Brasil, a pressa de sempre de uma
máquina emperrada!!!
Há o mesmo imediatismo das décadas de 1960 e de 1970 quando o campo industrial era forte e de alta produtividade requeria a todo custo técnicos para as demandas vigentes e o Brasil possuía ainda a metade da população atual, próximo dos 200 milhões de habitantes, com inchaços nas grandes capitais. Houve absorção alta de mão de obra que buscava qualificação.
Hoje na mídia escrita e falada existem
todos os tipos de argumentos para implantação de cursos rápidos em formação
imediata para que haja capacitação mínima em determinada área de trabalho técnico.
Há o mesmo imediatismo das décadas de 1960 e de 1970 quando o campo industrial era forte e de alta produtividade requeria a todo custo técnicos para as demandas vigentes e o Brasil possuía ainda a metade da população atual, próximo dos 200 milhões de habitantes, com inchaços nas grandes capitais. Houve absorção alta de mão de obra que buscava qualificação.
Todo jovem era abarcado para o
campo produtivo do “SISTEMA S” como SENAI, SENAC, SESC, SESI que disputavam entre
si toda a mão de obra jovem existente, não havia custo de investimento para o
interessado, todos os cursos eram ministrados gratuitamente e o recurso monetário
eram advindo da indústria de transformação e comércio.
Não faltava emprego, bastava querer
engajar-se em algum seguimento que haviam cursos variados para preparar uma mão
de obra sem qualificação alguma, numa clara evidência de imediatismo.
Era tão necessária a mão de obra
que no campo da engenharia elaborou-se currículo aprovado pelo Ministério da Educação
num curso rápido que foi denominada “engenharia operacional”, como o próprio
nome indicava, era para ser usada a mão de obra desta formação de três anos no
modelo próprio de da operação de produção de bens de consumo, enquanto a
engenharia plena exigia cinco anos de formação e dava conhecimento pleno em vários
segmentos. Muitos optaram por essa alternativa rápida, pois se diminui a carga horária
e em três anos recebia-se a qualificação necessária com direito ao registro
profissional da categoria.
Mas existia uma lacuna ainda não preenchida
e era necessária rapidez em uma formação técnica de nível médio especifica em
cada área, ou do ramo da mecânica, elétrica ou construção civil e campo de
prestação de serviços comerciais, como contabilidade, administração básica. Para
isso foi instituído os “cursos de técnico de nível médio”, que faria a ponte entre
a produção e a engenharia propriamente dita. Esses cursos tinham a duração de três
anos e dava aptidão técnica e qualificaria o indivíduo para o campo de
trabalho.
Muitos optaram por essa
alternativa em substituição a formação do ensino colegial, (no hodierno o nome
passou a ser denominado “nível médio” para os cursos regulares) também de três
anos, mas que não qualificava para a imediata absorção de mão de obra.
As escolas técnicas eram disputadíssimas,
haviam cursos preparatórios para se ingressar nestas escolas específicas e havia
competitividade pelas melhores vagas, existiam disputas e eram feitas provas das
matérias básicas para poderem ingressar nestas instituições. A procura por
esses cursos e a proporção por vaga era alta!
Nós recebíamos a formação
especifica do campo escolhido e fomos “treinados” em cada seguimento para
produzir sem haver o devido interesse de produzir e reproduzir conhecimento. Éramos meros apertadores de
botão, o verde para ligar e o vermelho para desligar o equipamento.
Os técnicos formados nesta época foram
unicamente treinados para a alta produtividade onde “o bolo crescia, mas nada
se repartia”. Os jovens estavam com todo vigor, ganhava-se “carteira assinada”
com 14 anos de idade, e o salário do “menor” iniciante correspondia à metade do
salário mínimo vigente à época. Os governos brasileiros jamais repartiram nada
do excedente da produção. Cada atividade era regulada por um “gatilho” anual, ou
seja, um subsídio salarial do interesse governamental em determinada época.
Somente era produzido para os “Planos
Nacionais de Desenvolvimento Econômico” e chegava-se as “raias do esgotamento”.
Muitos operários produziam tanto que igualavam às horas normais de produção às
horas extras, pois a mão de obra era escassa, onde se recebia outro tanto de “salário”
que ultrapassava um valor monetário e uma parte disso era “retida na fonte” fazendária, um valor
percentual que alimentava o erário do governo federal.
As indústrias possuíam três
turnos de produção e as máquinas não paravam. Estes técnicos que trabalhavam
para o “Brasil ir para frente”, somente foram aceitos no conselho de engenharia
após a chancela feita no ano de 1982, no último governo do Golpe de 1964.
Hoje, vejo analiticamente e
pela força do tempo passado, que há os mesmos erros de antes, com uma acirrada disputa
pela mão de obra mais imediata, em formações relâmpagos de no máximo um ano de
preparação, para formarem-se “técnicos” de várias áreas disponíveis do mercado,
escolas sem infraestrutura, verdadeiras “bocas de porco”.
Além disso, vemos esses “novos
jovens” serem iludidos por uma formação imediatista com concorrência de outros
jovens melhores qualificados vindos de outros países que se “aventuram” pelo
Brasil pela recessão econômica dos países de suas origens que os afetam com o
desemprego, sendo que o jovem brasileiro é preterido, infelizmente, porque possui
baixo nível estudantil.
Esse preparo imediato advém da
necessidade dos eventos esportivos que ocorrem e ainda ocorrerão no Brasil,
deveria ser iniciado anteriormente nos bancos das escolas desde o início da
preparação da criança em todos os estágios do conhecimento, sem a pressa da
necessidade do imediatismo.
O Brasil vive de extrativismo e
não se agrega valores a nenhum produto, tudo se vende a granel, importando as necessidades
de crescimento falso, sem conhecimento elaborado para suas necessidades
tropicais. Não se pode viver iludindo o povo para que o mesmo arque e mostre
seu nacionalismo com voluntariado. Para uma grande nação livre é necessário
formação de qualidade, trabalho e renda, jamais esmolas para o povo!
Engana-se por algum tempo, mas
não por todo tempo, pois os golpes continuam na República das Tocaias!!!
Olá Professor Carlos. Entendo quando menciona "extrativismo" como o provimento de uma educação pública imediatista e sem consistência.
ResponderEliminarCarlos, somos dessa geração que assistiu a tudo o que você relatou, desde a loucuras dos cursos de MADUREZA, depois SUPLETIVO e agora EJA, fora aqueles cursos milagrosos que dão diploma em dois meses de curso.
ResponderEliminarPara provar que o Brasil tem cursos imediatistas e de oportunidade o mais recente foi o eng.º de Petróleo, devido a descoberta do pré-sal e outros similares, tudo feito as pressas, se o projeto der errado abandona-se tudo e todos vão trabalhar como açougueiro, ou abrem uma firma que nada tem a ver com sua formação, enfim é o extrativismo profissional do homem contra o homem.