As duas Guerras Mundiais e A Grande Depressão Financeira ajudaram o desenvolvimento industrial do Brasil
Dois engenheiros ingleses, A.M.Lowsby e Frederich James Pirie, tinham chegado no final da década de 1910 ao Brasil vindos da Inglaterra para comandar a montagem de elevadores que eram produzidos em seu país. A cidade de São Paulo iniciava sua expansão e estava em grande efervescência urbana, passando do estágio de casas horizontais simples ou assobradadas por vezes construídas em taipa de pilão ou em tijolos de barro cozido fabricados em olarias circundantes da periferia da cidade, para o conceito do concreto armado de armações em aço que dava condições para grandes construções verticalizadas, conceito que iria revolucionar a arquitetura das grandes capitais. A inter-relação do aço com o cimento[1] propiciou a construção das grandes edificações da engenharia civil em concreto armado a partir do século 20.
Foi construído o primeiro edifício da cidade, a Casa (Edifício) Sampaio Moreira[2] batizado de "o avô dos arranha-céus de São Paulo", com 13 andares e 50 metros de altura, inaugurado em 1924, até ser superado pelo Edifício Martinelli, então considerado o prédio mais alto da América Latina na época com 30 andares e 130 metros de altura, localizado na esquina da Rua São Bento com a Avenida São João, atingindo o quarteirão até a Rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo. A construção foi iniciada em 1922, sendo pré-inaugurada em 1929 com 12 andares e finalizada em 1934[3] com suas características finais.
O Desenvolvimento Industrial de São Paulo e a Indústrias Villares A 1ª Guerra Mundial causou a interrupção das importações de máquinas e equipamentos diversos, portanto pequenas oficinas (conhecidas com o jargão popular de “bocas de porco”) de reparos gerais controladas por artesãos passaram a fornecer equipamentos geralmente para a lavoura.
Existiam em todo o Estado de São Paulo muitas oficinas e fundições pois a 1ª Guerra Mundial havia propiciado a criação destes ramos de metalurgia e produção de peças e máquinas. A simbiose “imigrante e fazendeiro” foi o principio básico deste tipo de empreitada que desenvolveu máquinas de beneficiamento de arroz, cana de açúcar e principalmente o café[4].
Existiam em todo o Estado de São Paulo muitas oficinas e fundições pois a 1ª Guerra Mundial havia propiciado a criação destes ramos de metalurgia e produção de peças e máquinas. A simbiose “imigrante e fazendeiro” foi o principio básico deste tipo de empreitada que desenvolveu máquinas de beneficiamento de arroz, cana de açúcar e principalmente o café[4].
Este era o quadro de desenvolvimento de uma cidade em franca expansão onde os sócios ingleses viram a oportunidade de implantarem uma pequena oficina para montagem e manutenção para conservação de elevadores, surgindo então a LOWSBY & PIRIE em 10 de janeiro de 1918, com capital inicial de 20 contos de réis.
Outro visionário recém formado pela Escola Politécnica de Zurique, na Suíça, em engenharia industrial, Carlos Dumont Villares, associou-se a empresa já na década de 1920 passou a denominar-se “Pirie,Villares & Cia”, passando a importar peças para montar elevadores e a produzir componentes elétricos e mecânicos. A partir dessa data a empresa, além da manutenção, passou a fabricar e montar elevadores que eram importados na ocasião. Em 1922 em um acidente com uma motocicleta que derrapou nos trilhos do bonde da Avenida São João, em São Paulo, Carlos Dumont Villares veio a falecer com apenas 29 anos.
Luiz Dumont Villares[5], devido à fatalidade ocorrida com seu irmão, assumiu a pequena oficina numa casa apertada no centro de São Paulo que foi se transformando em fábrica. Parte da montagem dos elevadores era feita na calçada em frente às instalações da recente criada empresa. Os clientes eram conquistados no corpo a corpo.
