A redefinição do espaço
1)
Urbanizar: urb conjunto de técnicas e de obras que permitem
dotar uma cidade ou área de cidade de condições de infraestrutura,
planejamento, organização administrativa e embelezamento conformes aos
princípios do urbanismo.
2)
Cidade é todo aglomerado urbano envolvendo
características sociais, econômicas e culturais em um mesmo ambiente. É um
local de tomada de decisões, a cidade é poder. É da cidade que vão sair às
ordens que influenciarão todo o território municipal.
Na teoria pode-se
entender que o enobrecimento de um local sempre será relacionado como a expansão
de um núcleo central que se movimenta para as áreas que antes possuíam pouco ou
nenhum valor econômico, mas que devido ao “espaço vital” do crescimento da
cidade, necessita-se agora destas áreas antes desvalorizadas.
O poder econômico e político
andam de braços dados para requererem estes espaços em detrimento do impacto social,
no discurso constante que a higienização da cidade com destruições de moradias construídas
anteriormente por pessoas à margem do núcleo de cidade, portanto este indivíduo
(de luta individual) que pouca relação tem com o espaço urbanizado, agora tem
que ceder seu espaço onde viveram muitos das gerações dos seus familiares.
A redefinição do espaço
provoca uma mudança brusca na cidade destes antigos moradores que estão mais a
margem desta sociedade “enobrecida”[1] tendo
que se deslocar pra muito mais longe, saindo deste local que lhe pertencia (nem
tanto) e que agora se tornará urbano, deslocando-se para outro local suburbano,
mas que um dia terá as mesmas conseqüências dessa marcha incessante da cidade e
também deverá abandonar este local em nome do progresso desenfreado.
Há sem sombra de
dúvidas um poder oculto que manipula os interesses de desenvolvimento de
grandes cidades que não sabem resolver a situação dos grandes aglomerados sem
recursos para alterar a física da engenharia civil local e buscam arquitetar um
plano novo, buscando estudos para alterar o local através da arquitetura e nesses
planos está o fator do impacto da destruição do que era para o que deve vir a
ser.
Para se impor essa
condição deve-se unir quem detém o poder local e o investimento daquele que se propõe
aplicar recursos (geralmente capital de investimento estrangeiro) para usufruir
de algum modo do lucro que advenha, no futuro, da administração destes locais.
Neste ponto crucial de transformação “estupradora” destes locais estão os jogos
entre nações, como copas do mundo e Olimpíadas e que alardeiam serem obras
necessárias para a cidade e que o povo receberá disso o legado das infra-estruturas
construídas, mesmo que para isso se concretizar provoque a “desconstrução” das
vidas da população.
A ordem do poder do Estado é esconder sua incapacidade de
gerar condições melhores de vida aos seus cidadãos, derrubando a miséria para
ostentar uma riqueza maquiada!
Vide:
OBLITERAÇÃO,
GENTRIFICAÇÃO e CONURBAÇÃO
[1]
"GENTRIFICAÇÃO", uma nova
fronteira de espaço urbano com mudanças que são implantadas por interesses
econômicos que se deslocam em direção ao novo espaço de “crescimento” das
cidades diretamente ligadas por fatores de interesses econômicos que atuam
neste processo.
Há neste modelo “selvagem” uma “barbárie” através da
varredura de habitações anteriores expulsando seus antigos proprietários que
originaram as vilas, bairros, de pequena estrutura familiar, fimbria da
sustentação do circulo e do “núcleo” (a cidade), que em movimento constante,
anteriormente cercada pelo subúrbio de sustentação alimentar é seguida de outra
periferia, satélite de mão de obra, o exército de reserva que se mantém a
margem deste crescimento, onde não há, por parte do Estado, interesse em
fomentar infraestrutura de desenvolvimento por condições mínimas de saneamento
onde o poder “fabrica” a degradação para assumir no futuro, o controle do
modelo pretendido pela expansão de crescimento da cidade, expulsando o “modelo
anterior” por força da valorização imobiliária que reedifica o “novo modelo”
pretendido nestes espaços com uma intervenção de força de controle do Estado
embasado pelo poder econômico, vivendo em colóquio de interesses.
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