A mais Paulista das avenidas!
O local escolhido foi o ponto
mais alto da Mata do Caaguaçu[1].
“O Viaduto do Chá, aberto ao trânsito em 1893, ainda era novidade e a avenida
Paulista, novinha em folha, uma atração turística. Para alcançá-la,
empreendia-se a excursão em bonde a tração animal, ou vulgarmente chamados “bondes
de burro”, que subiam a ladeira da Consolação, até o portão do cemitério, com
um par de bestas apenas”. (A. de Almeida Prado)
A Avenida Paulista foi construída
pelo engenheiro uruguaio, formado em agronomia na Alemanha, Joaquim Eugênio de
Lima, casado com a paulista Margarida Joaquina Álvares de Toledo Lima, fixando residência
em São Paulo. A avenida foi concebida para ser como as avenidas das metrópoles
europeias: larga, plana e moderna.
A Avenida Paulista possuía 28
metros de largura (alargada na década de 1970 para 48 metros) e 2.800 metros de
comprimento e está localizada em platô a 847 metros de altitude.
A Paulista foi a primeira via
pública asfaltada do Estado de São Paulo, em 1909, com material importado da
Alemanha.
Os palacetes tornaram-se um símbolo
do poder dos barões do café da produção em São Paulo e mais tarde ganhou a residência
do maior empresário do país, o conde Francisco Matarazzo.
Em 1905, foi erguida a residência de Joaquim Franco de Mello, única construção remanescente
deste período ainda impera com sua beleza na avenida.
De 1927 a 1930 a Paulista recebeu
o nome de Avenida Carlos de Campos, em homenagem ao ex-governador de São Paulo,
mas o nome já estava consolidado como Avenida Paulista, como prenunciou seu
idealizador: “Será Paulista em homenagem aos paulistas.”
Em 1892 inaugurou-se
o Parque Villon[3] ou
Parque Tenente Siqueira Campos (Esplanada do Trianon). Em 1916, parte do
terreno do parque passou a abrigar o Belvedere, inaugurado pelo então prefeito
Washington Luís. O local foi planejado por Ramos de Azevedo e abrigava um
restaurante, sendo ponto de encontro da alta sociedade da época. Demolido deu
espaço ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand inaugurado em 1968.
A conhecida “Casa
das Rosas” foi construída em 1935 pelos escritórios de arquitetura Severo Villares
e foi residência
de Lúcia Ramos de Azevedo, filha de Ramos de Azevedo casada com Ernesto Dias de
Castro. O local abriga hoje o Espaço Haroldo
de Campos de Poesia e Literatura.
A Paulista
hoje é um ponto turístico da capital e o pólo financeiro da Capital resultante
do deslocamento destes, provenientes do triângulo administrativo da cidade
velha de São Paulo.
Há muito que se escrever e ainda postar uma gama enorme de imagens, mas fica ao critério de cada um adensar esta história de 125 anos desta importante avenida paulistana de grande transformações urbanísticas!
Vide:
[1] Caaguaçu: do
tupi caa=mato e guaçu=grande, ou seja, o local era coberto por densa vegetação,
separando as tribos guaianases do lado de Piratininga e do Ibirapuera do início
da colonização.
[2] Residência von
Büllow, na Paulista; por tempos, a torre do palacete foi o local mais alto da
avenida e pertencia ao empresário dinamarquês Adam Ditrik von Büllow, acionista
da Companhia Antártica Paulista.
[3] Sobrenome do paisagista francês Paul Villon que juntamente com o inglês Barry Parker,
projetaram o parque.
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