Produção e Reprodução
historiográfica
A fundição francesa Val d’Osne também colaborou com duas obras do Parque Buenos Aires, em Higienópolis, onde estão localizadas as obras “Leão Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três Tigres” também da fundição Val d’Osne implantadas no local e encomendadas pelo paisagista francês Bouvard que em 1912, que concebeu a Praça Higienópolis, que depois de um ano passou a denominação Praça Buenos Aires, alterada para Parque no final de 1987.
O acervo da fundição francesa Val d’ Osne, na cidade de São Paulo é pequeno, mas mesmo assim pouca importância é dada às duas obras que estão depositadas no parque Buenos Aires: “Leão Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três Tigres”, e que aparecem em vários sites e com as denominações simplificadas de “Leão Atacado” e “Veado Atacado” e produzidas, ambas, em bronze o que não condiz como material utilizado, pois as referidas peças foram produzidas em ferro fundido!
http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1900.php
http://www.monumentos.art.br/monumento/mae
Investigação
deve existir sempre que as provas não são consistentes. Isso acontece quando os
depoimentos deixam dúvidas, e deste modo deve-se recorrer a novos parâmetros para
elucidar e comprovar os desvios investigativos anteriores. Historicamente
devemos sentir cada momento e fazer a diferença entre reprodução e produção
histórica. Quando reproduzimos com critérios de “copistas” podemos criar
situações repetitivas de fatos que não condizem com o real, aquilo que é palpável
de fato, e deste modo retransmitimos constantes enganos que são repassados sem questionamentos.
As fontes devem ter embasamento de pesquisa e possuir critérios analíticos.
O
objetivo desta explanação é demonstrar que o campo investigativo diz respeito às
duas peças da fundição francesa Val d’ Osne que estão disponíveis a visitação
pública no Parque Buenos Aires, em Higienópolis, na Avenida Angélica,
altura do nº 1500, São Paulo.
OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO – 1931
O espaço urbanístico de pouco mais de 20 mil
metros quadrados, foi criado a partir de uma área que pertencia a Germaine Lucie Burchard, filha de Martin (também chamado Martinho) Buchard, (Em 1890, esse comerciante alemão, juntamente com
Victor Nothmann compraram parte da região do Barão de Ramalho e iniciaram o
loteamento das terras, primeiramente denominado “Boulevard Burchard”, mas
que não vingou sendo reconhecido mesmo como Higienópolis)
incorporada ao município pela
Prefeitura em 1912, com o intuito de preservação e conservação da vista do Vale do
Pacaembu como um mirante e onde foi instalado anteriormente um telescópio, como
observatório de , onde hoje há a escultura Mãe[1],
do professor da FAUUSP e escultor, Caetano Fracaroli, confeccionada
em mármore com massa física de 20 toneladas.
Mãe, obra de Caetano Fracaroli
OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO da POLI – 1933. Foi demolido em 1968. A Praça Buenos Aires se transformou em Parque e, no lugar do observatório, foi construída uma área de lazer infantil e instalada a obra "Mãe" (crédito das fotos: em pesquisa)
Na gestão do
prefeito Raymundo da Silva Duprat ( Barão Duprat- 1911 a 1914), o urbanista e
paisagista francês Joseph Antoine Bouvard foi contratado com a finalidade de
projetar a construção de parques e praças que embelezassem a cidade, dando
continuidade em suas intervenções urbanas no governo de Washington Luís (1914-1919).
Seu trabalho, que ficou conhecido como Plano Bouvard tinha como colaborador em
sua equipe outro paisagista francês, Cochet, que resultou na implantação de um
estilo conhecido com “paysager” desenvolvida
com um refinado paisagismo somando o setor lúdico, propondo o lazer no uso
destes espaços livres como lazer de massas, mantendo os padrões de higiene da
expansão das grandes cidades mantendo a estética urbana além de propiciar as
condições de filtração do ar da cidades em franco desenvolvimento industrial.
