terça-feira, 7 de abril de 2015

TUDO É HISTÓRIA, MAS NEM TUDO É HISTÓRICO!

Investigação e fonte primária

Toda investigação requer um tempo para angariar provas suficientes para retirar o máximo de dados de fragmentos que estão expostos no objeto que se quer retirar provas e definir uma consideração afirmativa de ser um fator de conclusão dos fatos. Existe atrás de toda investigação de cunho cientifico a observância de detalhes que não estão implícitos no objeto e que é a parte integrante que conforma toda estrutura que dará a informação necessária para montar o quebra cabeça investigativa.   Detalhes que não são visíveis a quem não está ligado ao objeto estudado pode ser de suma importância para fechar todos os “autos” que conclui a linha seguida na investigação. Muitas vezes para se ter um fragmento histórico de um momento histórico requer-se paciência suficiente para definir toda a gama de dados armazenados ao longo do tempo a que se propôs estudar seus detalhes. Por vezes “cai no colo" de quem procura dados ocorridos uma peça importante que dará mais subsídios para definir algo importante como algo conclusivo, embora sempre faltará algum fechamento, pois como o filósofo alemão Walter Benjamin[1] define que não há como recuperar toda a história, e é melhor que assim seja, para existir sempre uma janela aberta para novas perspectivas para dirimir dúvidas que porventura haja nesta “arqueologia investigativa”, que está nos escombros de algo que ficou escondido por um tempo, e que virá a luz dando mais consistência a investigação.

Existe neste sentido a fonte primária, ou fonte original, que é aquela fonte escrita em um primeiro momento por uma autoridade de fato e de direito instituída para dar o parecer sobre um objeto em questão, e que será a origem do que se quer definir como de importância em dado instante como documento oficial, em assentos de registros que será a fonte de onde se extrairá dados de pesquisa ao longo do tempo.

Tudo é história, mas nem tudo é histórico, pois parte daquilo que faz a história humana muita coisa carece de registro oficial, ficando a mercê da oralidade de determinada localidade onde há pertencimento e identidade. Muita coisa perde-se em toda a gama de informação que existe na história que fica restrito somente a um grupo que recolhe aquela informação, muitas vezes necessária para sobrevivência.

Enfim, é necessário afinco para investigar e subtrair do objeto, a fonte de dados que se quer subtrair algo ainda indefinido na investigação, um registro feito num tempo e num espaço definido como oficializado que permaneça como relevante e que foi determinante para o poder da época. 

O poder é quem tem “o poder” de oficializar documentos para validar a autenticidade com sua chancela impressa!



[1] Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo que veio antes e depois”.

“A verdadeira imagem do passado perpassa, veloz. O passado só se deixa fixar como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido”.

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