão ficar em silêncio, e nada falar, pois ele iria criar uma armadilha, para o ladrão, que iria voltar em tempo oportuno, pois o larápio se acostumou com o mal feito de surrupiar coisas quando encontrou facilidades, tornando-se “amigo do alheio”!
Na época do Natal o corações amolecem e novamente a “caixa do dinheiro” encheu até a boca e depois de muita cantoria na igreja na “Missa do Galo” com abraços aqui e acolá até altas horas da noite, o padre mandou o sacristão colocar a bendita caixa no mesmo lugar de sempre, e a igreja esvaziou-se e todos os fiéis foram para suas casas dormirem...menos o padre e o sacristão que fecharam as portas e apagaram as luzes e ficaram a espreita esperando o rato “cair na ratoeira”!
“O lobo perde o pelo, mas não perde o costume” e lá pelas tantas a porta da igreja abriu-se vagarosamente e sem barulho algum um vulto dirigiu-se para a sacristia e com um arame em gancho foi tirando pela fresta da caixa o dinheiro arrecadado e depositando em um saco com o padre vendo tudo por uma fresta! Quando o gatuno se viu satisfeito e fez menção de sair, as luzes se acenderam e pulou na frente do gatuno o padre e o sacristão com um porrete cada um, colocando o larápio na parede e eis a surpresa do padre ao saber quem era o ladrão:
O entusiasta “cantador musical”!!!
Com medo de levar uma porretada confessou ter uma cópia da chave da igreja, pois um dia esqueceu a viola “propositadamente” e pediu a chave para o guardador da igreja e se aproveitou da inocência do homem e fez a cópia!
O padre com seu coração de ouro, não denunciou à polícia, mandou o ladrão “pescador” embora, com o pedido de ele nunca mais voltar àquela paróquia...e deste modo a paróquia aos poucos foi sendo ampliada com todo o dinheiro arrecadado!
Moral da história:
O “pescador” do dinheiro da igreja estava no meio do povo e a diferença era apenas a letra “S” e o cantador deve estar enganando em outras freguesias, usando o nome de Deus em vão!!!