sexta-feira, 13 de março de 2020

FAMÍLIA "COMUM": O FILHO NÃO RECONHECIDO DE KARL MARX


...SOB QUATRO PAREDES
Marx com dezessete anos, ingressou na Universidade de Bonn rumo à advocacia que foi abandonada seguindo as aulas de filosofia com o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, professor da Universidade de Berlim.

O Barão Johann Ludwig von Westphalen era o pai de Johanna Bertha Julie von Westphalen, conhecida por Jenny, casada com Karl Marx em junho de 1843 quando o barão já havia falecido. A mãe de Jenny, presenteou o casal com um dote que continham joias, prataria e um baú com dinheiro para o começo da família.
Em 1843 Karl Marx encontrava-se desempregado, pois o jornal em que trabalhava foi fechado pela censura prussiana. O filósofo então casou-se com Jenny e se mudou para Paris, na França, para trabalhar em um jornal chamado Anais Franco-Alemães.
Quando Karl Marx se casou com Jenny foi acompanhada pela governanta do pai dela, Helene Demuth, que tinha a alcunha de "Lenchen”. Era uma mulher miúda e graciosa, de ascendência camponesa. Era filha de um padeiro e morava com a família de Jenny, os Westphalen, “desde 11 ou 12 anos de idade”.

Era de confiança para além de gerir as tarefas diárias domésticas e assuntos financeiros. Em relação aos filhos do “novo” patrão, ela os considerava como seus.

Karl Marx foi com a família para Londres em 1849, tendo um caso com "Lenchen" que no ano de 1850, engravidou. Quando a criança nasceu, Marx convenceu Friedrich Engels, seu amigo que era solteiro, a assumir a responsabilidade recebendo o nome de Frederick, para insinuar que era filho de Friedrich Engels.
Lenchen deu à luz o menino Henry Frederick Demuth em 23 de junho de 1851. Na certidão de nascimento, o nome do pai ficou em branco. Marx nunca assumiu a paternidade do menino Freddy que foi criado por uma família adotiva de classe média baixa, os Lewis. Freddy entrava pela porta dos fundos da casa dos Marx para visitar a mãe no trabalho, comia na cozinha e não tinha acesso ao resto da casa dos patrões de sua mãe Helene.
Na época, correram boatos sobre o assunto, aos quais Marx rebatia com veemência: “A falta de tato dessa gente é algo colossal”.
Engels assumiu a criança para proteger Marx, mas em seu leito de morte revelou o segredo para Eleanor "Tussy" Marx, a filha preferida de Karl. Louise Freyberger, secretária particular de Engels, disse numa carta que o próprio Engels confessou o segredo para ela e acrescentou: "Freddy é absurdamente parecido com Marx".
Paul Johnson, jornalista e historiador, faz uma ironia ao comentar o caso:
"Helene foi o único proletário com quem Marx realmente conviveu, ela era seu único contato real com a classe trabalhadora. Freddy poderia ter sido outro, mas Marx nunca o conheceu”.
O filho de Karl Marx, Henry Frederick Demuth, que depois mudou seu nome para Frederick Demuth Lewis, não teve filhos e morreu em janeiro de 1929.


Referências:
Revista Bula — Literatura e Jornalismo Cultural 

JONES, Gareth Stedman Jones. Tradução Vargas, Berilo. Marx, Karl Marx – Grandeza e Ilusão. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2017

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