Em 1926, casa-se com dona Leonor Diederichsen e em plena lua-de-mel nos Estados Unidos foi visitar a fábrica da Westinghouse Eletric Corporation, na cidade de East Pittsburgh, que já estava fabricando as mais avançadas máquinas e motores para elevadores de alta velocidade, pois ainda existiam elevadores de “portas pantografadas” de baixa velocidade. Foi lhe apresentado um produto revolucionário, a geladeira elétrica, entusiasmado vendo nisso um nicho de oportunidades passou a representá-la, oferecendo a marca Frigidaire em padarias, açougues e sorveterias, sendo uma novidade naquele momento, pois substituíam as pedras de gelo adquiridas para conservação alimentar e gelar bebidas.
O sucesso da geladeira permitiu a ele “acumular o pé-de-meia” necessário para montar a fábrica com área física de 1500 metros quadrados, no Canindé, “onde tudo começou", declarou o filho Paulo Diederichsen Villares[6]. Em 1928, a Pirie,Villares &Cia, tornou-se vencedora da concorrência, para a instalação dos primeiros elevadores de alta velocidade no Edifício “A Noite” primeiro arranha-céu construído no Rio de Janeiro. Na Revolução Constitucionalista de 1932 passou a fornecer bombas para as tropas com supervisão da Escola Politécnica de São Paulo. Em 1936 a empresa muda-se para o bairro Cambuci.
O sucesso da geladeira permitiu a ele “acumular o pé-de-meia” necessário para montar a fábrica com área física de 1500 metros quadrados, no Canindé, “onde tudo começou", declarou o filho Paulo Diederichsen Villares[6]. Em 1928, a Pirie,Villares &Cia, tornou-se vencedora da concorrência, para a instalação dos primeiros elevadores de alta velocidade no Edifício “A Noite” primeiro arranha-céu construído no Rio de Janeiro. Na Revolução Constitucionalista de 1932 passou a fornecer bombas para as tropas com supervisão da Escola Politécnica de São Paulo. Em 1936 a empresa muda-se para o bairro Cambuci.
Mais tarde passou a fabricar motores, cabinas e portas de elevadores. Devido às novas atividades desenvolvidas pela empresa, foi criada a Divisão de Metalurgia com instalação de forno elétrico para fundição para produção das peças em ferro fundido devido às dificuldades de importação no apogeu da Segunda Guerra Mundial.
A empresa Pirie, Villares & Cia., passa a denominar-se
Elevadores Atlas S.A.
Em 1941, recebeu a visita do presidente Getúlio Vargas
inaugurando a primeira prensa de forjamento de aço de 500 toneladas de força da
América Latina.
Em 1942, foi
adquirida área de 75.000 m² para abrigar as novas instalações da Divisão
Metalurgia da empresa. Em agosto de 1944, fundava-se a Aços Villares S.A. com a
finalidade de importar manufaturados de aço e comercializar peças fundidas,
barras e chapas de aço produzidas pela Usina, já em pleno funcionamento em São
Caetano do Sul.
O período que vai de 1946 a 1950 foi a base do segundo surto de
industrialização do Brasil e, principalmente de São Paulo, na década de 50. As
fábricas puderam importar equipamento novo, a frota de veículos foi renovada,
foi criado o setor estatal de siderurgia (a CSN começou a produzir em 1946), a
Vale do Rio Doce ganhou sua batalha contra a Exibank em 50, foi incentivada a
indústria de transformação, firmou-se o setor de peças para veículos, foram
construídas as primeiras refinarias, inclusive particulares, o cinema voou
alto, nasceu a televisão, desenvolveu-se o setor de eletrodomésticos. (...) A
marca “Indústria Brasileira” passou a ser gravada em centenas de produtos.
(...) A partir de 1947 nos tornávamos progressivamente fornecedores de nossas
próprias fábricas.
