sábado, 16 de julho de 2022

Réquiem ao padre Edmundo da Mata

Hoje foi um dia especial, muitos estavam presentes para ver-te,

mas não fui falar contigo, não tive coragem.

Mas era um dia especial, pois a igreja estava lotada,

como você queria ver um dia,

com os 125 bancos entupidos de gente.

 

Mas hoje fiquei em pé, ouvindo o réquiem que te ofereceram!

Hoje, especialmente hoje, não fiquei no canto de sempre,

para buscar o ângulo em que erguias Deus aos Céus,

não poderia ser tão ousado em registrar-te, hoje,

hoje não, não mesmo, o gatilho sempre armado

da máquina fotográfica, não funcionou!

 

Já estavam acostumados verem-te na internet,

quando era um missa solene, em dia especial,

mas hoje era também especial, mas era diferente,

não estavas lá como sempre estivestes!

As broncas decantadas, nunca as recebi,

o anonimato era a minha discrição,

afinal, era Deus o Ápice em tuas mãos!

 

A missa foi solene, bonita, tanto quanto e quantas fizestes,

ao longo do tempo, confirmando sempre a Ressurreição!

Agora estais diante Dele, teu amigo, teu companheiro,

fica por aqui a nostalgia dos caminhantes da vida,

muitos depoentes expuseram tuas máximas,

embora muitos que se foram, poucos voltaram!

 

Quiseram colocar-te cabresto, não conseguiram,

eras livre, como os pássaros,

muitos enganaram-te, até os diante de ti,

fingias não enxergar, e mesmo traindo juramento,

vinham esconder-se no aprisco, na casa que fizestes,

para Ele, e somente Ele ser louvado.

 

Buscavam a tua segurança, e a de nosso Senhor,

e depois saiam as escondidas, batendo a porta,

no sinal mais imperfeito da condição humana:

A ingratidão!

 

Deus não permitiu que a mentira prevalecesse,

da boca falar o que o coração não sente,

mentirosos, eternos mentirosos,

mesmo dos que te devem o que são hoje!

 

Afastaram de ti os que faziam parte dos teus instantes,

daqueles que falavas abertamente como em família,

mas não prevaleceram por muito tempo,

foram ceifados como o joio!

 

As forças que tivestes não eram as de tua juventude,

e os corvos de sempre te rodeavam,

insatisfeitos com o butim que amealharam,

usando-te, além da blasfêmia do Santo nome em vão.

 

Agora acabou, Deus deu um basta,

não iria admitir mais que te usassem,

ordinariamente e depois te descartasse,

sem satisfação alguma!

 

Acabou para aos que amavam a Mamon,

já tiveram sua paga, da esbórnia,

que as escondidas fizeram.

O Deus que tudo Vê, ainda cobrará,

dos que agiram na escuridão, às ocultas.

 

Tivestes, mesmo assim, fiéis que te acompanharam,

como acompanharam Deus que louvastes,

não se afastaram jamais, observaram sempre o movimento,

ao teu redor daqueles ávidos do poder,

e Deus com toda Sua imensidão, proveu outro em teu lugar,

que não aqueles que cobiçaram estar onde estivestes!

 

Acabou, mil vezes, acabou!

Deus escreveu como deveria ter escrito,

mesmo quando o poder religioso vacilava,

e pouco tempo tinha para receber,

aqueles que nunca admitiram tanta falsidade!

 

Trabalhastes muito, combatestes o bom combate,

agora ganhastes o descanso merecido da Glória Eterna e...

as lembranças que deixastes gravadas na História!

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