HISTORIOGRAFIA E ARQUEOLOGIA EM SANTO AMARO
A arqueologia dedica-se ao estudo de épocas várias para abordar as
sociedades desde grupos aborígenes somados ao contato com a colonização
européia vindas na imigração. Disto resulta a aproximação com historiadores
onde a fonte material une-se em somatórias interdisciplinares.
Os objetos e edificações contam o que muitas vezes não foram escritas e
até contradizem a versão oficial do poder que quer teimosamente oficializar
suas intenções de controle.
A conexão entre outros continentes trouxeram diversidades de louças, vidros,
metais. As edificações destacam o modelo anterior e sua técnica construtiva.
Restos de fogueiras, pedras lascadas, cerâmica, gravuras rupestres trazem
informações de um passado anterior ao sistema colonial, que formam pistas para
a etnografia.
O material recolhido revela as camadas civilizatórias vestígios da
ocupação de grupos com suas características abordadas em fragmentos, definida
pelas profundidades das camadas, sendo que, cada uma corresponde a um período
determinado, parte deste material e classificado com anotações definidas e são
enviados a laboratórios específicos para datações com métodos de quantidade de
carbono, presente nos corpos orgânicos, como ossos, madeira, carvão, sementes,
encontrados nos sítios de ocupação.
Analisar, decodificar e desmistificar para tornar a história legível no
presente numa reconstrução da identidade. Essa memória e tradições e o
comprometimento revelam aspectos culturais da localidade.
Santo Amaro revela seu passado
Santo Amaro, devido a expansão das linhas metroviárias de São Paulo, faz
parte de toda uma estrutura através da Linha 5, Lilás, que até o presente, une
uma distância de 8,4 quilômetros entre Capão Redondo ao Largo 13 de Maio, em
Santo Amaro, e esta sendo ampliada com mais 11,7 quilômetros até atingir o
outro extremo da região sul da capital na Chácara Klabin.
Desta expansão resultaram procedimentos técnicos para catalogar as áreas físicas
onde foram providenciados estudos históricos e arqueológicos, havendo
participação nas indicações de determinados pontos onde se requeria apurar mais
detalhadamente por se tratar de locais onde poderia indicar maior presença de
mudanças por interferências humanas. Nestas escavações foram encontrados
sedimentos em que as camadas anunciavam a presença do homem, através de focos
de fogueiras, cerâmicas, vidros e louças importadas em um determinado estágio, caracterizando
uma mudança de ações, onde o fogo e a cerâmica era presença marcante, anunciava
culturas controlando essa técnica rústica e artesanal, sem demérito, anunciava
um modelo próprio de interação do bugre e do caipira abandonados a própria
sorte em sua existência. Já a presença dos vidros e louças, técnicas mais complexas,
deslocou-se juntamente com a imigração maciça européia, incluindo até muitas
vezes porcelanas da China, trazidas em bagagens. Fragmento de um modelo muito usual no século 19
como telhas meias-canas apresentam um modelo onde o homem fixa-se no local com características
sedentárias e transformando as choupanas em construções de taipas de pilão, ou
adobe, trabalhando o barro para construção de suas moradias, sendo a palha e o
sapé substituídos nas coberturas. Há fragmentos de material cozido de alvenaria,
muitas vezes fabricadas por uma olaria local com seus fornos, sendo que a vasta
vegetação fornecia o carvão necessário que providenciava o combustível para o
cozimento. Por vezes, anterior a este processo, os tijolos eram fabricados
pelos próprios moradores, que misturavam ao barro um capim macerado e que era
deixado ao sol para que o mesmo pegasse consistência.
Há de se destacar também que houve transformações de um modelo usualmente
caracterizado em determinada época, aproveitando os recursos locais
disponíveis. No século 20 aparecem transformações deste modelo anterior, começando
a predominar o uso do concreto.
Deste momento a arqueologia deparou-se com sapatas numa profundidade aproximada de 1,50 metros e que por estar no centro do Largo 13 de Maio, parecia sem sentido haver uma construção arrojada com técnica moderna. Foram identificadas como fazendo parte de um projeto recente, do início da década de 1960, sendo um abrigo em uma tentativa de melhorias no sistema de locomoção concentrar os coletivos urbanos para uma fluidez racional em Santo Amaro.
As bases faziam parte deste abrigo, onde circulariam os bondes, (onde foram encontrados também trilhos soterrados) e ônibus simultaneamente, mas onde bondes já estavam em fase de substituição.
Estas sapatas (bases de sustentação do abrigo) “descobertas” nas escavações faziam parte de uma construção “moderna”, para receberem os coletivos urbanos. Este abrigo foi chamado pela população de Belo Antonio!
Deste momento a arqueologia deparou-se com sapatas numa profundidade aproximada de 1,50 metros e que por estar no centro do Largo 13 de Maio, parecia sem sentido haver uma construção arrojada com técnica moderna. Foram identificadas como fazendo parte de um projeto recente, do início da década de 1960, sendo um abrigo em uma tentativa de melhorias no sistema de locomoção concentrar os coletivos urbanos para uma fluidez racional em Santo Amaro.
As bases faziam parte deste abrigo, onde circulariam os bondes, (onde foram encontrados também trilhos soterrados) e ônibus simultaneamente, mas onde bondes já estavam em fase de substituição.
Estas sapatas (bases de sustentação do abrigo) “descobertas” nas escavações faziam parte de uma construção “moderna”, para receberem os coletivos urbanos. Este abrigo foi chamado pela população de Belo Antonio!
Enfim todo este material foi recolhido para fazer parte de estudos
futuros destas interferências humanas e que foi possível observar e analisar com
rigores científicos embasados por profissionais contratados pelo Metrô.
Adoraria ver todos esses materiais encontrados. Se eu pudesse ficaria nos locais onde estão sendo feitas as escavações.
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