Vigiar e punir
Ontem
(14-4-2016) , fui à Casa (Municipal) do Povo, ao menos falam que
ela o é, para assistir a um evento em São Paulo!
Meu asseio
era o mais coerente possível de um indivíduo em um país tropical, uma calça de
brim surrada, mas inteira, uma camisa básica, um sapato “mocassim” que já andou
mais do que esse observador nas transformações da cidade! Não estava com trajes
que pudesse ser inconveniente para a ocasião da abertura de um departamento de
acervo para pesquisa em história, nada me comprometia que pudesse desabonar
este citadino, somando a isto o asseio da barba feita e cabelo cortado!
No cartaz, que insistem em chamar de fôlder, onde anunciava tal evento que, aliás, o Centro muito contribuirá para pesquisas
futuras no âmbito de estudo de vereança, não havia menção de alguma vestimenta padrão ou algum rigor à parte.
Corri contra
o tempo, pois São Paulo é uma cidade sem previsão e “tudo pára do nada”.
Cheguei ao
local esbaforido e o “relógio corria” e quanto mais eu corria mais o tempo
andava. Por sorte o evento era no primeiro andar, nem o elevador esperei e
“escalei” escada acima adentrando nas imediações do evento, evidentemente que
pelo meu atraso, já estava próximo do final.
Havia a
minha frente um obstáculo de dois seguranças gentis no trato, e um destes
servidores requereu-me informações básicas do tipo inicial de um “pois não”,
aonde o senhor vai?
Prontamente
respondi que iria ao evento do lançamento do Centro de Memória. Tomei um susto
quando o servidor respondeu se eu estava certo onde eu queria ir, pois “achava”
que aquele evento não era o que eu estava interessado. Respondi que não estava
cometendo nenhum engano e era ao certo aquele recinto mesmo, e, até falei o
nome da sala, pois estava documentado com o endereço do local. Enquanto eu
expunha, e o tempo corria, o referido segurança media-me com olhar de censura
de cima em baixo, sendo que até o jornal que eu segurava ele leu de pronto, e
por fim depois dessas réplicas e tréplicas deixou-me passar.
Quase nada
consegui ver e na saída deparei-me com o presidente da Câmara todo radiante em seu corte bem aprumado de terno dando entrevista focando o sucesso do evento
parlamentar.
Havia uma
pequena mesa de “petiscos-padrões”, básicos de todo evento da Casa nas
finalizações de quaisquer eventos, e bolachinhas coloridas enfeitavam a
referida mesa. Passei de retro, tomei um café em dois goles, meu vício
constante, falei com um amigo e sai rindo da roupa deste monge que vos escreve.
Parabéns ao
sistema de Segurança da Casa do Povo, afinal “paletó e gravata” faz parte da
praxe de aberturas de portas, mesmo que o “sujeito” seja oco em seu interior!!!
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