Em 1944
é constituída a empresa Aços Villares S.A, no Município de São Caetano do Sul, em
São Paulo, para exploração da indústria e do comércio do aço e produtos
correlatos ampliando a sua linha de produção “celebrou acordo
de assistência técnica com a empresa austríaco-alemã Gebrüder Böhler & Co.
A. G., tendo em vista o aperfeiçoamento de técnicos brasileiros e a colaboração
de técnicos estrangeiros”,
originária da divisão de metalurgia da empresa Elevadores Atlas S.A. Em 1945 a fundição da divisão de
metalurgia de Elevadores Atlas S.A. foi transferida para novas
instalações em São Caetano do Sul. Em 1949, 2.332 elevadores Atlas estão em
manutenção e 832 em produção numa cadeia em série.
Em 1960 foi inaugurada na Usina
de São Caetano do Sul a forjaria pesada de Aços Villares e em 1966 foram
inaugurados o laminador de 600 mm e o forno contínuo de tratamento térmico. Em
1967 foi construído o pavilhão de mecânica de cilindros em São Caetano do Sul.
Villares Metals S.A.: O
Grupo Böhler-Uddeholm AG adquire parte da indústria Aços Villares
A Villares tutora uma marca quase
centenária, possuindo em sua estrutura indústria know-how, conhecimento
adquirido nas várias etapas produtivas que deram à empresa a vocação para ir
muito além do aço. Iniciou suas atividades fornecendo serviços de montagem e
manutenção de elevadores. Luiz Dumont Villares passou a comercializar barras,
chapas e peças fundidas de aços especiais. Com a fusão dos negócios de aços de
alta liga da Aços Villares e a Eletrometal, nasceu em 1996 a Villares Metals,
situada na cidade de Sumaré, SP.
Em 2000 a Villares Metals passou
a ser controlada pelo grupo espanhol Sidenor que adquiriu a maioria (52%) das ações da empresa. Em 2004 a Sidenor vendeu a participação maioritária para a empresa autríaca Böhler-Uddeholm AG, assumindo o controle sobre a
Villares Metals S.A.
que por sua vez foi incorporada ao grupo austríaco Voestalpine AG.
Houve também a aquisição do controle
acionário da Corporación Sidenor S.A. em 2006 pelo Grupo Gerdau juntamente com
o Grupo Santander e holding de executivos espanhóis. (http://www.acosvillares.com.br/wwwroot/historico/ano.xml )
A Villares Metals atua no ramo de
aços e ligas especiais longos em segmentos da indústria que exigem alta
tecnologia e desempenho. Sua essência é seu know-how técnico especializado que
permite oferecer soluções que agreguem valor a cadeia produtiva em que está
inserida.
A Elevadores ATLAS: por Paulo Diedeichsen Villares
Passou a fabricar motores, cabinas e portas de elevadores. Quando percebeu que os fornecedores não tinham fôlego para acompanhá-lo, (Luiz Dumont Villares) resolveu ele próprio produzir peças fundidas em aço. Em 1941, recebeu a visita do presidente Getúlio Vargas ao inaugurar a primeira prensa de forjamento de aço de 500 toneladas da América Latina. A partir daí, o crescimento foi vertiginoso. Batizou de Atlas a fábrica de elevadores e criou a Aços Villares. Eram tempos mais amenos. Quando pediu à Light um acréscimo de energia elétrica, não houve assinatura de contrato. O presidente da Light, Odilon de Souza, puxou um fio da barba para selar o compromisso, que foi cumprido. Nos anos 50, a Atlas era a terceira do mundo e ele ganhou a concorrência para instalar elevadores em todos os prédios oficiais de Brasília. Em 1963, aceitou ser presidente da Cosipa (estatal do aço) e, quando os militares tomaram o poder, instauraram inquérito contra ele. Em 1965, a denúncia foi rejeitada pelo Ministério Público. Em 1966, sentiu-se mal no metrô de Nova York. Eram os primeiros sintomas dos problemas circulatórios que o matariam a 14 de junho de 1979. As dificuldades levaram a empresa, em 1995, a associar-se à Acesita e ao grupo Sul América. E foi justamente o desinteresse dos sócios em prosseguir no ramo dos elevadores que levou a holding a vender a Atlas, em maio de 1999. "Como a empresa ia bem, era hora boa para vender. A família tinha apenas 16% da companhia e ficou em posição fragilizada para tocá-la sozinha", afirma Paulo Villares. Um instante depois, como se lembrasse a trajetória do pai, ele acrescenta: "Vender a Atlas doeu muito, doeu demais."
