sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Vergonha na Cara

VERGONHA NA CARA

Quem não conta dinheiro, conta história! O povo brasileiro vende o almoço para saborear a janta, e vem escutando desde a infância que o Brasil é um país rico e do futuro, nunca chegando ao presente, o aqui agora. As atitudes piratas, de levar vantagem em tudo, maldita propaganda de cigarro, que impregnou o conceito de atitudes de ascensão por ilicitudes.

Parece que a coisa é bem antiga, e não é só culpa da propaganda. Retrocedendo na história vamos verificar que o desterro foi atitude de limpeza, higienização da Metrópole portuguesa, de criminosos e meretrizes que infestavam a coroa.

Não vamos regredir tanto na história, mas citemos que o embaixador do Brasil em Paris, Carlos Alves de Souza, em 1962, pronunciou a célebre frase, equivocadamente atribuída ao presidente da França, General Charles de Gaulle, dizendo: “O BRASIL NÃO ERA PAÍS SÉRIO”. Pode ser que no país, além de faltar seriedade falta vergonha na cara, por ser sempre composto de governos perdulários, usando o dinheiro que deveria promover o “bem estar” de seus cidadãos, e não beneficiar oligarquias.

Citemos algumas siglas, coisa que também nunca sabemos a função de cada uma, cuja única diretriz é administrar verbas que poucos sabem o destino, que deveriam promover cidadania, mas nunca financiar algum castelo do rei.

O trabalhador brasileiro possui um “fundo perdido”, administrado pelo “Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador” – CONDEFAT, possuindo um patrimônio de R$158.000.000,00 do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, que ampara muitas corporações, que possuem sedes vultosas, impressionantemente luxuosas, que demonstram o alto grau de investimento.
O CONDEFAT ainda recebe uma verba, sabe-se lá de onde de R$ 42.000.000,00 anualmente. Esta verba oferece cursos “profissionalizantes” de 15 dias, em fins de ano, aos desempregados e jovens, que querem ou estão em vias de entrar no mercado de trabalho. Além disso, oferece uma “suculenta alimentação”, o PF – “prato feito” onde a mistura, todos os santos dias de duração do curso, compõe-se de frango, sem exceção.
Aos céticos, se quiserem provas e colocar o dedo na ferida, é só se escreverem nestes “cursos preparatórios” para o mercado de trabalho ofertado gentilmente, que irão comprovar a veracidade da informação.

Por sua vez o Ministério que controla o balanço orçamentário, com seus tribunais de contas, e por ser um tribunal já é algo para ser julgado, e se julga é condenatório de origem, embora as contas sempre sejam julgadas aprovadas e quem dela se beneficia “inocentes”.
Temos ainda um Ministério do Trabalho que não se sabe como se chega à conclusão, que o salário mínimo deve ser acrescido de aproximadamente 12% sobre o valor antigo de R$ 415,00, enquanto os senadores e deputados querem incorporar regalias de R$ 16.500,00 que são seus “direitos”, nos pomposos salários do congresso de R$ 15.000,00. Estes mesmos egrégios senhores decretam, usando de suas atribuições, que o professor tenha o piso salarial de R$ 950,00.

Mas o país precisa crescer, através das Parcerias Público-Privadas – PPPs, e para isto é necessário muito, mas muitíssimo dinheiro, para construir usinas em áreas de proteção ambiental, e serem construídas na marra por alguma empreiteira, diga-se grandes acionistas financeiros de obras, quer queiram os órgãos ambientais ou não.
As oligarquias passam por cima de qualquer lei, ora a lei, se existe, faça-se descumpri-la. Assim o todo poderoso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que financia muito mais o econômico do que o social aprova R$ 7.200.000.000,00 (não errei não, é tudo isso de zero mesmo) para construção da Usina Hidrelétrica Jirau, no Rio Madeira, irá beneficiar as maiores empreiteiras que brigam na justiça para ficarem com a maior fatia possível destes recursos.

Não aprendo mesmo, quero sempre me martirizar, leio numa reportagem jornalística, que a terceira maior empresa construtora de aviões do mundo, a EMBRAER, que possui 21.362 funcionários demitiu 4.200 pessoas por falta de demanda.
Interessante a economia não admite que se determinado empreendimento gerasse um lucro “A” em determinado ano, no próximo deve atingir “B”, e no próximo “C”, jamais retroceder ao lucro “A”, que já era lucro. Existem mentiras estatísticas, mas o governo brasileiro não mente jamais, assim a previsão da EMBRAER que teve um faturamento de R$6.300.000.000,00 (e novamente estão corretos os números de zero) retrocedeu neste ano a R$5.500.000.000,00, logo esta diferença obrigou a dispensa de um número considerado de empregados, na ordem de 20%.
Não sou muito bom nesse negócio de economia, até acreditando não ser economia, mas gasto exorbitante, o governo neoliberal do Brasil anunciou, numa coluninha escondida no jornal, num caderno que quase ninguém vê, que juntamente com a empreiteira Odebrecht, assumirá contrato de $7.000.000.000,00 de euros, (e aqui vai uma crítica ao meu computador que não possui esta tecla “euro”) junto aos franceses, para construção de cinco modernos submarinos, com propulsão nuclear, para proteger as plataformas da Petrobrás,e seu pré-sal decantado.

