Uma história constante: As nuances do poder
instituído e as forças para mantê-lo
Pôncio
Pilatos serviu nas legiões de Germânico em guerra contra as tribos germânicas. Após a
campanha promoveu-se e conseguiu o cargo vago de “Procurador da Judeia”. Seu
maior interesse em ser deslocado para essa região era estar próximo das
riquezas deslocadas para a tesouraria do Templo de Jerusalém. Possui origem
hispânica, conseguindo assumir uma posição social de relevância graças ao
casamento com Claudia, filha de Juliana, mulher de Tibério, em seu terceiro
casamento, que sendo exilada deu a luz à filha que com 13 anos foi enviada a
“educar-se” por Tibério que a tomou com tutor, mas que não lhe acrescentava
paternidade, sendo bastarda e não tendo pai legítimo.
Tibério por
sua vez querendo dar garantias de segurança romana promoveu o casamento de
Pilatos com Claudia no Templo de Diana garantindo assim a promoção de
Procurador da Judeia.
Na outra
ponta do poder estava Herodes Antípatro, adversário de Pôncio Pilatos, um
governante tetrarca que ser amigo de Cesar Tibério, mas que na realidade se
ligava a Sejano, Ministro Imperial, a quem mandava regularmente ricos presentes
de tempos em tempos, e não mantinha relações com Pilatos, pois divergiam da
condição de poder, quem mandava mais. Pilatos mantinha relações de concubinato
constante sendo que já havia mandado matar dois filhos de Mirian e seu filho
herdeiro foi assassinado. Estes fatos sangrentos fizeram com que o Imperador
Augusto exclamasse: “Queria ser um leitão a ser filho de Herodes”!
Herodes por
sua vez mantinha as aparências sociais, vivendo nas cercanias dos “gentios” e
seguindo os preceitos judaicos, frequentava o Templo seguindo os fariseus na
interpretação da Lei.
Para ganhar
as glórias do poder político mandou erigir o “Templo de Augusto”, em mármore
branco em honra ao imperador falecido. Era essa a ambiguidade do tetrarca da
Galiléia e Peréia no conceito religioso “amando” dois senhores, dando ofertas a
Deus e ao Imperador, além de manter em concubinato com Herodias, mãe de Salomé,
na Corte.
Este quadro
de intrigas com dois mandatários era a efervescência daquela área geográfica do
Oriente Médio. Pilatos como procurador romano tinha plenos poderes do cargo
assumido proclamando a sentença cabível de sua posição pronunciando o veredicto
que lhe convinha.
Abolitio:
Emanava do
poder soberano do Imperador, e, quando o poder de Roma era instalados nos
países conquistados os procônsules tinham direitos mais vastos, fazendo às
vezes do Imperador como “Abolitio Privata” ou “Indugentia” para os súditos do
Império. Poderia assumir os “Direitos Soberanos” e não se influenciar por
escribas e cúpulas sacerdotais ou influencias das multidões. O magistrado
assumia por completo a responsabilidade de seus atos embasados nas leis
jurídicas de então.
Existia uma
guarda que se aquartelava e eram guerreiros experimentados em batalhas do
Império Romano. Não foi essa estrutura militar que aprisionou Jesus. Foi outra
que assumia guardar o Templo e que era comandada por ordens do Sumo Sacerdote.
Depois disso foi entregue a julgamento ao Procurador da Judéia, Pilatos que por
sua vez enviou ao Tetrarca, Herodes. Não é culpa de uma geração, mas de uma
atitude única de um todo. Neste momento histórico há uma cumplicidade de poder
sendo então o prisioneiro Jesus entregue ao “cárcere” para ser flagelado:
Os soldados
“em busca de atividade” trataram Jesus como um “Rei de Comédia”, costume
originário do povo persa, chamada também de “Festa dos Saces ou Saceus”, onde
se toma um prisioneiro condenado e o fazem sentar sobre um trono, vestem-no com
a pompa real revestindo-o com uma túnica de sacrifício, fazendo os gostos de
comer e beber o que lhe apraz antes de despojá-lo, flagelá-lo e enforcá-lo (ou
crucificá-lo) como condenado à morte.
Deram-lhe
ainda o coroamento da injustiça perfurando-lhe o semblante com espinhos
(botânica: Ziziphus Spina Christis) e um cetro de autoridade momentânea (cetro
da iniquidade humana)!
Assim começa a história da salvação humana
numa visão cristã!!!