quarta-feira, 3 de abril de 2019

Por que se fecham empresas neste Brasil "sem educação"?

Como entender a voz da massa trabalhadora, o peão, a boca de porco e o facão, que é transmitida pela rádio peão?

Hoje as empresas de veículos são apenas montadoras e uma gama de peças é produzida no Brasil e outra parte vem de outros países.
Por exemplo: módulos eletrônicos, o cérebro dos veículos, na maioria das vezes é importado, mas há rolamentos russos, mecanismos de direção de várias partes da Europa e o restante como as estruturas de aço são estampadas no Brasil.
Quando a demanda cai as empresas estrangeiras se ajustam ao mercado de consumo e começam a enxugar todo o sistema.
Há empresas multinacionais que devido a uma conjuntura desfavorável começam a “cortar o cafezinho” para sinalizar aos seus colaboradores que o “facão” vai começar a degolar funcionários.
Para não alardear de imediato as demissões, começam a dar férias coletivas ou mandam para casa os que já estão no período de férias e aos poucos vai demitindo um contingente de “peões” que não são necessários de imediato a produção e depois cortam encomendas nas empresas que são fornecedores de peças.
A cadeia produtiva é muito grande e quando há um corte de 2.500 funcionários num total de 4.000 começa o desespero do fechamento, mas nesse momento as tramitações entre o "staff" já está acontecendo há muito tempo e a reversão é impossível.
Começa o alerta do desemprego e chegam as informações pela “rádio peão” aos sindicatos das classes. Então os governantes começam a desesperarem-se, pois onde se dispensam 4.000 pessoas que vivem dos seus salários, há também atrás dessa “massa trabalhadora” ao menos 20.000 pessoas que fazem parte de uma estrutura familiar.

Como irá ser recolocada toda essa mão de obra em atividade produtiva, novamente em postos de trabalho?
Não há retorno, a empresa de matriz estrangeira já decidiu que irá parar suas atividades e começa esvaziando todo seu complexo e as melhores máquinas já foram remanejadas ou vendidas só ficando no “piso da fábrica” equipamentos obsoletos, sucatas e um prédio enorme sem serventia alguma, o que forçosamente será vendido para imobiliárias e destruído para empreendimentos residenciais que fará parte da indenização de seus antigos empregados.
Essa é uma “conjuntura normal” dentro dessa anormalidade, nem se cogita a falência de grandes empresas, pois se isso acontecer haverá processos arrolados na justiça por muitos anos, sem uma decisão rápida.
O complexo de manufatura da cidade de São Paulo foi todo desativado desta maneira, e agora se expande os tentáculos nas cidades que cresceram com essas empresas que não compensa mais para as empresas ficarem arcando com os autos impostos locais e buscam amenizar as perdas com benefícios fiscais de outros locais em países que forneçam isenções fiscais para que se ergam uma nova planta industrial com novos modelos na competição globalizada e não o modelo viciado de não mudanças.
Os tempos são outros e novas possibilidades competitivas exigem modernização com custos menores e mais eficiência, não mais com “peões” apertando botões verdes e vermelhos, mas com gente especializada comandando uma estrutura robotizada de grande eficiência, entendendo quando e como produzir no sistema internacionalizado, com estrutura "kanban, just in time", e outros instrumentos de administração de produção, e não mais as “bocas de porco” de oficinas de remendos corretivos das correrias do imediatismo.
O Brasil se tornou inviável e obsoleto para produzir manufaturados e sem estrutura educacional para crescimento como um todo!

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