sexta-feira, 5 de maio de 2017

O homem, esse ser “obsoleto” e suas máquinas “inteligentes”!

Será o rompimento das relações trabalhistas?

As relações de trabalho do homem para com o homem estão chegando ao fim, pois máquinas inteligentes já não precisam ser operadas por vários homens, por turnos de produção.

As máquinas irão agir por si, pensando em operar com altíssima produção e se necessário for, 24 horas por dia, sem interrupções por necessidades fisiológicas e sem sentir a estafa do esforço produtivo, podem ser abastecidas até em movimento!

Os contatos humanos já não são obrigatoriamente presenciais, cada vez mais nos distanciamos das pessoas e “conversamos em rede”, além de muitas transações.

Houve um momento histórico que a produção já estava em alta e as tecelagens inglesas antecipavam esse momento com novos equipamentos de produção em série. Disto surgiu o "ludismo" que foi um movimento da Revolução Industrial (na Inglaterra, entre 1811/12) que ia contra a mecanização do trabalho, ou seja, a substituição da mão de obra por máquinas. Adaptado aos dias atuais, o termo “ludita” identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias.

No século vinte foi o auge industrial por máquinas operatrizes, a produção dependia do homem e a máquina. Essa produtividade era desenvolvida por tempos e métodos de produção onde o homem tirava rendimento da produção horária da capacidade da máquina que operava. A atividade produtiva estava condicionada ao controle da condição motora do homem!

Não se exigia alto conhecimento técnico para ser “operador de máquinas” e tudo era resumido em uma aritmética elementar e apertar dois únicos botões das máquinas, um verde para ligar e começar a produzir e outro vermelho para parar de produzir, em tempos regulares, como almoçar, tomar café ou terminar o turno e ir para casa “descansar o homem” para reiniciar no dia seguinte!

Essa era a lógica produtiva desde o inicio da Revolução Industrial do século 19 repassada para o século seguinte, mas que não satisfaz mais a produção contínua e sempre em alta de produtos de consumo, em vários seguimentos.

A demanda de produção atual e as relações conflitantes seguiram-se para outro caminho com o advento das “máquinas-cérebros” que começou a controlar as atividades humanas e aquilo que antes era aceito como regra de o homem direcionar a máquina. Aos poucos os papéis se invertem e a máquina no hodierno “manipula” o homem nos seus anseios e tudo está sendo dirigido por computadores que controlam máquinas e que se tornaram autômatos e autônomos e não precisam mais do homem para produzir!


Não é o fim da história, é o início de um novo conceito, e o “homem do poder detentor dos meios de produção” não necessita de “tantos homens” para que sejam feitos todos os trabalhos que necessitam “todos os homens” para sobrevivência, pois possuirá máquinas inteligentes de produção[1]!

Algo precisa ser idealizado, pois o limite já está sendo rompido nessas relações de trabalho e parece que “homens cegos” estão caminhando para o abismo que separa os homens que antes se reuniram em “guildas[2]” para fazerem tudo quanto necessário para a sobrevivência e hoje essa intermediação não é mais necessário e o trabalho continua rendendo subsídios e diferenças!

O que antes, com o aparecimento das máquinas industriais, foi idealizado para o controle do corpo físico para se produzir em alta escala, hoje tudo está direcionado ao controle da mente humana, exigindo-se a capacidade máxima de rendimento produtivo!

A cibernética e a robótica da atual revolução tecnológica detentora da informação centralizada, fará do homem comum mero expectador das transformações, pois "saber é poder" e poucos serão os detentores deste saber que demandará as necessidades humanas no planeta e fora dele!

Quem se alimentar e tiver as condições mínimas de sobrevivência, se dará por satisfeito no futuro! 





[1] "Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes". (Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial).

[2] Guildas, primeiras organizações  de artesãos de um mesmo ramo. Eram pessoas que desenvolviam a mesma atividade profissional que procuravam garantir os interesses desta classe e regulamentar a profissão.

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