quinta-feira, 28 de março de 2019

A Roupa do Monge...

ou..."O Japonês Agricultor" 

Lá pelos lados do Paranapanema, quase Paraná, a produção agrícola tem grande força. Certa feita um japonês entrou em uma revenda de caminhões todo sujo de terra vermelha, da cabeça aos pés, ficou parado na loja sem ser atendido e por conta encaminhou-se a um dos vendedores e disse:

“Vocês têm “caminhon” Mercedes”?

O vendedor vendo “o japonês tipo matuto” com menosprezo resolveu brincar e “falar” que não tinha, mas que o japonês poderia ir procurar noutra cidade que lá trabalhava um amigo de uma loja concorrente da sua e “lá tinha Mercedes”!

O japonês agradeceu a indicação com um “sayonara” sorridente e saiu.

Depois de algumas horas toca o telefone na primeira loja e o “vendedor gozador” atende:

Alô, quem fala?

Aqui é o vendedor seu amigo, queria agradecer por ter indicado o japonês que estava cheio de terra.

Como assim?

Ele falou que você me indicou quando ele foi ai ver um caminhão.

E daí?

Estou lhe oferecendo um churrasco pela indicação.

Por quê?

Porque ele pediu para ver “um caminhão Mercedes” e então comprou quatro com pagamento a vista!!!

Han?


“Arigato” por você me indicar...foi assim que o japa agradeceu, quando foi para sua fazenda! Espero você para o churrasco!

domingo, 24 de março de 2019

A tela “Independência ou Morte”: Uma ficção com ressalvas como documento histórico!

OS ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS DA INDEPENDÊNCIA


Em 1822 o imperador do Brasil dom Pedro I, veio para a Província de São Paulo com sua comitiva do Rio de Janeiro onde partiu a 14 de agosto, pela Estrada Real, entrando na topografia de São Paulo de 800 metros acima do nível do mar, chegando a Freguesia da Penha de França em 24 de agosto, após 634 km, seu último pouso antes de entrar em São Paulo. Viera para apaziguar divergências entre os membros da junta do governo provisório, conservadores e liberais, que desde o ano anterior dirigiam os destinos da Província de São Paulo, que resultou na eclosão, no dia 23 de maio de 1822, de revolta que ficou conhecida como Bernarda de Francisco Ignácio.
Em 5 de setembro, foi à Santos a fim de inspecionar as fortalezas e visitar pessoas da família de José Bonifácio, seu ministro de Estado. Teria saído de Santos em torno das 5 horas da manhã com a comitiva, montada em muares, de regresso a São Paulo, no sábado, por volta das 16 horas, dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro e a comitiva se encontravam no alto de colina próxima do riacho do Ipiranga, quando recebe intimação de Portugal.
O Príncipe teria saído de Santos em torno das 5 horas da manhã. Em média, a comitiva, teria andado pouco mais que 6 km por hora em movimento montada em muares. Após proclamar a independência do Brasil, no dia 10 de setembro de 1822, deixou a Capital, partindo para o Rio de Janeiro!
O QUADRO DA INDEPENDÊNCIA E SUAS INCONGRUÊNCIAS
A tela “Independência ou Morte” ficou conhecida como “O Grito do Ipiranga” foi feita pelo artista Pedro Américo (1843-1905) em Florença, na Itália, a partir de 1886 e concluída em 1888, portanto 66 anos depois da independência do Brasil. Foi a Família Real que encomendou a obra. A ideia era ressaltar o poder monárquico do recém-instaurado império. Houve atraso da construção do edifício do Museu do Ipiranga (hoje Museu Paulista da USP), que foi inaugurado em 7 de setembro de 1895, quase seis anos depois da proclamação da República.
Foi uma cena produzida pela imaginação do pintor, longe até do Brasil, pois à época estava na Itália e lá foi produzida a tela.
O próprio autor da obra reconheceu que seria impossível fazer uma relação entre a pintura e o episódio. Não apenas porque havia uma grande diferença de tempo entre o fato e o retratado na tela, mas também porque não seria possível reconstituir minuciosamente o acontecido, faltavam dados do fato.
O imenso painel pintado por Pedro Américo, tem 7,60 metros de comprimento por 4,15 metros de altura. Entre sua concepção e seu acabamento, perpassam uma série de interesses políticos, que se relacionam ao declínio da monarquia brasileira e até aos ideais republicanos do pintor, embora este fosse protegido de D. Pedro II.
Foi evocada a história sendo inventada e teatralizada, de modo que a perpetuar a memória no imaginário popular. Dom Pedro foi colocado como mito fundador do novo país na obra deixando de ser um simples governante para tornar-se o herói e líder, cavalgando em um cavalo garboso, com uniforme de gala e comandando um batalhão elegante que respondem ao brado memorável de forma unívoca, vigorosa e harmoniosa e representam, junto com alguns camponeses que assistem a cena, representando o povo.