Passou a fabricar motores, cabinas e portas de elevadores. Quando percebeu que os fornecedores não tinham fôlego para acompanhá-lo, (Luiz Dumont Villares) resolveu ele próprio produzir peças fundidas em aço. Em 1941, recebeu a visita do presidente Getúlio Vargas ao inaugurar a primeira prensa de forjamento de aço de 500 toneladas da América Latina. A partir daí, o crescimento foi vertiginoso. Batizou de Atlas a fábrica de elevadores e criou a Aços Villares. Eram tempos mais amenos. Quando pediu à Light um acréscimo de energia elétrica, não houve assinatura de contrato. O presidente da Light, Odilon de Souza, puxou um fio da barba para selar o compromisso, que foi cumprido. Nos anos 50, a Atlas era a terceira do mundo e ele ganhou a concorrência para instalar elevadores em todos os prédios oficiais de Brasília. Em 1963, aceitou ser presidente da Cosipa (estatal do aço) e, quando os militares tomaram o poder, instauraram inquérito contra ele. Em 1965, a denúncia foi rejeitada pelo Ministério Público. Em 1966, sentiu-se mal no metrô de Nova York. Eram os primeiros sintomas dos problemas circulatórios que o matariam a 14 de junho de 1979. As dificuldades levaram a empresa, em 1995, a associar-se à Acesita e ao grupo Sul América. E foi justamente o desinteresse dos sócios em prosseguir no ramo dos elevadores que levou a holding a vender a Atlas, em maio de 1999. "Como a empresa ia bem, era hora boa para vender. A família tinha apenas 16% da companhia e ficou em posição fragilizada para tocá-la sozinha", afirma Paulo Villares. Um instante depois, como se lembrasse a trajetória do pai, ele acrescenta: "Vender a Atlas doeu muito, doeu demais."
AS PROMESSAS DE GOVERNO
Em 1974, durante a inauguração de uma linha do metrô de São Paulo, o
então presidente da República, Ernesto Geisel, chamou Paulo para uma conversa.
Na época, o governo perseguia a auto-suficiência do país na indústria de base.
"Quanto você vai investir em
bens de capital?", perguntou-lhe Geisel. Resposta de Paulo: "Cerca de
10 milhões de dólares." Geisel retrucou: "Só? Quero que você assuma o
compromisso de investir muito mais." A partir daquela conversa, os planos
da Villares assumiram outra dimensão. Confiante em promessas de encomendas do
governo, o grupo, que concentrava o grosso de suas atividades na produção de
elevadores entrou com tudo na produção de bens de capital e também no
fornecimento de matéria-prima para esse setor. (EXAME 10/05/1996)
A empresa começou a definhar nos
anos 70, depois que entrou no projeto Brasil Grande, do presidente Ernesto
Geisel. O governo incentivou o grupo a crescer com a promessa de crédito subsidiado
e encomendas gigantescas. A Villares comprou a promessa e investiu US$ 600
milhões em novas fábricas. Quando estava tudo pronto, o governo ficou sem
caixa. Começava ali a agonia do grupo e uma sucessão de crises e dívidas.