A Petrobrás já possui segurança da empresa americana HALLIBURTON, para que tanta proteção?

Outro fato intrigante: Será que não há especialistas para construir essas “belonaves”, que de beleza não tem nada, é “bello”, do vernáculo latino para “guerra”. Não poderia esse “exército de reserva”, mão de obra excedente, ser usada para construir estrutura de submarino?
Citemos ainda que a menina dos olhos do governo, Petrobrás produz 1.800.000 de barris de petróleo por dia, aquele óleo grosso que a natureza demorou milhões de anos para produzir, e para que todo este óleo seja retirado das entranhas da Terra, reserva abaixo da camada de sal, vai receber um aporte financeiro de US$28.000.000.000,00, e agora é em dólar mesmo, entre os anos de 2009 a 2013.

Deparei-me com a sigla DPMFi, “Dívida Pública Mobiliária Federal interna”, no valor de R$ 1.221.000.000.000,00 (agora é trilhão mesmo) com quedas de valores monetários controlados por centrais disso ou daquilo, e títulos com remunerações a longo prazo, em Bolsas de Valores, enfim, um GCPJ, “Grande Cassino Para Jogatina” com papéis ao portador, que de repente perdem seu valor na mesa de “truco” dessa roleta russa, e golpearam o capitalismo.

Tem mais dinheiro em jogo no Brasil do que se possa imagina, e a mídia denomina de “aporte”, que meu “economêz” traduz como “grana pra gastar”. É dinheiro do Tesouro, falei no começo que era coisa de pirata e é realmente, pois somente pirata tem tesouro escondido, e este é bem valioso, sendo denominado Programa de Aceleração de Crescimento - PAC, na ordem de R$ 100.000.000.000,00.
Meu amigo fala que não se coloca mais pontinho para dividir três algarismos, mas eu não consigo visualizar os valores em questão, então uso o pontinho, mesmo com os protestos de meu amigo.
Quem vai fornecer o dinheiro ao BNDES é a União, que não é a fabricante do açúcar refinado, é o Governo do Brasil mesmo, que deverá se endividar ainda mais.

O mandatário do Brasil no encontro de alguns representantes de governo latino americano presentes no Fórum Social Mundial de 2009, em Belém do Pará, onde este missivista estava presente, prometeu construir 1.000.000 de moradias para famílias entre dois e cinco salários mínimos. Pergunta que não quer calar: Abaixo deste valor, não terá direito a moradia popular? Evidentemente que alguém tem que pagar as empreiteiras que construirão essas moradias!
Existe um déficit (nome bonito para falar que falta alguma coisa), de moradia na ordem de 7.200.000, sem contar aqueles sem teto que moram debaixo das pontes das grandes capitais brasileiras, e que a política expulsa com seus decretos para “higienizar” os centros urbanos. Eles não estão nas estatísticas e não receberão moradias!

Poder-se-ia dissertar sobre tantos outros fatos, outras falcatruas, parecendo até que a exposição vai por um caminho CQD,“Como Queríamos Demonstrar”, uma sigla de teses malucas ou qualquer equação matemática, mas não é este o intuito, embora a ciência exata acompanhe dados estatísticos elaborados para aquele determinado momento histórico maquiado por interesses de poucos.
Coisa típica de pirata, sabendo que os investimentos no sistema educacional são parcas migalhas e não condiz com as necessidades de uma especialização, educar o cidadão crítico das estruturas, questionador de sua condição perante a sociedade, não faz parte de um modelo de desenvolvimento.
Marginalizar o indivíduo, pagando um salário de subsistência faz com que ele não se sinta integrante de um todo, sem contribuir para o país crescer, pois é excluído das decisões, sem o devido respeito e dignidade das classes oligárquicas que pensam que o Brasil é “pertença” dos seus interesses, fazendo sempre em improviso, para as demandas momentâneas e nunca política de Estado e sim política de governo.

Realmente temos que convir que o modelo gestor seja do tipo NDSS, ou “Não Deve Ser Sério”, e não é falta de dinheiro, é falta de vergonha mesmo!

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