sexta-feira, 4 de julho de 2025

As Serrarias e Madeiras de Santo Amaro/SP entre os séculos 19 e 20

 ...o início dos hervais santamaenses, de força e conexão com o ambiente!

Anteriormente as toras de madeira vinham para o Brasil de fora para as ferrovias inglesas construídas no século 19 em São Paulo. Essa madeira, geralmente pinho de riga, era importada do País de Gales, ou da Alemanha que competiam com baixos preços, ou seja a madeira para dormentes de linha férrea ou combustível residencial.

Em São Paulo grandes volumes de madeira de Santo Amaro eram requisitadas para armações de telhados, como exemplo o Palácio dos Campos Elíseos, em São Paulo, sede do governo paulista, e estruturas das primeiras pontes da cidade, como as armações do primeiro Viaduto do Chá, ambos empreendimentos idealizados pelo mestre de obras, Johann Grundt, natural de Hamburgo, Alemanha, que veio para construir essas estruturas contratava as serrarias alemãs de Santo Amaro, na região de Parelheiros, em São Paulo.

Muitas vezes para facilitar o transporte atravessava-se em jangadas improvizadas pelas águas da represa Guarapiranga, que também teve toda armação de sua estrutura feita na década de 1920, em madeira local, sendo todo transporte feito por carroças!

Com a implantação da “Companhia Carris de Ferro São Paulo Santo Amaro” começou a ser usada a partir de sua implantação em 1886 em seu percurso por agricultores de Santo Amaro que exportavam seus produtos, e muita madeira que em sua maioria estava concentrada na década de 1880 em várias construções que ocorriam no espaço urbano de São Paulo.

Eram madeiras emparelhadas e mourões de escoramento de obras, sendo fornecidas por semana mais de 9000 toneladas , uma carga de 180 toneladas métricas, acrescida aproximadamente de 2000 toneladas de lenha, por ano, sendo uma média de 40 toneladas dor semana.

Facilitava desta maneira o transporte em geral, que incluía lenha e tábuas serradas, vendidas a construtores de casas e a fabricantes de móveis e feiras que se faziam primeiramente no Largo de São Francisco ou no Largo do Riachuelo, antigo Largo do Piques, que as sextas-feiras e aos sábados chegavam em torno de 300 carros de boi por semana, só do transporte de madeiras para construções na cidade de São Paulo, somados a 100 carros para lenha e 37 para pedras de cantaria, com 600 quilos de pedra em cada carro, dando um total de 22 toneladas por semana.

Para edificar as estruturas de sustentação e andaimes das muitas construções que ocorriam em São Paulo, foi contratado madeiramento proveniente de serrarias da Vila de Santo Amaro, como as da família Schunk de Parelheiros e da família Reinberg do Ambura (Anbaur=Cultivador), entre outras, pois era necessário madeiras de qualidade. aproximando o mestre de obras alemão Johann Grundt, com as serrarias alemãs de Santo Amaro, que forneciam madeiras em construções pela cidade de São Paulo.


Vide também:

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2023/12/o-mestre-de-obras-alemao-johann-grundt.html

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