sexta-feira, 5 de julho de 2024

A "REVOLUÇÃO ESQUECIDA" DE 5 DE JULHO DE 1924: UM SÉCULO NA HISTÓRIA DE SÃO PAULO

A Revolução de 1924 foi um levante militar formado na maioria por militares com patente de tenentes ocorrido em São Paulo.

Na manhã de 5 de julho de 1924 uma revolta militar cercou a cidade de São Paulo, por um grupo formado em sua maioria de tenentes, com ideais e resquícios da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1922.
Os bairros do Ipiranga, Brás, Mooca, Cambuci, Bela Vista, e outros foram atacados maciçamente diariamente por 23 dias, onde ao fim da batalha, os rebeldes abandonariam São Paulo deixando um rastro de destruição com aproximadamente 500 pessoas que sucumbiram na revolta e 5 mil pessoas feridas e mais de um milhar de prédios da cidade destruídos.
Tropas do Exército tinham a seu dispor 2500 soldados, incluindo cavalaria e artilharia pesada, e dominavam quase totalmente os quartéis da região da Luz, na cidade de São Paulo.
O governo paulista tinha que revidar com 1500 soldados aquartelados, quando simpatizantes dos rebeldes abriram fogo com canhões em direção ao Palácio do Governo, no bairro dos Campos Elíseos.
O movimento tenentista reivindicava o voto secreto e eram contra a República Velha, em que as eleições das câmaras legislativas eram formadas apenas com membros governistas e manipuladas através do "voto de cabresto".
Queriam a destituição do Presidente Artur Bernardes e uma nova eleição por voto secreto, a gratuidade da justiça e mudanças no ensino público.
O presidente Arthur Bernardes declarou estado de sítio transformando o palácio dos Campos Elíseos em fortaleza com trincheiras na avenida Rio Branco, e enfrentava os primeiros ataques diretos. O Palácio dos Campos Elísios, na época sede do governo paulista, foi bombardeado constantemente.
O Presidente (hoje governador) do Estado Carlos de Campos se refugiou no bairro no Bairro da Penha, depois se instalou num vagão na Estação Guaiaúna. mas outros redutos rebeldes cairam como a Brigada Potiguara sob ordens do General Eduardo Sócrates, que lutou contra os tenentes rebelados, liderando a repressão no bairro da Mooca.
O líder dos revoltosos era o General Isidoro Dias Lopes, apoiado clandestinamente por alguns líderes do levante do Rio de Janeiro ocorrido em 1922 que fora sufocado, onde entre eles estavam: Juarez e Joaquim Távora, Eduardo Gomes, Miguel Costa, Índio do Brasil e João Cabanas, sublevando todo o complexo da região da Luz e o 4º Batalhão em Santana.
No entanto, seus esforços estavam sendo revertidos pelo general Abílio de Noronha, quando soube que os quartéis estavam rebelados, enfrentou a guarda do 4º Batalhão de Caçadores, em Santana, e os desarmou com sua autoridade de general. A seguir atacou o quartel-general tenentista na Estação da Luz.
Foi detido pelo general, Isidoro Dias Lopes, que havia participado da queda da monarquia em 1889 e da Revolução Federalista em 1893 e agora se aliava aos tenentes.
Sem saber que o 4º Batalhão da Força Pública, do outro lado da rua, havia sido conquistado pelos adversários, os irmãos Távora foram presos, o que fez com que os rebeldes desistissem de continuar atacando até o Rio de Janeiro e para depois atingir outras capitais.
Os rebeldes se retiraram para o interior andando por meses entrando no Paraguai e retornando ao Brasil pela fronteira com o Paraná e em abril de 1925, onde alguns rebelados de São Paulo encontraram-se com tropas gaúchas de Luís Carlos Prestes, formando a Coluna Prestes.
Consequentemente deste modo, estava preparada a Revolução de 1930, que foi também um movimento armado, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impedindo a posse do presidente eleito Júlio Prestes em 3 de outubro de 1930, que foi exilado. Getúlio Vargas assumiu a chefia do “Governo Provisório” em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da República Velha”, instaurando-se o voto secreto e dando a anistia aos tenentes que foram absorvidos novamente pelo Exército.
Vide abaixo anexo fotos da Revolução de 1924, encontradas em um canto qualquer da história, sendo imagens das ruas 7 de Abril, Tabatinguera, Florêncio de Abreu, uma trincheira em local indefinido, artilharia na Fortaleza do Carmo e o 4º Batalhão.


























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