quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Cidade Dutra - São Paulo/SP: Urbanismo e Planejamento

O grande desafio do Extremo Sul de São Paulo: Responsabilidade Ambiental

A construção da Auto-Estrada S/A, depois denominada Washington Luís em 1928, com 16 Km, ligava a cidade de São Paulo à cidade de Santo Amaro atingido a região do Socorro através do complemento da Avenida Interlagos.

A Cidade Dutra tem como data oficial o início das obras em 25 de janeiro de 1949, com implantação do grande empreendimento residencial prevista para 1500 casas sendo o loteamento planejado e construído com incentivo da empresa Auto-Estrada S/A, do empreendedor Louis Romero Sanson e com financiamento do Caixa de Aposentadoria e Pensões de Serviços Públicos em São Paulo, para uso habitacional de servidores, sendo seu então presidente Dr. Joaquim Fernandes Moreira. Os moradores faziam parte da caixa mutuaria da CAPSP, e funcionários da Light, Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Companhia de Gás, Departamento de Águas e Esgotos, VASP e da própria Caixa. Foi dotado desse nome em homenagem ao Marechal Eurico Gaspar Dutra, que fora Ministro da Guerra do Governo de Getúlio Vargas e que exercia a presidência do Brasil à época da criação do empreendimento. 
 Eurico Gaspar Dutra.  Crédito da foto de 1939: John Phillips

Possuía infra-estrutura básica com algumas ruas pavimentadas, e alguma iluminação pública, sendo água bombeada de nascentes que formavam o Lago do Autódromo.
O sistema de transporte coletivo possuía deficiência em pontualidade, com poucos ônibus e era feito pela Empresa Marsilac Ltda e depois pela Primor se encarregou dessa área sempre com deficiência costumeiro da setor.
Em 1º de julho de 1950 dar-se-ia a inauguração da “Cidade Previdenciária Presidente Dutra” encontrava-se completamente isolada, mas representou uma experiência pioneira na região. Logo foram estabelecidas linhas de ônibus para atender ao novo bairro que passou a exercer função polarizadora no desenvolvimento de seus arredores.

Em 12 de outubro de 1950 houve por bem da população para reivindicar melhorias, além de participação social e cultural, fundar a Sociedade Amigos de Interlagos, SAI, ocorrendo a primeira reunião à Rua Pagão, hoje Oswaldo Caetano Tosi, em homenagem ao seu primeiro presidente. 



A estrutura administrativa além do mencionado presidente era constituída pelo vice, José Faria Barbosa; secretário Francisco Sales Cleto, seguido de Antonio Mandarino e Felício Sanicandro; com os tesoureiros Nicolau Angelo Martin e Virgílio do Nascimento, tendo um Conselho com os seguintes membros João Aquila; Floriano Embo, Paulo Horcel Sobrinho; João Teixeira de Paula; Francisco de Pasqual; Manuel Gonzales Portela; Germinal de Paula; Vitor Pires, Mario Poggi; Ernesto Pereira Amarante; José França; Atílio Ruggiero; Jacinto da Silva; Silvio Guimarães, Elias Abrão e muitos outros colaboradores.

Depois foi edificada a sede na Rua Mangaratiba, 316, que assim se tornava integrante das Sociedades Amigos de Bairros, Vilas e Cidades do Estado de São Paulo. Pela Lei Municipal 11.066, de 04 de setembro de 1991, foi instituído o “Dia do Bairro Cidade Dutra”.

O JORNALISMO PIONEIRO

O primeiro jornal da Dutra chamou-se Obelisco e foi fundado por Yolando Gomes Sant’Anna, sendo seus colaboradores João Teixeira de Paula e Geraldo Trindade de Morais e seu primeiro número saiu em junho de 1953.
Em agosto de 1955 foi idealizado o segundo jornal denominado “O Cidade Dutra”, sendo seu diretor Walter Bayerlein, com o redator Paulo Horcel Sobrinho e secretário Vicente de Paula Pires.

Depois em novembro de 1964 saia também "O Interlagos" fundado por João Teixeira de Paula.

MARCOS IMPORTANTES 

Alguns marcos ficam registrados ligados pela Avenida Teotônio Vilela








Praça Dona Carmela Dutra, Praça Escolar





 Paróquia São Joaquim, na Rua Maria Adelina França Whitaker, 450 


 Nossa Senhora da Esperança, Rua Nossa Senhora de Nazaré, 101.



EQUIPAMENTOS LÚDICOS E CULTURAIS

Como referência lúdica há de citar o Acadêmicos da Cidade Dutra, o Parque Castelo, o CDC Barcelona, a Sala Chico Buarque de Holanda, CEU Cidade Dutra, enfim uma gama de locais de referência incluindo a Organização Santamarense de Ensino e Cultura, OSEC, que atualmente responde pelo ensino superior como UNISA, além de hospital e maternidade de referência para a população, na  Rua Guaiúba , 312 fundado em 1954.

Outros bairros continuavam a se formar como resultado de iniciativas imobiliárias, através de loteamento de glebas quase sempre sem preocupações urbanísticas ou outros critérios além da obtenção de lucros. Característica comum a todos foi o fato de que a linha de ônibus surgiu em decorrência do núcleo já loteado e ocupado. Por outro lado, as estradas percorridas pelos ônibus funcionaram como eixos, gerando pequenas aglomerações em torno dos pontos de parada ou no terminal da linha. Nestes locais instalaram-se estabelecimentos comerciais e de serviços, geralmente modestos, para atender às necessidades locais e expandiram-se transformando o espaço urbano.


Muito há que contar e acrescer à crônica, que está aberta para novas referências históricas com novas considerações que possam advir da população que “fez a Cidade Dutra”. 


Outros textos complementares disponíveis:

RIO GRANDE DE JURUBATUBA, A “ILHA” DO BORORÉ E A REPRESA BILLINGS

Cidade Satélite de Interlagos, Avenida Washington Luís e o Aeroporto de Congonhas.

EXTREMO SUL DA CIDADE DE SANTO AMARO: SOCORRO!


Referências:

Revista Brasil Novo Milênio, julho/agosto de 2006

A TRIBUNA, 4 de outubro de 1975, p. 9 
  
VALDIR MARTINS, INTERLAGOS: Desafios de um Projeto de ‘Cidade-Jardim’- CAPÍTULO IV Interlagos: do idealizado loteamento estilo ‘Cidade-Jardim’ ao bairro



Zoneamento da cidade de São Paulo:



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