sexta-feira, 15 de abril de 2016

A Roupa do monge e a Casa do Povo em São Paulo

Vigiar e punir
Ontem (14-4-2016) , fui à Casa (Municipal) do Povo, ao menos falam que ela o é, para assistir a um evento em São Paulo!
Meu asseio era o mais coerente possível de um indivíduo em um país tropical, uma calça de brim surrada, mas inteira, uma camisa básica, um sapato “mocassim” que já andou mais do que esse observador nas transformações da cidade! Não estava com trajes que pudesse ser inconveniente para a ocasião da abertura de um departamento de acervo para pesquisa em história, nada me comprometia que pudesse desabonar este citadino, somando a isto o asseio da barba feita e cabelo cortado!
No cartaz, que insistem em chamar de fôlder, onde anunciava tal evento que, aliás, o Centro muito contribuirá para pesquisas futuras no âmbito de estudo de vereança, não havia menção de alguma vestimenta padrão ou algum rigor à parte.
Corri contra o tempo, pois São Paulo é uma cidade sem previsão e “tudo pára do nada”.
Cheguei ao local esbaforido e o “relógio corria” e quanto mais eu corria mais o tempo andava. Por sorte o evento era no primeiro andar, nem o elevador esperei e “escalei” escada acima adentrando nas imediações do evento, evidentemente que pelo meu atraso, já estava próximo do final.
Havia a minha frente um obstáculo de dois seguranças gentis no trato, e um destes servidores requereu-me informações básicas do tipo inicial de um “pois não”, aonde o senhor vai?
Prontamente respondi que iria ao evento do lançamento do Centro de Memória. Tomei um susto quando o servidor respondeu se eu estava certo onde eu queria ir, pois “achava” que aquele evento não era o que eu estava interessado. Respondi que não estava cometendo nenhum engano e era ao certo aquele recinto mesmo, e, até falei o nome da sala, pois estava documentado com o endereço do local. Enquanto eu expunha, e o tempo corria, o referido segurança media-me com olhar de censura de cima em baixo, sendo que até o jornal que eu segurava ele leu de pronto, e por fim depois dessas réplicas e tréplicas deixou-me passar.
Quase nada consegui ver e na saída deparei-me com o presidente da Câmara todo radiante em seu corte bem aprumado de terno dando entrevista focando o sucesso do evento parlamentar.
Havia uma pequena mesa de “petiscos-padrões”, básicos de todo evento da Casa nas finalizações de quaisquer eventos, e bolachinhas coloridas enfeitavam a referida mesa. Passei de retro, tomei um café em dois goles, meu vício constante, falei com um amigo e sai rindo da roupa deste monge que vos escreve.

Parabéns ao sistema de Segurança da Casa do Povo, afinal “paletó e gravata” faz parte da praxe de aberturas de portas, mesmo que o “sujeito” seja oco em seu interior!!!

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