Algumas situações expostas no quadro que foram criadas como sentido "poético" pelo autor:

A comitiva que acompanhava o príncipe regente D. Pedro não era muito grande como representado.
Nem Dom Pedro e nem a comitiva estavam vestidos com os uniformes de gala, mas sim roupas mais grosseiras de algodão para enfrentar a longa jornada.
D. Pedro estava montado em uma mula, muito usado para grandes viagens.
A famosa Casa do Grito colocada na tela como um dos símbolos do Dia da Independência, não existia. Seu primeiro registro é de 1884, ou seja, 62 anos depois.
O grito da Independência não aconteceu de fato às margens do Ipiranga como consta no quadro. D. Pedro estaria em cima de uma colina sofrendo dores de um "mal gástrico" (crise de diarreia), dos excessos alimentares em Santos.
O quadro mostra homens simples e carros de bois. O povo não participou do ato.
Pedro Américo se retratou na cena empunhando um guarda chuva e usando cartola, evidentemente que não fazia parte desse momento histórico.

sexta-feira, 22 de março de 2019

O SABICHÃO E O TAREFEIRO

Cada dia aprendemos...
Pensamos que sabemos, mas não é bem assim...
temos que entender que cada um tem seu carisma...
e cada dia tem seu cuidado...
e a vida é um eterno aprendizado...
como diz a música:

“Você diz que sabe muito,
lagartixa sabe mais,
ela sobe na parede,
coisa que você não faz”!

Nesse compasso vi um diálogo entre um sabichão e um tarefeiro:
O tarefeiro estava na labuta suando mais que bica de chafariz,
Limpando o terreiro com aquela paciência de chinês zen...

No ínterim passa o sabichão e sem conhecer o tarefeiro retruca:
“Se fosse eu, faria assim e assado”!

O tarefeiro estendeu o cabo da inchada e ofereceu ao sabichão...
Este ficou parado sem saber o que fazer e recusou a empreita...
O tarefeiro voltou na labuta, mas o sabichão continuou a tagarelar...

O tarefeiro limpou o suor da testa e disse em voz tranquila:

“Você que chegou agora para criticar,
deveria ter chegado antes de fazer!
Assinado:
Aquele que fez, quando ninguém sabia fazer”!

O sabichão ficou vermelho como um peru e saiu a passos largos,
sem olhar para trás.


O tarefeiro apenas continuou seu trabalho como sempre!!!

sábado, 16 de março de 2019

Santo Amaro Foi Seu Legado! Alexandre Moreira Neto? Presente!

Alexandre Moreira Neto: BOTINA AMARELA DESDE 21 DE OUTUBRO DE 1941
Os cavaleiros usam armaduras para enfrentarem a vida e assim caminham nos campos como um guerreiro enfrentado moinhos de vento, enfrentado as sombras, enfrentando a si mesmo. Caminham combatendo, sabendo que a vida é um momento rápido, apenas isso, um tempo determinado, um prêmio, onde se escreve a história, onde se planta uma semente na terra que amamos, pois por ela temos orgulho, pertencimento e identidade!
Sabemos que não temos unanimidade, e tem que ser assim mesmo, para sabermos redefinir questões, analisar posições e voltar atrás quando preciso for, pois a verdade pode ser o fato de apenas um instante momentâneo, podendo variar ao longo do tempo.
Deste “torrão caipira”, chamado de Santo Amaro, Alexandre Moreira Neto foi sempre grande defensor, pisando forte pra preservar o legado botinas amarelas, para preservar toda tradição advinda desde os tempos iniciados no desbravamento e ocupação do espaço que se tornou referência de luta constante para a preservação da memória.
Afinal como se faz uma biografia, se a escrita não consegue determinar a dimensão do real e de quem “escreveu” em vida um legado, por vezes superando o sujeito histórico e que de repente se torna objeto a ser estudado e determinado pela dimensão da obra.
Não há como mensurar uma pessoa, pois cada qual tem uma medida e nenhum missivista sabe expor com fidelidade as honras merecidas em poucas letras.
Santamarense não tem medida, tem orgulho de ser e pertencer em Santo Amaro.
Alexandre Moreira Neto representou por muito tempo esse fervor por esse “torrão” e foi um entusiasta de tudo quanto acontecia nesta “terra amarela”, de caipiras de várias nacionalidades, conhecendo cada canto, cada rua, cada praça, os riachos hoje encobertos pelo progresso, enfim o lugar das paragens dos Botinas Amarelas. Seus “causos” faziam parte de eventos promovidos, juntamente com outros tantos ilustres conhecedores de Santo Amaro que transmitiam toda oralidade local.
Em Santo Amaro seu pai Cesar Moreira, que era conhecido pela alcunha de Carioca, “assentou praça” nos idos da década de 1920, constituindo família com a senhora Horacina Borba Cyrino, advindo deste matrimônio os filhos Gilberto, Hélio, Alexandre, Cesar, Maria Eugenia e Eliane. Os filhos trabalhavam com seu pai no escritório de despachos de documentos em Santo Amaro. Até esta datada atual manteve Alexandre Moreira Neto seu escritório de advocacia à Rua Desembargador Bandeira de Melo, juntamente com Maria Aparecida de Almeida Camilo.
Alexandre Moreira Neto teve como âncora firme sua esposa, Lúcia da Silva Moreira que estava sempre presente em todos os eventos sociais locais. Seu filho Cesar da Silva Moreira é o representante de seu legado santamarense. Seu mais proeminente momento, e que repercutiu por vários anos, é ter cavalgado com a romaria de Pirapora de Bom Jesus, com os amigos que dela faziam parte, participando ativamente nas comissões da mesma. Comendas, medalhas várias, inclusive a das Forças de Paz da ONU e de tantas outras honrarias fazem parte de seu cabedal.
Por muito tempo escreveu sua coluna enaltecendo o legado antigo dos Botinas Amarelas, espaço esse aberto para essa finalidade na Gazeta de Santo Amaro, de seu amigo Armando da Silva Prado Neto e também concedido pelos atuais jornalistas que detém a marca deste jornal.
A entidade reconhecida como depositária da história local, Cetrasa, Centro das Tradições de Santo Amaro, situado à Rua Alceu Maynard de Araújo, 32, Vila Cruzeiro, foi edificada na década de 1990, que por muito tempo foi presidida por Alexandre Moreira, hoje à frente da instituição temos com presidente, José Carlos Bruno, que dará continuidade a esse espaço de relevante valor, sendo que mantém o Troféu Botina Amarela, concedido aos mais representativos e que tenham distinção na região.