Dois
grandes jardins públicos, um no Vale do Anhangabaú e outro na Várzea do Carmo, posteriormente
denominado como Parque Dom Pedro II entregue na gestão de Firmiano de Morais
Pinto (1920-1926) em comemoração ao Centenário da Independência e onde foi
implantada a obra “Jovem Pajem”.
A fundição francesa Val d’Osne também colaborou com duas obras do Parque Buenos Aires, em Higienópolis, onde estão localizadas as obras “Leão Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três Tigres” também da fundição Val d’Osne implantadas no local e encomendadas pelo paisagista francês Bouvard que em 1912, que concebeu a Praça Higienópolis, que depois de um ano passou a denominação Praça Buenos Aires, alterada para Parque no final de 1987.
Em
Relatório de 5 de maio de 1911, Bouvard sugere a construção de três parques na
cidade de São Paulo, o da Várzea do Carmo, o do Anhangabaú e a Praça Buenos
Aires. “Lugares de passeio para os habitantes, focos de higiene e de bem estar,
necessário à saúde pública, tanto moral como física”.
O urbanista e paisagista francês Joseph Antoine Bouvard,
havia sido Diretor do Serviço de Arquitetura, passeios e Jardins de Paris,
havendo participado das feiras internacionais de Paris, Viena e Londres, e possuía
dados de planejamento urbano que trouxe na bagagem em suas intervenções urbanas
em Buenos Aires, Argentina e São Paulo, Brasil.
Obras “Leão Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três
Tigres” da Fonderies du Val d'Osne foram produzidas em ferro fundido e não em bronze fundido!!!
ACIMA: obras “Leão
Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três Tigres”
da Fundição Val d’Osne, fabricadas em ferro fundido cinzento
O acervo da fundição francesa Val d’ Osne, na cidade de São Paulo é pequeno, mas mesmo assim pouca importância é dada às duas obras que estão depositadas no parque Buenos Aires: “Leão Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três Tigres”, e que aparecem em vários sites e com as denominações simplificadas de “Leão Atacado” e “Veado Atacado” e produzidas, ambas, em bronze o que não condiz como material utilizado, pois as referidas peças foram produzidas em ferro fundido!
A Fundição Val d’ Osne que
perpetou a arte em peças fundidas em ferro tinho o nome pomposo e merecido de “Société
Anonyme des Hauts-Forneaux et Fonderies du Val d'Osne”, idealizada
com autorização Édito Real da França em 5 de abril de 1836 e foi sem dúvida a
empresa que embelezou muitas praças e parques pelo mundo afora, inclusive dando
graça a Praça-Parque Buenos Aires, em Higienópolis, com suas duas obras “Leão
Lutando com uma Serpente” e “Veado Lutando com Três Tigres”, trazidas a pedido
do paisagista
francês Joseph Antoine Bouvard para complemento urbanístico em São Paulo.
Outras Obras do Parque Buenos Aires, em Higienópolis
Vide
complemento no blog:
A Fundição de Val d'Osne e a Aurora de Santo Amaro, SP
http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2013/04/a-fundicao-de-val-dosne-e-aurora-de.html
Bibliografia:
Niemeyer, Carlos
Augusto da Costa. Parques infantis de São Paulo: Lazer como expressão de
cidadania. São Paulo: Annablume- FAPESP, 2002.
Homenagem aos Mestres:
Esculturas na USP. Comissão de Patrimônio Cultural da USP. EDUSP. 2002.
Guia dos Parques Municipais
de São Paulo:
Bairro de Higienópolis. Cadernos Cidade de São Paulo. Editor: Instituto Cultural Itaú. São Paulo. 1996.
Sites
auxiliares:
http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1900.php
[1]
Idealizada para homenagear as mães do Brasil, a escultura foi criada em 1965,
mas somente inaugurada em 13 de maio de 1970. Para o artista, a escultura deveria
estar exposta na parte baixa da praça, próxima ao espelho d’água, rodeada de
grama, “como se brotasse da terra”, e não no alto da área circundada por
concreto.
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