O PAI DO PADRE: Uma homenagem merecida!
Antônio da Mata Junior nasceu aos 23/10/1908, numa pequena vila rural denominada Gaula localizada a poucos quilômetros de Funchal, capital da Ilha da Madeira, Portugal. Seus pais, Antônio da Mata e Augusta de Jesus, eram típicas pessoas da terra e no dia-a-dia cuidavam das obrigações com os animais leiteiros, vacas, cabras e a cultura de legumes, verduras, batatas para preparo das refeições da família que eram reforçadas com algum pescado. Neste ambiente crescia o menino traquina, bem peralta, como todas as crianças felizes na infância correndo pelos prados floridos. Nem tudo era somente brincadeiras, e não havendo condições para estudar nos lugares afastados, pois os recursos eram escassos, os pais colocavam seus filhos pequenos nos afazeres da lida diária que os mantivessem ocupados como uma ordenha ou a recolher os frutos plantados na estação propícia e amadurecidos no verão.
Antônio da Mata Junior nasceu aos 23/10/1908, numa pequena vila rural denominada Gaula localizada a poucos quilômetros de Funchal, capital da Ilha da Madeira, Portugal. Seus pais, Antônio da Mata e Augusta de Jesus, eram típicas pessoas da terra e no dia-a-dia cuidavam das obrigações com os animais leiteiros, vacas, cabras e a cultura de legumes, verduras, batatas para preparo das refeições da família que eram reforçadas com algum pescado. Neste ambiente crescia o menino traquina, bem peralta, como todas as crianças felizes na infância correndo pelos prados floridos. Nem tudo era somente brincadeiras, e não havendo condições para estudar nos lugares afastados, pois os recursos eram escassos, os pais colocavam seus filhos pequenos nos afazeres da lida diária que os mantivessem ocupados como uma ordenha ou a recolher os frutos plantados na estação propícia e amadurecidos no verão.
O garoto Antônio tornou-se um
jovem robusto e ao lado do pai cuidava das colheitas de mais força e atenção,
das "podas das videiras" do bom vinho português e as culturas bem
típicas do lugar, como bananas e cana de açúcar. Alcançar novas metas e buscar
novos horizontes fez com que a nova família constituída por Antônio da Mata
Junior com a bela e graciosa moça Angelina Jorge embarcasse para o Brasil no
navio, o vapor espanhol Almazorra, com os quatro filhos Edmundo, Feliciano,
Helder e Orlando.
Na bagagem, muita garra para enfrentar o desafio e a
"carta de chamada", que fazia parte de um processo de análise onde
uma família residente recomendava ao governo brasileiro a aptidão do
apresentado por conhecê-la. Assim os "da Mata" aportaram em Santos,
São Paulo, em 29 de abril de 1939, poucos meses antes de eclodir a Segunda
Guerra Mundial. Vieram para a metrópole da capital paulista pela ferrovia
Santos - Jundiaí no comboio de 2ª classe reservados aos que chegavam para o
serviço na lavoura. Os patrícios, como se denominavam os das terras
portuguesas, os aguardavam na Estação da Luz, onde paravam as Marias-Fumaças
como eram apelidadas as locomotivas a vapor, rumando para uma vila do bairro
Parada Inglesa, em referência aos ingleses que implantaram a ferrovia no
Brasil. Antônio preparado desde há muito na terra natal para serviços pesados,
de constituição física avantajada, foi logo arranjando colocação como
carregador de sacas de café que eram produzidas nas fazendas paulistas e que
saiam para o mercado externo sendo o produto mais importante de exportação do
Brasil.
Os tempos eram difíceis com a Europa em guerra. Havia dificuldades em
todos lugares do mundo, obrigando a família que crescia, procurar novo espaço
de acomodação, mudando-se para a rua Itatins, entre os bairros Paraíso e Saúde,
depois se fixaram definitivamente na Vila Gumercindo, em 1943. Um ano depois, Antônio
arrumou colocação no mercado Central da Cantareira, em São Paulo, além do que
dona Angelina tornava-se mãe de novos rebentos: Lucinda, Alda, Mafalda e o
caçula Antônio da Mata Neto, nascido em 1944, recebia o nome em homenagem a
Santo Antônio, venerado em Portugal.
Desta maneira fechava a numerosa família
nas mãos abençoadas das parteiras, pois a quantidade de médicos não seguia o
ritmo vertiginoso da cidade, e o resguardo da parturiente era fortalecido com
um típico fortificante constituído com caldo de galinha e um pequeno cálice do
bom vinho da Madeira. Os filhos ajudavam para reforçar a renda familiar
vendendo frutas no Largo Paiçandu ou Praça da República, mas já eram vítimas
dos "rapas", os fiscais municipais. Da família numerosa do simpático
casal Antônio e Angelina foram constituindo-se outras novas e o agente de nossa
história deixou saudade no Mercado Municipal onde passou boa parte de sua vida
profissional.
O bom e velho amigo "Português Botinudo" aposentou-se
em 1973, escrevendo na memória dos anais do desenvolvimento de São Paulo a sua
modesta participação e admirável conduta, partindo desta vida em 31 de janeiro
de 1975, deixando o belo exemplo, reflexo passado às gerações posteriores.
Depoimento concedido em 25 de março de 2006, por seus filhos, Antonio da
Mata Neto e padre Edmundo da Mata, Paróquia São Luiz Gonzaga, no bairro Jardim
São Luiz, de quem os feitos da família são eternamente enaltecidos.
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