Em 1971, a expansão
contínua das atividades leva a mudança das Indústrias Villares S/A, para a
região de Santo Amaro, sendo distribuída em dois setores distintos: Elevadores Atlas
S/A Filial 2 situado na Avenida
Interlagos, 4455 e Avenida Miguel Yunes 450, no Bairro de Santo Amaro, São
Paulo, com sua parte da construção de elevadores com torre de ensaios para os
mesmos em conjunto com a fabricação escadas rolantes. Do lado oposto situava-se
a fábrica de motores elétricos para o setor siderúrgico, tração de metrôs e carros
ferroviários e trólebus,
além de geradores elétricos.
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Depoimento na Gazeta de Santo Amaro, 15 de março de 1975
Grupo Villares: “Deverá atender sempre, a função social das
empresas que o integram”
O presidente executivo Paulo Diederichsen Villares ressaltou que
o complexo industrial que dirige “deverá estar em harmonia com o
desenvolvimento do Brasil considerando também as oportunidades internacionais
atendendo sempre a função social das empresas que o integram”.
“A satisfação de seus clientes -acrescenta- será alcançada
mediante excelente prestação de serviço e qualidade dos produtos bem como pela
antecipação de suas responsabilidades e cumprimento das obrigações assumidas”.
E conclui: “O Grupo Villares procurará manter sua posição de
pioneirismo industrial e tecnológico, fabricando produtos de alta sofisticação
técnica e atuando nas obras que exigem grandes investimentos em instalações,
formação de recursos humanos e obtenção de tecnologia”.
O Grupo
Diversificação de bens e serviços de alta sofisticação técnica,
pioneirismo industrial e tecnológico e contínua expansão de atividades no
Brasil e no exterior, constituindo as principais características do Grupo
Villares, hoje um complexo industrial cujo embrião, em 1918, foi uma oficina
para montagem e manutenção de elevadores importados. É integrado pelas
empresas: Aços Villares, Indústrias Villares (Divisão elevadores e Divisão
Equipamentos), Ferropeças Villares, Villares Wrightson Engenharia Ltda,
Elevadores IEM- Villares, no México, Villares Overseas Co, nos EUA, além de um
sucursal de indústrias Villares em Bogotá e filiais e representantes em toda
América Latina.
Villares em Santo Amaro
Indústrias Villares S.A., com capital social de Cr$
136.636.400,00, é composta pela Divisão Equipamentos, localizada em São
Bernardo do Campo, numa área construída de 33 mil m2 em um terreno
de 90 mil m2, e pela Divisão Elevadores instalada em Interlagos –
Santo Amaro – em um terreno de *205 mil m2 com área construída de 70
mil m2. Em conjunto, as duas divisões possuem 7.668 funcionários,
dos quais 179 são engenheiros, 78 técnicos de nível superior e 697 de nível
médio.
Divisão Elevadores:
A empresa instalada em Interlagos – Santo Amaro é considerada a
maior fábrica do gênero no Hemisfério Sul, se especificando na produção de
elevadores Villares-Atlas, que são exportados há mais de 20 anos para quase
todos os países da América Latina. Há pouco tempo, iniciou exportações de
unidades de corrente contínua para Portugal e Moçambique. Seu equipamento de
tração elétrica é fabricado sob licença da Westinghouse International Company,
com quem mantém contrato de assistência e troca mútua de informações.
A linha de produção da divisão Elevadores é composta por
elevadores para passageiros, elevadores para carga, elevadores para automóveis,
monta-cargas, planos inclinados, plataformas giratórias, escadas rolantes,
conjuntos de tração e comando para trólebus e motores elétricos e comandos para
carros de metrô.
A Divisão Elevadores é uma indústria integrada, isto é, produz
praticamente todos os componentes de seus produtos. Com isso, garante a alta
qualidade que sempre caracterizou os elevadores e escadas rolantes
Villares-Atlas.
