quinta-feira, 17 de novembro de 2022

“République de Counami”: Um país Francês dentro do Brasil, a COP 27 e o Contrabando do Ouro da Amazônia

Bonjour 

Havia uma personagem humorística na televisão brasileira que dizia com sotaque francês:

“Brasileiro é tão bonzinho”!

 Está havendo desde novembro de 2022, a COP27 no Egito, onde o tema acalorado e relevante é o clima do planeta Terra e a preservação das florestas ainda existentes.  

Não é de hoje que o governo francês é conflitante com o Brasil. A história é realmente um campo vasto, que nas entrelinhas nos dá a resposta daquilo que acontece hoje.

Por que será que a França, até anterior ao atual presidente Sarkozy, pega tanto no pé do Brasil, sobre o território amazônico, bem antes mesmo da COP27?

 Um país francês dentro do Brasil 

A França colocou o seu pezinho lá no norte do Brasil e com todo seu poderio no cenário europeu  e criou para si a “République de Counami”, mas o que era essa república criada dentro do território brasileiro no século 19?

Em 1886, um punhado de aventureiros franceses fundou a “République de Counami” na área hoje ocupada pelo Estado brasileiro do Amapá e sertão adentro do Norte do Brasil. A nação fantasma, que não foi reconhecida jamais, era "administrada" de Paris por Jules Gros.

 Jules Gros era um jornalista membro da Sociedade de Geografia, foi nomeado em 1883 subsecretário de Estado para o desenvolvimento da economia da Guiana Francesa.

Ele conheceu Jean Ferréol Guigues, um explorador borgonhês de Mâcon, que explorou a Guiana no início da década de 1880, que lhe disse ter encontrado minas de ouro na Guiana.

Com um amigo suíço, Paul Quartier, Guigues formou uma empresa, da qual Jules Gros era o secretário. O negócio é bem-sucedido e rende muito dinheiro. Guigues e Quartier se estabeleceram em Counani {atual Cunani, Calçoene (en)}, uma pequena vila na costa entre os estuários do Oiapoque e do Araguari. O líder de Counani na época era o capitão Trajano Benitez.

(Crédito do mapa: em pesquisas)

Deste modo a República independente da Guiana, ou República de Counani, foi fundada em 1886 por aventureiros franceses declarando-se cidadãos de Counani, uma enorme área disputada de 350.000 km2 entre a França e o Império do Brasil. Esta república, presidida por Jules Gros, não foi reconhecida nem pela França nem pelo Brasil. Após uma arbitragem suíça, o Brasil anexou o território em 1895.

Será novamente declarado independente em 1904, sob o nome de Estado Livre de Counani, antes de desaparecer completamente em 1912.

Vocês estão pensando: Essa história acabou! Ledo engano! “Historiar” é buscar novas evidências, mesmo que a resposta demore a ser encontrada, ela aparece nos escombros historiográficos encontrados numa nota minúscula num cantinho do jornal A NOITE de 12 de julho de 1952 (segue o recorte jornalístico):

 


O ouro do Amapá beneficia estrangeiros

“Belém, 12 (serviço especial de A Noite) – o professor Licio Soalheira, do Colégio Amapaense, afirmou aos jornais, que penas os estrangeiros lucram com a descoberta do ouro do Amapá, porque sendo difícil a penetração pelo lado do território brasileiro, os habitantes da Guiana Francesa explorem as jazidas vendendo gêneros alimentícios, procedentes de Cayena, por preços escorchantes, dificultando a vida dos garimpeiros”.

Vocês estão achando que acabou...tem mais um pouquinho de minha experiência profissional.

 Uma experiência pessoal: Tanques de aviões

 Trabalhei em uma empresa que manufaturava lonas plásticas para vários equipamentos, no final da década de 1990. Um dia apareceu um europeu, eslavo, que necessitava fabricar alguns tanques de borracha. Depois de muitas idas e vindas chegamos a uma conclusão de que o produto seria feito de borracha resistente da empresa Orion, com espessura de 0,7 milímetros. Essa borracha era fornecida com duas camadas, um lado preto e o outro vermelho.

 Fiz alguns rascunhos com umas bocas de entrada e saída, pois seria usado para combustível.

 Tínhamos a distância costumeira de um fornecedor e de um cliente. Com o tempo tivemos afinidade, pois ambos éramos do ramo de equipamento industriais.

Tomei a liberdade em um certo dia, de perguntar onde seria usado aqueles tanques e em que veículo.

 Ele deu uma risadinha marota e disse que seriam usados nos aviões Cessna(s) que trabalhavam nos garimpos da Amazônia. Fiquei surpreso, porque eu vinha anteriormente de uma área de mineração, mas não de tão valiosa carga, e não entendia por que era transportada em pequenos aviões e onde entrariam aqueles tanques de borracha e por quê?

 Ele riu novamente e explicou:

 Cada tanque desses de borracha é montado em conjunto com o tanque original e adaptado ao avião mondando-se na estrutura do avião para dar autonomia de voo ao “comprador” do “contrabando de ouro brasileiro”!

Contrabando de ouro? Para onde?

A resposta foi taxativa: Guiana Francesa e daí para a Europa!!!

 Resumindo:

Os países estrangeiros não querem "proteger" o que está em cima do solo (a floresta), querem o que tem embaixo do solo!!!

Talvez uma pergunta paira no ar: Por que você não falou isso há 25 anos?

Você acredita no que está exposto hoje neste artigo?

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