quinta-feira, 11 de junho de 2015

O MONOPÓLIO NA HISTÓRIA E AS BIOGRAFIAS

A liberdade de expressão e informação

O que é a história senão os feitos que foram produzidos pelo homem que é aquele que relata o que ocorreu no seu cotidiano. Cada vez mais se torna mais dificultoso acompanhar o desenrolar da história, pois ela é, na atualidade, instantânea e produzir documentos requer paciência e trabalho árduo no mundo cada vez mais veloz.

Queriam neutralizar a pesquisa através da ingerência sobre as biografias, impedindo que fosse feito a história com o valor de sua realidade, considerando o concreto daquilo que foram fatos e que não podem ser escondidos.

Queriam controlar a história e somente autorizar aquilo que fosse de interessa subjetivo e fomentasse algum prestígio, mantendo-se no silêncio o que era desagradável, mesmo que isso completasse um capítulo do fato ocorrido é que seccionando daria interpretação distorcida.

A fragilidade do homem está em seus atos, nem todos sempre magnânimos, muitas vezes opostos a outros que compõe o momento na macro história, que está relacionada a micro história daqueles homens do séquito que dão sustentação  para que apareçam mitos.

Uma afirmação histórica requer muito esforço de pesquisa para não comprometer o fato real, é um policiamento constante em busca do ocorrido e transformá-lo, não como notícia passageira, mas como algo duradouro que complemente um momento contemporâneo. Há uma metodologia a ser aplicada e que deve ser respeitada para que não ocorram abusos.

Vemos nos noticiários do Brasil as atuais disputas entre biografados e seus autores que relatam fatos que ocorrem e ocorreram em suas vidas públicas. Os biografados não queriam de maneira alguma que algum fato fosse exposto à opinião pública e tentaram barrar a todo custo que as referidas biografias fossem editadas.

O biografado ditaria as regras através de autorização prévia para que uma pesquisa árdua, que por vezes levaram anos para ser concretizada, abalizada ainda por relatos de conviventes do biografado, somado a material publicado na mídia anteriormente fosse dada “autorização” de publicação às editoras.

Tudo isto foi encaminhado aos tribunais e advogados contratados prepararam as defesas de seus clientes para impedir o rumo desta parte da história, ainda que não seja ela um fator relevante que transforme um todo como revolução histórica. Evidente que o inverídico possa ser questionado e até que receba sanções de julgamento e que há uma Constituição que deve ser respeitada, pois serve a todos os implicados sem distinção.

A garantia de liberdade está diretamente ligada a responsabilidade do autor em relatar os fatos como se apresentaram e não fantasiar o ocorrido com opiniões subjetivas. A censura exigida não dava direito a liberdade de expressão e conseqüentemente um passado ficaria a mercê de autorizações pessoais, com nítida interferência do censor sobre o momento ocorrido.

A história é dinâmica, embora nem tudo transforme realmente como fato histórico, sendo uma parcela apenas de um personagem que ditou por um determinado tempo um estilo que alguma geração seguiu como modelo em um instante qualquer. Biografias sempre existiram para complemento e entendimento das ações individuais que comprometeram um tempo histórico num espaço determinado.


A liberdade de expressão foi garantida perante a Constituição e em respeito à lei pelo Supremo Tribunal Federal, salvando parte da história do Brasil que não se pode calar por mordaça ou escondê-la das gerações futuras. Salvou-se parte da História do Brasil com a responsabilidade da pesquisa e a liberdade de expressão com o direito da informação.

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