segunda-feira, 29 de abril de 2019

FESTAS JUDAICAS E CRISTIANISMO

Representações da partilha entre os homens: Origens


Todo país agrícola depende das benesses de Deus: a chuva, o sol, os ventos. Por isso a natureza foi composta de estações as quais davam ao homem condição de preparar a terra, semear na época de cada variedade e depois aguardar o crescimento para recolher o fruto de seu trabalho. O homem seguiu algumas regras para manter-se nas condições ideais de vida. Alguns povos denominam o planeta Terra de mãe que distribui as graças aos filhos e geram o seu sustento não foi diferente esta condição para o povo escolhido de Deus, propagadores dos feitos do Criador Universal. Está assim o povo de Israel ligado a agricultura e pastoreio de pequenos animais e unindo isto a sua epopeia como nação religiosa sacrificada pelas potências que a cercavam aludiu certas passagens de seu cativeiro as suas comemorações do ideal de liberdade.
Em I Reis 17, Elias prediz a seca e fome e Israel pereceria, pois era baseada na agricultura.

1a Festividade: Dos pães ázimos (Matzá) Pão da aflição ocorre de 15 a 21 de Nisan (ou Abib – mês de março começo abril): Partida da residência do faraó (Remessés) denominada pelo povo israelita de “Sucot” (hoje talvez a cidade de Tell-El-Maskhuta a 25 Km de Ismília, as margens do Canal de Suez) inumerável multidão (consta-se aproximadamente  600 mil, fora crianças) em marcha além de prisioneiros, outros que em 1225/1215 (reinado do faraó Menefta) buscariam a Terra Prometida numa marcha épica que duraria 40 anos.

O fermento que leveda a massa era considerado início de corrupção. Também a pressa era tanta que não houve tempo de um preparo mais aprimorado e a massa feita foi cozida em cinzas quentes (Ex. 12:39) do de 15 ao dia 21 comereis os ázimos (Ex. 12:17-20). A hóstia consagrada (ázimo) na Eucaristia representa o corpo de Jesus Cristo que foi entregue em holocausto para a salvação dos homens.

2a Festa de Pentecostes: Após o dia 16 de Nisan (começo de abril) o povo hebreu contava 49 dias (7 semanas) computados do ano lunar (29,5 dias) recaindo em 6 de Sivan (fim de maio) era Festa das Semanas – Pentecostes – Celebrava a lei transmitida por Deus no Monte Sinai (Ex. 19; Levítico 23:15).

Honrarás a Deus com a oblação voluntária da tua mão, a qual oferecerás segundo a benção do Senhor Teu Deus (Deuteronômio 16:9) recordar-te-ás que foste escravo no Egito. Contarás 7 semanas desde o dia em que puseres a foice na Seara.

Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos: quando se completaram os dias do Pentecostes, estavam todos juntos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um estrondo como de vento que soprava impetuoso, encheu toda a casa que estavam sentados. Apareceram-lhes repartidas umas como línguas de fogo e pousou sobre cada um deles. Foram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar várias línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falasse (Atos 2:1-4).

3a Tabernáculos: Quando tiveres recolhido os teus frutos da eira e do lagar, celebrarás também durante sete dias a solenidade dos tabernáculos (barracas) (Deut.16:13) o Senhor Teu Deus te abençoará em todos os teus frutos em todo o trabalho das tuas mãos e viverás alegre (Deut. 16:15) ocorria sempre no mês de Tisri (ou Etanim) início de outubro (outono em Israel) entre 15 e 21. Não haveria obra alguma servil (Levítico 23:33-36) as tendas recordam os tempos difíceis onde não haviam casas fixas, eram temporárias e cobertas com folhagens.

No último dia da festa (o sétimo) era solene e chamado “O Grande Dia” nesse dia levava-se ao Templo pela última vez, em procissão a água tirada da piscina de Siloé que era depois derramada pelos sacerdotes sobre o altar dos holocaustos.

Jesus fixa-se neste último dia em pregação (João 7:37-39). “O que crê em mim, como diz a escritura, do seu seio correrão rios de água viva”, clara referência ao Espírito recebido todos os que cressem N’Ele.

