A
SAGA DOS ALVES DE LIMA EM SÃO PAULO
O pai de Antonio Manuel
Alves de Lima foi uma das expressões máximas do setor cafeeiro brasileiro, Octaviano
Augusto Alves de Lima era filho de Antonio Manoel
Álvares de Almeida Lima e de dona Maria Leopoldina Álvares de Lima, e não
conheceram outra atividade senão a agrícola. Sofreram revezes e tiveram que
reiniciar em novos horizontes. Isso os levou para Buenos Aires, Argentina, onde
havia a tradição do mate. Montou no país vizinho o comércio do café, vendido em
xícaras a moda brasileira, desconhecido na Região do Prata. Assim nascia a sua
marca “Café Paulista – O Melhor do Mundo”. Deste modo o referido mercado
argentino passou de sua insignificante importação de 15 mil sacas de café para 600
mil, sem apoio algum do governo brasileiro. Em 1902 o presidente do Brasil, Campos
Salles em visita a Argentina do presidente Julio Roca foram em suas “viaturas”
puxadas por animais degustar a bebida do antigo lavrador brasileiro o que
contribuiu para divulgação maior do produto, tornando-se até distribuidor do
café brasileiro, sendo em 1910 uma referência na Exposição Internacional
realizada em Buenos Aires. Depois disso diversificou com outros artigos como o
cacau da Bahia e Pará, o mate e goiabada paulista.
Alves de
Lima, Octaviano. La República Argentina 1906-1907 p.267 - Referência acima
cedida gentilmente por Martín Giardelli
(Tornou-se denominação
da “Rua Octaviano Alves de Lima”-Pioneiro
do Café no Prata-1848-1921, na Marginal direita do Rio Tietê, no trecho que
fica entre a Ponte da Casa Verde {era para ser entre a Ponte das Bandeiras} e a
ponte da Via Anhanguera, Processo nº 6.814/57; Projeto de Lei nº 601, de 3 de
outubro de 1957; informação nº 4.759 da Câmara Municipal de São Paulo, de
autoria do vereador Elias Shammass, processo encerrado em 10 de março de 1960)
OS
IRMÃOS DE ANTONIO MANUEL E O RAMO DO CAFÉ
Seus irmãos Joaquim Bento Alves de Lima e Octaviano Alves de Lima
tiveram papel fundamental na continuidade dos negócios dos pais da fazenda
Ribeirão Fundo, em Tietê. A Fazenda São João, em
Capivari, era outra propriedade de Octaviano Augusto Alves de Lima e fazia
parte dessa estrutura cafeeira.
Joaquim Bento Alves de Lima no mesmo
seguimento fundou a empresa “Lima, Nogueira Cia” sendo junto com os irmãos, um
membro ativo das decisões Automóvel Clube de São Paulo, Clube Comercial, Clube Atlético
Paulistano, Sociedade Hípica Paulista, Jockey Club, Clube de Campo Santo Amaro.
Octaviano Alves de Lima[1]
além de suas ações junto aos irmãos teve participação efetiva como presidente
diretor do “Café Paulista S.A.” que tinha se fixado na Argentina, em Buenos
Aires desde 1911, por iniciativa de seu pai Octaviano Augusto Alves de Lima.
Foi ainda diretor do Banco Noroeste de São Paulo em 1924-25; sendo depois, em
1928,chefe da missão Instituto Brasileiro do Café. Foi grande produtor de café
em Campinas[2], e
criou a Cooperativa Central dos Cafeicultores. Tornou-se, desde 1931,
proprietário e diretor da empresa Folha da Manhã Ltda (hoje Folha de São Paulo)
e Folha da Noite. Foi autor do livro “Revolução Econômico-Social”.
ANTONIO
MANUEL ALVES DE LIMA: UMA CARREIRA ILIBADA
Antonio
Manuel Alves de Lima foi empresário do ramo de café, nascido
em 27 de junho de 1873, sendo filho de Octaviano
Augusto Alves de Lima e Izabel de Arruda. Fez os estudos primários em Tietê
e Capivari, e mais tarde foi enviado para especialização em Altona, Alemanha,
onde permaneceu por uma década.
Casou-se
em 1898 com Jullita Prado[3],
filha de
Martinho da Silva Prado Junior e de Albertina Pinto.
Tiveram os filhos Maria Isabel,
Jorge, Antonio, Vera e Stella.
O casal fixou residência na Avenida Higienópolis, nº 8, em
São Paulo, Capital, onde foi contratado o senhor Manoel dos Santos (avô deste
missivista) em 1925, conforme consta em documento expedido pela “Directoria de
Fiscalisação do Serviço Doméstico”, como jardineiro da locatária Julitta Prado
Alves de Lima!
Sua carreira foi pautada no ramo da agricultura tendo sido presidente da Companhia Agrícola Guatapará e do Instituto Brasileiro do Café de São Paulo, empossado em 1924, permanecendo no cargo por 30 anos, além de ter sido Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo de 1930 a 1931, com o fim da República Velha.
