Será o rompimento das
relações trabalhistas?
As relações de trabalho
do homem para com o homem estão chegando ao fim, pois máquinas inteligentes já
não precisam ser operadas por vários homens, por turnos de produção.
As máquinas irão agir
por si, pensando em operar com altíssima produção e se necessário for, 24 horas
por dia, sem interrupções por necessidades fisiológicas e sem sentir a estafa
do esforço produtivo, podem ser abastecidas até em movimento!
Os contatos humanos já não
são obrigatoriamente presenciais, cada vez mais nos distanciamos das pessoas e “conversamos
em rede”, além de muitas transações.
Houve um momento histórico que a produção já estava em alta e
as tecelagens inglesas antecipavam esse momento com novos equipamentos de
produção em série. Disto surgiu o "ludismo" que foi um movimento da Revolução
Industrial (na Inglaterra, entre 1811/12) que ia contra a mecanização do
trabalho, ou seja, a substituição da mão de obra por máquinas. Adaptado aos dias atuais, o termo “ludita”
identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas
tecnologias.
No século vinte foi o
auge industrial por máquinas operatrizes, a produção dependia do homem e a máquina.
Essa produtividade era desenvolvida por tempos e métodos de produção onde o
homem tirava rendimento da produção horária da capacidade da máquina que
operava. A atividade produtiva estava condicionada ao controle da condição motora do homem!
Não se exigia alto
conhecimento técnico para ser “operador de máquinas” e tudo era resumido em uma
aritmética elementar e apertar dois únicos botões das máquinas, um verde para
ligar e começar a produzir e outro vermelho para parar de produzir, em tempos
regulares, como almoçar, tomar café ou terminar o turno e ir para casa “descansar
o homem” para reiniciar no dia seguinte!
Essa era a lógica produtiva
desde o inicio da Revolução Industrial do século 19 repassada para o século
seguinte, mas que não satisfaz mais a produção contínua e sempre em alta de
produtos de consumo, em vários seguimentos.
A demanda de produção
atual e as relações conflitantes seguiram-se para outro caminho com o advento
das “máquinas-cérebros” que começou a controlar as atividades humanas e aquilo
que antes era aceito como regra de o homem direcionar a máquina. Aos poucos os papéis
se invertem e a máquina no hodierno “manipula” o homem nos seus anseios e tudo
está sendo dirigido por computadores que controlam máquinas e que se tornaram autômatos
e autônomos e não precisam mais do homem para produzir!
Não é o fim da
história, é o início de um novo conceito, e o “homem do poder detentor dos
meios de produção” não necessita de “tantos homens” para que sejam feitos todos
os trabalhos que necessitam “todos os homens” para sobrevivência, pois possuirá
máquinas inteligentes de produção[1]!
Algo precisa ser
idealizado, pois o limite já está sendo rompido nessas relações de trabalho e
parece que “homens cegos” estão caminhando para o abismo que separa os homens
que antes se reuniram em “guildas[2]”
para fazerem tudo quanto necessário para a sobrevivência e hoje essa
intermediação não é mais necessário e o trabalho continua rendendo subsídios e
diferenças!
O que antes, com o aparecimento das máquinas industriais, foi idealizado para o controle do corpo físico para se produzir em alta escala, hoje tudo está direcionado ao controle da mente humana, exigindo-se a capacidade máxima de rendimento produtivo!
A cibernética e a robótica da atual revolução tecnológica detentora da informação centralizada, fará do homem comum mero expectador das transformações, pois "saber é poder" e poucos serão os detentores deste saber que demandará as necessidades humanas no planeta e fora dele!
Quem se alimentar e tiver as condições mínimas de sobrevivência, se dará por satisfeito no futuro!
[1] "Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que
transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos
relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será
diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes". (Klaus
Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial).
[2]
Guildas, primeiras organizações de artesãos de um mesmo ramo. Eram
pessoas que desenvolviam a mesma atividade profissional que procuravam garantir
os interesses desta classe e regulamentar a profissão.
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