sexta-feira, 1 de abril de 2022

Um reservatório de água para Santo Amaro (de Cidade Paulista a Bairro Paulistano) e a Dívida Extinta com a Perda da Autonomia

 Santo Amaro, dormiu "cidade", acordou "bairro" em 1935

Em 15 de junho de 1931 a Secretaria de Viação celebra um termo de acordo entre os governos do Estado de São Paulo através do coronel João Alberto Lins de barros, Interventor Federal no Estado de São Paulo, e a prefeitura de Santo Amaro, através do Decreto Estadual número 5048, para realização de serviços de águas e esgotos. O governo do Estado comprometeu-se a fornecer 3 mil metros cúbicos de água filtrada devendo a prefeitura de Santo Amaro fazer a elevação desse volume para o abastecimento da cidade. O reservatório vai ser construído pela prefeitura em terreno que o Estado possui no Alto da Boas Vista, Chácara Flora. Pelo volume de água fornecia, pela cessão do terreno do reservatório a prefeitura de Santo Amaro pagará ao Estado a quantia de 1000 réis por mês por prédio abastecido e mais sobre 10% sobre o excedente calculado de 10000 réis por prédio abastecido.

No Artigo 4.º do decreto nº 5.048, de 1.º de junho de 1931, estabelece ainda o acordo:

No caso de incorporação do município de Santo Amaro ao desta Capital, os serviços referidos nos artigos anteriores reverterão ao Estado, sem indenização alguma á Prefeitura Municipal de Santo Amaro, ficando somente a cargo do Estado o saldo empréstimo para a primeira instalação, não podendo ser contraída qualquer outra dívida para o custeio desses serviços sem anuência prévia do Estado.

A Repartição de Águas e Esgotos e Repartição de Saneamento farão as disposições legaes, que lhes sejam aplicáveis, vigentes na Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas. (grafia de época)

Considerando que dentro do plano geral de urbanismo da cidade de São Paulo, o Município de Santo Amaro está destinado a constituir um dos seus atraentes centros de recreio, considerando que para a organização desse plano, o Estado tem que auxiliar diretamente ou por ato da prefeitura, as finanças de Santo Amaro tanto que desde já declara extinta a responsabilidade para com o tesouro do Estado, proveniente do contrato de 18 de junho de 1931, e que muito onera o seu orçamento e muito dificulta a sua expansão econômica e cultural:

Considerando que, liquidada essa dívida, todas as suas rendas poderão ser aplicadas no seu próprio desenvolvimento;

Considerando, ainda, que o Estado não só se dispõe incrementar em Santo Amaro, a construção de hotéis e estabelecimentos balneários que permitam o funcionamento de cassinos nos moldes do decreto n° 6948, de 6 de fevereiro  de 1935[1], como também já destinou verba para melhorar as estradas de rodagem que servem aquela cidade, facilitando os meios de comunicação rápida e eficiente, com o centro urbano.

Providencia ainda o decreto, sobre a criação de uma subprefeitura de Santo Amaro, cargo criado pelo Decreto Municipal número 6.983, de 22 de fevereiro de 1935 e Ato Municipal nº 1.146 de julho de 1936.

Dependente diretamente da prefeitura da Capital, sobre o aproveitamento dos funcionários do município que se pretendo extinguir, e mande cancelar o adiantamento de 500:000$000 (réis, moeda extinta somente em 1942, dando lugar ao cruzeiro) atualmente acrescido dos juros de 124:658$600 e que foi feito ao município de Santo Amaro em virtude do contrato de 18 de julho de 1931.


 

Bibliografia:

O Estado de São Paulo- 18 de junho de 1931 Reservatório De Água no Alto da Boa Vista

Decreto Municipal nº 6.983. publicado em Diário Oficial, de 23 de fevereiro de 1935

Correio Paulistano 21-02-1935


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[1] Santo Amaro em 1935 Perda da Autonomia

Após a Extinção do município de Santo Amaro pelo DECRETO N. 6.983, DE 22 DE FEVEREIRO DE 1935, ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA, Interventor Federal no Estado de São Paulo, enviou agentes para fazerem reconhecimento da região de 640 quilômetros quadrados que foram anexados ao município de São Paulo, resultando várias imagens que se tornaram registros históricos.

 

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