Tornou-se membro da
União Cultural Brasil Estados Unidos; da Sociedade Agrícola do Jóquei e do
Automóvel Clube de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Foi condecorado com a
Medalha do Mérito Agrícola, concedida pelo Rei da Bélgica, Alberto II.
Por muito tempo manteve
moradia na Praça da República nº 77, na esquina da Avenida Ipiranga e com
escritório na Rua Barão de Itapetininga, nº 50, em São Paulo.
EDIFÍCIO SÃO LUIZ, nº 77, PRAÇA DA REPUBLICA, SÃO PAULO/SP
RUA BARÃO DE ITAPETININGA, SÃO PAULO/SP
CONDOMÍNIO CASA ALVES DE LIMA-PRÉDIO DE 9 ANDARES COM 248 UNIDADES
Após a morte de sua esposa Julita, em 1945, a chácara de propriedade da família localizada no Jardim São Luiz, à Rua Nova Tuparoquera, 249, era uma zona rural com muitas chácaras, passou a ser denominada “Fundação Julita” a partir de 6 de dezembro de 1951, tendo sua referência pautada no campo social nas áreas da saúde, educação e outros afins.
Antonio Manuel Alves de
Lima possuía currículo invejável e
de grande virtude, vindo a falecer em 11 de abril de 1969, aos 96 anos de idade.
Há em sua homenagem a “Escola Estadual Antonio Manuel Alves de Lima”,
situada no Bairro São João, distrito do Jardim São Luiz.
Vide
referência e complementos:
ERVILLE LEVI, Darrell. A Família Prado.
São Paulo: Editora: Cultura, 1977
|
SANT’ANA,
João Gabriel. Repertório Biográfico e Genealógico Paulista. São Paulo, Press
Grafic, 1987
Câmara Municipal de São Paulo, Projeto de Lei nº 601,
de 3 de outubro de 1957 de autoria do vereador Elias Shammass.
HILTON,
Ronald. WHO’S WHO IN
LATIN AMERICA. London: Geoffrey Cumberlege/Oxford University Press. USA: Stanford
U. Press (printed)/ The A.N. Marquis Company
O Jardim São João e “seu” João
Manecão
Baby Pignatari e Nelita Alves de
Lima: Fundação Julita (Jardim São Luiz)
[1] Octaviano
Alves de Lima nascido dia 28 de fevereiro de 1883, natural de Tietê, Estado de
São Paulo. Filho de Octaviano Augusto Alves de Lima e de Dona Isabell Arruda
Alves de Lima. Era casado com dona Anna Telles Alves de Lima e tinha cinco
filhos. Foi comerciante e exportador de café em São Paulo e Santos, além de
fazendeiro. Dedicou-se ao jornalismo, sendo um dos proprietários, e diretor da
Folha da Manhã e Folha da Noite, hoje fundidos na Folha de São Paulo. Em
Campinas foi proprietário durante longos anos da Fazenda Chapadão que ganhou
fama pela sua cafeicultura, administração e benfeitorias de alto padrão.
Constituiu um dos primeiros loteamentos de Campinas, destinando parte da área
de sua fazenda para criar o bairro Jardim Chapadão onde se iniciou a venda de
lotes e casas a prestações. Numa fase anterior de sua vida, radicou-se em
Buenos Aires, Argentina, dedicando-se à indústria e ao comércio tendo sido
diretor presidente do café Paulista, empresa fundada por seu pai que foi o
primeiro na introdução do café no país vizinho, cujo povo, até então só conhecia
o chimarrão extraído do mate e o chá que era importado da Inglaterra. Era
fisiocrata por idealismo e adepto da doutrina de Henry George. Faleceu dia 11
de maio de 1972, sendo sepultado no Cemitério da Consolação.
[2] Anna Silva Telles Alves de Lima,
esposa de Octaviano Alves de Lima, herdou parte da fazenda Chapadão em
Campinas. Nos anos de 1940, seu marido se tornando o único proprietário, a
vendeu em 1942 ao Exército Brasileiro para que fosse instalado um quartel.
[3] Julita Prado era filha do dr. Martinho da Silva
Prado Junior e de Albertina de Morais Pinto, irmã do dr. Firmiano de Morais
Pinto, tendo sido o quinto prefeito de São Paulo, sendo seus pais o alferes
Antonio José Pinto e a segunda mulher Francisca Emília de Morais, das famílias
tradicionais de Itu e Porto Feliz.
Era sobrinha de Antonio da Silva Prado, que foi deputado por São Paulo, Ministro
da Agricultura, Ministro dos Estrangeiros, Senador do Império e ainda prefeito
de São Paulo em três legislaturas, permanecendo no cargo de 1899 a 1911.
A verdade e que o meu avo Albergó Alves de Lima , irmao de Octaviano foi o presidente de Paulista en Argentina e o único que ficou de mismo e un chocolate " Biznikke nevado", pois o resto da fabrica ya nao existe.
ResponderEliminarAtentamente
Carlos Alves de Lima.