terça-feira, 20 de agosto de 2019

O "FLÂNEUR" É UM OBSERVADOR ATENTO DAS CIDADES


As cidades são o símbolo do poder!

Quem anda pelas cidades é definido como “flâneur”, que nada tem a ver com o significado pejorativo do termo “vagabundo”, alguém sem rumo, mas sim um andarilho contumaz nas ruas e becos das cidades, um caminhante em busca das transformações urbanas, com suas mudanças constantes, do desaparecimento do passado e uma nova estrutura em um momento presente.
O historiador Walter Benjamin referia-se ao “flâneur” como um espectador urbano moderno, um detetive e investigador da cidade, buscando cada detalhe que se registra no olhar e que hoje é registrado em imagens “congeladas” no tempo através da fotografia. O flâneur sonda os arredores em busca de uma arqueologia, alguma informação, pistas de algo mutante em uma dinâmica que passa despercebida aos caminhantes que têm na cidade os meios de sustentação pessoal.
Charles Baudelaire deu o significado para “flâneur” como sendo "uma pessoa que anda pela cidade a fim de experimentá-la".
O “flâneur” é um observador existencialista do processo cosmopolita que ocorre no fluxo da cidade, suas nuances, suas transformações, por muitos desapercebidas e no atento olhar do “flâneur”. Não anda a esmo, é alguém preocupado com o meio, o ambiente onde se concentra toda uma estrutura de movimento humano.
Atualmente os fotógrafos espalhados aos milhares com as suas câmeras digitais registrando todo e qualquer movimento da cidade é também um “flâneur”. Sua observação é de um "andarilho", um estudioso paciente atento e focado na cidade.
Há um número considerável de “flâneur” pela cidade de São Paulo, registradores do tempo congelado nas imagens fotografadas da cidade, por vezes invisíveis da multidão, mas que flanam silenciosamente para registrar momentos importantes das transformações urbanas, inclusive essa multidão apressada em outros afazeres!

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