A Páscoa do Senhor (Ex.12 = 1a Páscoa)

Em Ex. 11:4 adverte o Senhor JHVH que Ele mesmo passará pelo Egito ferindo a terra opressora de morte. O cordeiro escolhido no 10o dia será macho sem defeito, no 14o tomar-se-ia um cabrito que seria imolado a tarde e marcaria com sangue as ombreiras e verga da porta. Do cordeiro comer-se-ia assado no fogo com pães ázimos e alfaces bravas. Assim será preparado o culto perpétuo, dia solene do Senhor que arrebatou os primogênitos do Egito evitando as casas marcadas.

Esta passagem preservou-se também a gloriosa travessia do Mar Vermelho em direção à Terra Prometida (2a Páscoa) atualmente o povo judeu comemora Pessach ao anoitecer (a 1a estrela visível) com ceia, orações e cânticos. Esta ceia recebe o nome “Seder”(repasto pascal) significa “ordem” pois há um ritual próprio na “Queara” (prato especial) os alimentos são dispostos e a cerimônia inicia-se com a leitura da “Agadá”.

Relato da escravidão e libertação do povo.

O primeiro alimento é o “Karpás”, geralmente um tipo de salsichas molhadas em água e sal. Em seguida serve-se o “Matzá” pão ázimo junto com o “Morór”, erva amarga (hoje alface romana ou escarola) simbolismo da amargurada escravidão depois alimenta-se de Beitsá, ovo cozido, lembrando as oferendas levadas ao Templo e simbolizando a roda da vida. O “Zerôa” (osso com pouca carne) são dispostos na queara mas não é consumido. Lembrava o cordeiro consumido em família no Templo de Jerusalém.

O último alimento é o “Charosset” massa composta de maçã, pêra e nozes moídas e hoje acrescenta-se amêndoas e um pouco de vinho. Lembra-se a argila do tijolo que os judeus produziam no Egito. Ainda consomem chocolate casher sem leite.

Para o cristianismo a Páscoa denota a passagem da vida velha para uma nova vida, vencendo Cristo a morte carnal e ressuscitando (Páscoa definitiva) a semana do Domingo de Páscoa é antecedido pelo de ramos quando Cristo entra em Jerusalém, cidade do Templo, dos Saduceus, Fariseus, Escribas, Doutores e Lei Romana.

O Tríduo Pascal (festa eclesiástica com duração de 3 dias) iniciado na Quinta-feira com vigília representando a entrega do cordeiro que seria imolado (Eucaristia – Lucas 22:20) na Sexta-feira temos a condenação sumária do Filho de Deus sem direito de defesa, sem as garantias humanas do Direito Penal.

Desde o meio-dia (Sexta hora) e 15 h (hora nona) trevas percorreram toda a Terra. Completa-se com a páscoa do Senhor ressuscitado.

No Novo Testamento a Páscoa é a ressurreição de Jesus e a vitória do amor (ágape) que combate o pecado. É a maior Solenidade Litúrgia (Gr. Leitourgia = Forma que aprovou a igreja para celebrar os ofícios divinos).

TRÍDUO PASCAL

Quinta-feira Santa: A ceia do Senhor com seus apóstolos que humildemente serve-os à mesa, lavando-lhes os pés (João 13) em sinal de serviço. Institui-se a Eucaristia representada pelo pão e vinho e o chamamento para o novo sacerdócio em Cristo.
Neste dia há adoração eucarística, dia do Parasceve = dia da preparação da Páscoa.

Sexta-feira: Paixão de Jesus Cristo. A igreja celebra a adoração eucarística com solenes leituras da Paixão (diapedese = suor de sangue). Culmina com a procissão do Senhor morto (Filho do homem).

Sábado: vigília pascal: o fogo e a água são abençoados, um Círio Pascal (vela branca, grande) para representar a luz do mundo que é Jesus e que veio para iluminar a vida dos homens. Os cinco marcos de incenso incrustados na cruz da vela representam as cinco chagas do Filho de Deus.

Domingo de Páscoa: representa o Novo Tempo, a ressurreição do Senhor, a passagem (Páscoa) da morte (vida omissa do velho homem) para a vida (encontrada nos que necessitam) em Jesus Cristo.

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