quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Monumento aos Aviadores foi passear e não voltou: Furto, Roubo ou Seqüestro em 1987?

Furto, Roubo ou Seqüestro do Monumento aos Aviadores da Represa de Guarapiranga em 1987.
Quais das três transgressões ocorreram à época?

1) Furtar: Ato de ocultar dissimuladamente.

2) Roubar: Apropriar-se de algo, de modo enganoso. Agir desonestamente, ou de modo a prejudicar alguém.

3) Seqüestrar: Desviar da rota mediante violência.
 
Algumas considerações se fazem necessário quanto ao momento histórico, e algumas citações em “De Pinedo foi passear e não voltou” de 1987, se trata de matéria jornalística e não um documento histórico, logicamente respeitando-se reportagem como fonte do fato midiático de então.

Antes se deve colocar uma posição quanto a monumento e estátua que pode ser revisto em:




Não nos esqueçamos também de João Ribeiro de Barros!
 
Faz-se necessário também citar o comandante brasileiro João Ribeiro de Barros, natural da cidade de Jaú, São Paulo, que ousou tanto quanto De Pinedo para completar o reide em 1927, e deve ser sempre lembrado, com as honras merecidas tanto quanto a tripulação, tenente aviador da Força Pública do Estado de São Paulo, João Negrão, pelo navegador capitão da Aviação Militar Newton Braga e pelo mecânico Vasco Cinquini que completou a heróica trajetória, culminado na Represa de Santo Amaro, Guarapiranga.

Os conflitos para que os brasileiros não completassem o feito eram constantes indo ao exagero de interferências diplomáticas por declarações co-piloto do avião, Arthur Cunha, (depois substituido por João Negrão) que chegando a Lisboa, critica os seus companheiros e os desacredita, o que provoca reação imediata de Washington Luis, então Presidente do Brasil, envia um telegrama ao Comandante Barros solicitando-lhe que desistisse de tão arriscado vôo, inclusive para reduzir o impacto causado pelas declarações de Artur Cunha, evitando assim incidências de problemas diplomáticos com a Europa.

Indignado, e não tendo recebido qualquer ajuda do governo, o Comandante sente-se insultado e responde ao Presidente: "Cuide das obrigações de seu cargo, e não se meta em assuntos que não entende e onde não foi chamado"
Início da epopéia do JAHÚ: Lago Maggiore, também chamado de Lago de Locarno ou Verbano, o segundo da Itália em superfície.

Travessia do Atlântico: O ESTADO DE SÃO PAULO 29/4/1927
Na madrugada de 28 de abril de 1927, voando a uma velocidade de 190 km/h, um recorde absoluto, o hidroavião Jahú, depois de 12 horas no ar, pousou no mar, próximo a Fernando de Noronha. Estava concluída a primeira travessia aérea do Atlântico sem esquadra de apoio, feita pelo comandante João Ribeiro de Barros e sua tripulação.
A equipe do Jahú levou a cabo o raide, maratona entre Gênova e São Paulo, com escalas em Gibraltar, Las Palmas, Cabo Verde, Porto Praia, Fernando de Noronha, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos, alcançando finalmente a represa de Santo Amaro (Guarapiranga) no dia 2 de agosto de 1927, concretizando assim a sua árdua missão após ter coberto um percurso de 9.795 quilômetros em 57 horas e 3 minutos de vôo, completando a epopéia do Atlântico.

Reportagem jornalística "GAZETA DE SANTO AMARO de 05 de setembro de 1987:
De Pinedo foi passear e não voltou

 "Recentemente, a estátua de Pinedo, foi retirada de seu local original, próximo a represa de Guarapiranga para ser restaurada. No entanto, na verdade, foi transferida para outro local. Esta sendo instalada em frente à Igreja Nossa Senhora do Brasil, na praça do mesmo nome, no Jardim Europa.
A retirada da estátua da av. De Pinedo causou grande insatisfação nos moradores da região. O monumento, além de evocar um acontecimento histórico, tinha um significado especial para o povo santamarense. Tradicionalmente, fazia parte da imagem do principal ponto turístico da zona sul, compondo com ele um quadro de perfeito equilíbrio.
Os jornais diários desta semana aventaram as conotações fascistas dos símbolos contidos na estátua. Sem dúvida a política de Mussolini na Itália, durante a segunda guerra, é uma página virada da história que todos querem esquecer. Entretanto existe um componente muito mais importante que a simbologia existente nos elementos contidos na estátua. Afinal, o Brasil da época, politicamente não ficava muito longe das ideologias totalitárias e nacionalistas. Nacionalismo exagerado era próprio desse período em boa parte do mundo.

O componente é o símbolo gerado pelo fato histórico em si. Símbolo da força do homem vencendo desafios. Independente de ideologias. Pura e simplesmente o fato. Lugar nenhum é melhor do que a represa de Guarapiranga. Foi lá que Francesco De Pinedo, general, pura contingência da época, acompanhado de Carlo Del Prete e o mecânico Vitale Zachetti, desceu a bordo de um hidroavião após atravessar o Atlântico.

O ato heróico, fato histórico, no local de sua ocorrência. E se um dia resolverem mudar o monumento do Ipiranga para a praça da Sé? A comparação é apropriada. Com as devidas proporções foi o que aconteceu".

Diante disto cuida-se que haja o restauro por completo, não apenas transportar o “Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico” como simples artefato de montagem. Trata-se de memória histórica que as egrégias autoridades municipais não fazem mais do que sua obrigação devolver o Monumento, afinal foram eles que arrebataram-no de seu local original, não importa qual modelo de governo o fez, quem se compromete a dirigir um órgão qualquer, assume compromissos anteriores. Não se furta um povo de seus direitos por simples capricho de seus representantes, que documentam firmando em gabinetes lacônicos “cumpra-se”. Há de se respeitar direitos antes de assumirem deveres administrativos. É antes de tudo uma correção aos desmandos, não é um favor, mais uma obrigação do poder!

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