sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Pirâmides Brasília S.A. Indústria e Comércio, no Bairro Jardim São Luiz, São Paulo/SP

Entre as empresas de porte das indústrias instaladas em São Paulo estava a Pirâmides Brasília S.A. Indústria e Comércio, fundada por Sami Koudsi, em 22 de julho de 1966, em galpões situados à Avenida Maria Coelho Aguiar, número 573, no bairro Jardim São Luiz.

Sami Koudsi, nasceu em Mosul, Ninawa, Iraque, em 18 de setembro de 1927. Era filho de Ibrahim Aziz Malki e Sara Aziz Gabriel. Teve as irmãs Nohad Malki e Fawzia Aziz Al Kass Issahak, casada com Fariss Kalil Al Kass Issahak. 

O fundador da Pirâmides Brasília veio para o Brasil em 1951, com 24 anos, em navio com imigrantes que resolveram cruzar o Atlântico em direção à América. 

Sami Koudsi foi um dos responsáveis na implementação da Câmara Iraquiana de Comércio, tornando-se seu presidente. As relações diplomáticas comerciais entre Brasil e Iraque, na década de 1970, estavam voltadas ao interesse do Brasil pelo petróleo iraquiano. Para igualar a balança comercial, o Brasil exportou automóveis do modelo Passat da Volkswagen, além de encomendas da Avibrás (no ramo de aviação) e serviços de infraestrutura no Iraque, através de construções da empreiteira Mendes Junior.

No bairro Jardim São Luiz, a Pirâmides Brasília teve sua expansão voltada para o ramo de espuma de colchões, ampliando, mais tarde sua produção para artigos plásticos.

A Pirâmides Brasília tinha um corpo técnico formado por Sami Koudsi, seu diretor-presidente, por Antônio Campelo Haddad, diretor superintendente e Arnaldo Mendes de Oliveira, diretor comercial, que fazia a empresa ter participação forte no mercado interno e externo. 

Com o tempo, foi duplicada a capacidade instalada para a produção de espuma, e a empresa passou a situar-se entre as maiores produtoras do setor na América Latina. Juntamente com a The Dow Chemical Company fundaram o empreendimento Propenasa, Produtos petroquímicos Nacionais S.A. Em 1972, a Pirâmides Brasília S.A. começou a produzir derivados de petróleo, como o polipropileno-glicol, matéria-prima que na época era importada, mas que era fundamental para a fabricação de espumas rígidas e flexíveis.


A Pirâmides Brasília se tornou o Grupo PiraSpuma, investindo em outros segmentos, como por exemplo, o automobilístico, que estava em grande expansão no Brasil. Criou-se a MC Cord Pirâmides S.A. Produtos Plásticos, que com modernos equipamentos estava preparada para produzir painéis, descansa braços e assentos de espuma moldada. Assim a empresa supria as demandas das grandes montadoras automobilísticas instaladas no Brasil.

Sami Koudsi Edição de 6-12 de outubro de 1973. Jornal Brooklin (Grupo Sul News).

Em 1973 Sami Koudsi recebeu o título de “Industrial do Ano” para o empresário, prêmio concedido pelo Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo[1].

Juntamente com sua esposa, Maria Campello Haddad Koudsi fez a Fundação Sami Koudsi, instituída em 14 de outubro de 1974, com endereço de escritório à Avenida Faria Lima, 1815, em Pinheiros.

As dificuldades diante da “década perdida” de 1980 e a rigidez do mercado brasileiro tiveram consequências drásticas na empresa, obrigando-a a Pirâmides Brasília a fechar suas portas, terminando um dos ciclos das indústrias na região.

Sami Koudsi faleceu em São Paulo, em 17 de janeiro de 1990.

 



[1] Matéria do Jornal do Brooklin, de 6 a 12 de outubro de 1973 e de 1 a 7 de dezembro de 1973.


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