Seu passamento ocorreu em 09 de fevereiro de 2019. Que lhe seja concedido o lugar dos justos, pois até no sentido religioso, participava ativamente da Matriz de Santo Amaro.
MOMENTOS QUE HOJE FAZ PARTE DA HISTÓRIA 

SEDE DO CETRASA












segunda-feira, 11 de março de 2019

RIOS MORTOS, CONTAMINADOS E CANALIZADOS E AS INUNDAÇÕES EM SÃO PAULO!

Os rios e seus limites desrespeitados

São Paulo possue rios, ribeirões, riachos, lagoas, que fazem parte da formação hídrica num complexo de rede entre essas “veias” que correm para rios importantes e maiores como o Tamanduateí, Pinheiros e o Tietê que circundam a cidade de São Paulo.

Hoje toda essa malha hídrica esta canalizada, mas continuam agora debaixo da impermeabilização de asfalto e cimento, são invisíveis e tornaram-se malhas viárias onde por baixo escoam as águas pluviais. Antes esses rios transbordavam para suas várzeas, e tinham em seu ciclo de cheias intensificadas com maior ímpeto nos períodos chuvosos de transição de estações. Os três rios citados receberam concreto em suas margens na cidade de São Paulo, foram “aprisionados” e retificados, perderam suas várzeas e as matas ciliares e nestes locais o homem invadiu sem cerimônia e “plantou” sua civilização moderna. Em todo esse cenário foram avançando empreendimentos para essas áreas das antigas várzeas.

Só para se ter ideia o Rio Pinheiros que corria caudaloso com seus longos e sinuosos movimentos de 45 quilômetros ao encontro do Tietê, tornou-se uma reta de 27 quilômetros de esgoto a céu aberto proveniente anteriormente de esgotos industriais e hoje provenientes de prédios e residências ao longo de seu percurso! 

Todos esses rios moribundos, mortos de vida aquática, correm ainda como afluentes de outros rios maiores para onde escoa toda á água das chuvas! As inundações sempre ocorreram, havendo relatos antigos, sendo as maiores inundações em 1919, 1929, embora essa última, alguns a consideram de origem “criminosa” para apoderarem-se de áreas de represamento.

Evidentemente que a cidade não tinha toda essa complexa estrutura da atualidade, e as “águas de março” no ciclo das chuvas chegam com o ímpeto da natureza e “recupera” as várzeas dos rios onde hoje há moradias, lojas, indústrias que foram construídas nos aterros das várzeas dos rios e alagam o que antes pertenciam aos rios e deles foram “roubados”.  

Essas águas que invadem onde está o homem hoje e que não lhe pertence, simplesmente são “propriedades” dos rios que estão se apoderando apenas do que por direito é algo do ciclo natural das águas que fazem parte da cidade onde os cursos dos rios recebem toda intervenção humana. Esse “apoderamento” por parte do homem tem um preço e vemos que o custo é alto pela interferência que acarreta o ônus a ser pago da ocupação sem critério analítico!!!


Mapa hidrográfico do município de São Paulo: Fonte: Atlas Ambiental do Município de São Paulo, PMSP/SMVA/SEMPLA (2002)