O REINO SEM EDUCAÇÃO
Preocupado com o
baixo nível da corporação militar no Brasil Dom João 6º começa a exercer sua
influência reinante partir de sua vinda
em 1808, nomeando professores para adquirir aprendizagem de interesse do Reino,
enviando à Inglaterra alguns educadores para estudar um novo método
para a implantação no seio das forças armadas. Logo que deixou o Brasil em 1821,
passando para seu filho o comando sucessório, que logo em seguida programa o Império
do Brasil em 1822, reconhecido com Nação somente em 1825 pelas potências internacionais.
A CRIAÇÃO DO NOVO IMPÉRIO E A "NOVA" ESCOLA!
A normatização para o
reconhecimento da classe do docente teve início somente em 1827, após a Lei
Geral de Ensino.
Através da normatização
do Estatuto iniciou o processo de reestruturação e hierarquização relacionado ao
corpo docente através de Ato Adicional de 1834 repassando as responsabilidades
para as províncias na parte administrativa no ensino primário e secundário e a
formação do corpo docente, geralmente formado por homens.
As disciplinas correntes
eram a aritmética e a escrita além de virtudes da moral cristã, e algum
conhecimento geral básico.
O incentivo aos
professores por intermédio do governo para a educação era pouco ou nulo, sendo
a maior preocupação os custos despendidos per capita na Instituição
Primária e Secundária.
A partir de 1859
houve uma reformulação acrescentando ao currículo de então a caligrafia,
pedagogia, geometria básica, desenho, história do Brasil, música e canto.
Os professores
desenvolveram novas formas de metodologia e pedagogia, substituindo o castigo
corporal pela “lição de coisas”[1].
Foram criados “inspetores
paroquiais” para controlar todo corpo docente onde havia uma interferência do
Império, que constituiu um novo corpo de docente, treinado e orientado pelo
poder do Estado.
O quadro educacional
brasileiro era ineficiente, com métodos antiquados, instalações precárias quando
não, inexistentes com altos índices de analfabetismo, pois a maioria da
população estava no campo e grande parte da mão de obra era escrava, portanto
desprovida da condição educacional.
Com pouca estrutura os
manuais adotados nas escolas do Brasil vinham da França. O livro foi um dos
principais elementos na composição do material escolar empregado por
professores e manuseado pelos alunos, distribuídos na Província, que fazia a
entrega sem análise de conteúdo e da concepção metodológica, com distribuição gratuita aos professores pelo Império, com
limitações de publicações, onde os pais dos alunos tinham a
responsabilidade da aquisição, exceto comprovada carência absoluta, sendo então
recebido o auxílio de “socorro
instrucional”.
CRIAÇÃO
DAS ESCOLAS DE PRIMEIRAS LETRAS EM TODAS AS CIDADES, VILAS E LUGARES MAIS
POPULOSOS DO IMPÉRIO
LEI DE 15 DE
OUTUBRO DE 1827 (fragmentos)
Art. 1º Em
todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverá as escolas de
primeiras letras que forem necessárias.
Art. 2º Os
Presidentes das províncias, em Conselho e com audiência das respectivas
Câmaras, enquanto não estiverem em exercício os Conselhos Gerais, marcarão o
número e localidades das escolas, podendo extinguir as que existem em lugares
pouco populosos e remover os Professores delas para as que se criarem, onde
mais aproveitem, dando conta a Assembléia Geral para final resolução.
Art. 4º As escolas serão do ensino
mútuo nas capitais das províncias; e serão também nas cidades, vilas e lugares
populosos delas, em que for possível estabelecerem-se.
Art. 5º Para as escolas do ensino mútuo
se aplicarão os edifícios, que couberem com a suficiência nos lugares delas,
arranjando-se com os utensílios necessários à custa da Fazenda Pública e os
Professores que não tiverem a necessária instrução deste ensino, irão
instruir-se em curto prazo e à custa dos seus ordenados nas escolas das
capitais.
Art. 11. Haverá
escolas de meninas nas cidades e vilas mais populosas, em que os Presidentes em
Conselho, julgarem necessário este estabelecimento.
OS PRIMEIROS LIVROS
DIDÁTICOS
O precursor do livro didático no sistema educacional brasileiro foi Abílio
César Borges, nascido em Salvador, Bahia, em 1824, tornando-se educador
ao fundar o Ginásio Baiano, em 1858. Por esse educandário passaram muitos “ilustres
personalidades” que fizeram parte da história do Brasil. (como exemplo, Castro
Alves e Rui Barbosa). Em 1871 transferiu-se
para o Rio de Janeiro, onde instalou o Colégio Abílio que se destacou abolindo
os castigos físicos e se tornando “modelo” para as demais Instituições
Escolares do Império. Estes livros didáticos fizeram parte da educação básica nas
primeiras Letras na Escola Primária no Brasil do século 19, antes do advento da
República.
Vide também:
AS “ESCOLAS” DAS
COLÔNIAS PORTUGUESAS E ESPANHOLAS NA AMÉRICA
Referências:
Lei de15 de
outubro de 1827. Manda criar
escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos
do Império. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM-15-10-1827.htm
Método intuitivo e lições de coisas por Ferdinand Buisson http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2236-34592013000100013&script=sci_arttext
[1]
O
objetivo da “lição de coisas” é de ensinar aos alunos antes de tudo a observar as
coisas, depois as nomear;
e, enfim, as comparar.
Sem comentários:
Enviar um comentário