Alexandre Moreira Neto: BOTINA AMARELA DESDE 21 DE OUTUBRO DE 1941
Os cavaleiros usam armaduras para enfrentarem a vida e
assim caminham nos campos como um guerreiro enfrentado moinhos de vento, enfrentado as sombras, enfrentando a si mesmo. Caminham
combatendo, sabendo que a vida é um momento rápido, apenas isso, um tempo
determinado, um prêmio, onde se escreve a história, onde se planta uma semente
na terra que amamos, pois por ela temos orgulho, pertencimento e identidade!
Sabemos
que não temos unanimidade, e tem que ser assim mesmo, para sabermos redefinir
questões, analisar posições e voltar atrás quando preciso for, pois a verdade
pode ser o fato de apenas um instante momentâneo, podendo variar ao longo do
tempo.
Deste
“torrão caipira”, chamado de Santo Amaro, Alexandre Moreira Neto foi sempre
grande defensor, pisando forte pra preservar o legado botinas amarelas, para
preservar toda tradição advinda desde os tempos iniciados no desbravamento e
ocupação do espaço que se tornou referência de luta constante para a
preservação da memória.
Afinal
como se faz uma biografia, se a escrita não consegue determinar a dimensão do
real e de quem “escreveu” em vida um legado, por vezes superando o sujeito
histórico e que de repente se torna objeto a ser estudado e determinado pela
dimensão da obra.
Não
há como mensurar uma pessoa, pois cada qual tem uma medida e nenhum missivista
sabe expor com fidelidade as honras merecidas em poucas letras.
Santamarense
não tem medida, tem orgulho de ser e pertencer em Santo Amaro.
Alexandre
Moreira Neto representou por muito tempo esse fervor por esse “torrão” e foi um
entusiasta de tudo quanto acontecia nesta “terra amarela”, de caipiras de
várias nacionalidades, conhecendo cada canto, cada rua, cada praça, os riachos
hoje encobertos pelo progresso, enfim o lugar das paragens dos Botinas
Amarelas. Seus “causos” faziam parte de eventos promovidos, juntamente com
outros tantos ilustres conhecedores de Santo Amaro que transmitiam toda
oralidade local.
Em
Santo Amaro seu pai Cesar Moreira, que era conhecido pela alcunha de Carioca,
“assentou praça” nos idos da década de 1920, constituindo família com a senhora
Horacina Borba Cyrino, advindo deste matrimônio os filhos Gilberto, Hélio,
Alexandre, Cesar, Maria Eugenia e Eliane. Os filhos trabalhavam com seu pai no
escritório de despachos de documentos em Santo Amaro. Até esta datada atual
manteve Alexandre Moreira Neto seu escritório de advocacia à Rua Desembargador
Bandeira de Melo, juntamente com Maria Aparecida de Almeida Camilo.
Alexandre
Moreira Neto teve como âncora firme sua esposa, Lúcia da Silva Moreira que
estava sempre presente em todos os eventos sociais locais. Seu filho Cesar da
Silva Moreira é o representante de seu legado santamarense. Seu mais proeminente
momento, e que repercutiu por vários anos, é ter cavalgado com a romaria de
Pirapora de Bom Jesus, com os amigos que dela faziam parte, participando
ativamente nas comissões da mesma. Comendas, medalhas várias, inclusive a das
Forças de Paz da ONU e de tantas outras honrarias fazem parte de seu cabedal.
Por
muito tempo escreveu sua coluna enaltecendo o legado antigo dos Botinas
Amarelas, espaço esse aberto para essa finalidade na Gazeta de Santo Amaro, de
seu amigo Armando da Silva Prado Neto e também concedido pelos atuais
jornalistas que detém a marca deste jornal.
A
entidade reconhecida como depositária da história local, Cetrasa, Centro das
Tradições de Santo Amaro, situado à Rua Alceu Maynard de Araújo, 32, Vila
Cruzeiro, foi edificada na década de 1990, que por muito tempo foi presidida
por Alexandre Moreira, hoje à frente da instituição temos com presidente, José
Carlos Bruno, que dará continuidade a esse espaço de relevante valor, sendo que
mantém o Troféu Botina Amarela, concedido aos mais representativos e que tenham
distinção na região.
Seu passamento ocorreu em 09 de fevereiro de 2019. Que
lhe seja concedido o lugar dos justos, pois até no sentido religioso,
participava ativamente da Matriz de Santo Amaro.
MOMENTOS QUE HOJE FAZ PARTE DA HISTÓRIA
SEDE DO CETRASA
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