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As Indústrias Villares de Divisão Elevadores possuía linha de produtos diversificados estando no escopo os elevadores de passageiros Atlas, elevadores de marca Atlas, elevadores de carga Atlas, elevadores para garagens automáticas Atlas, equipamentos “monta-cargas” Atlas, entre tanto produtos fabricados pela empresa. Em 1993 essas instalações, da maior exportadora deste seguimento para a América Latina, instalada em Santo Amaro, começava a ser desativada e suas máquinas e equipamentos começam a ser leiloados em lote, terminando mais um capítulo das indústrias na região, uma desativação silenciosa e contínua que culminou com toda a desestruturação do “parque industrial” local.
A
história dos elevadores Schindler começou em 1920 com o início do processo de
verticalização das construções urbanas no país, quando a empresa comercializou
seus primeiros elevadores no Brasil. Com o sucesso adquirido no país a empresa
estabeleceu-se no Rio de Janeiro, em 1937, com a razão social Elevadores
Schindler do Brasil. A Schindler inovou o mercado brasileiro em 1952, com a
primeira garagem automática produzida no país. Em 1954 inaugurava sua fábrica
de equipamentos para transporte vertical, no Bairro de São Cristóvão, Rio de
Janeiro. Em 1956 instalava elevadores em todos os prédios oficiais de Brasília,
futura Capital Federal do Brasil. Na década de 90, a Schindler passou a ocupar
posição de destaque no mercado brasileiro de elevadores quando em 24 de maio de
1999, o grupo suíço adquiriu o controle acionário da Elevadores Atlas S.A., começando
então a integração entre as empresas Elevadores Schindler do Brasil e a
Elevadores Atlas.
Aquisição
da Elevadores Atlas
“O grupo
suíço Schindler em 24 de maio de 1999 assume o controle da Elevadores Atlas por
R$ 462 milhões, ao adquirir 63,64% das ações da tradicional empresa brasileira,
fundada há 80 anos em São Paulo pela família Villares. As demais ações serão
adquiridas por oferta pública e o valor estimado é de R$ 241 milhões, segundo o
presidente do grupo comprador, Mauro de Curtis. O grupo Schindler foi fundado
em 1874, tem sede em Berna, na Suíça, e é um dos maiores fabricantes de elevadores
e escadas rolantes do mundo. O faturamento do conglomerado foi de US$ 4,6
bilhões em 1998 em todos os países em que atua, com um total de 40 mil
empregados. A empresa tem atualmente 1.400 funcionários em território nacional
e assume, com a aquisição, outros 3.600 trabalhadores da Atlas”.
A empresa Elevadores Atlas é
independente do grupo que constitui a Aços Villares desde 1996. Entre os
proprietários de ações que fecharam o acordo de venda para a Schindler estão a
Acesita, o fundo de investimentos Matrix, a Investidor Profissional e
integrantes da família que fundou a empresa há mais de seis décadas, como Paulo
Diederichsen Villares, Elisa Villares e Mário
Ramos Villares.
(24 de maio de 1999 DIARIO DO
GRANDE ABC)
NOTA: Crônica sujeita a revisões para aprimoramento
das informações e complemento da historiografia.
Referências bibliográficas:
A história de Martinelli, o imigrante
que sonhou subir aos céus
Lista de
arranha-céus em São Paulo http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_arranha-c%C3%A9us_da_cidade_de_S%C3%A3o_Paulo
Revista EXAME 10/05/1996
Revista
ISTO É, 23/10/2002 - As Lições de Villares, O Conselheiro
Catálogo histórico Villares-* dimensões conforme catálogo. Na Gazeta de Santo Amaro de 15 de março de 1975 consta 225 mil m2 com área construída de 90 mil m2
Gazeta de Santo Amaro, 15 de março de
1975
Trajetória Villares 70 anos
NEVES, Osias Ribeiro; CAMISASCA,
Marina Mesquita Aço Brasil: uma viagem pela indústria do aço Belo Horizonte:
Escritório de Histórias, 2013.
DEAN,
Warren. Tradução Octavio Mendes Cajado. A
industrialização de São Paulo (1880-1945). São
Paulo: Editora USP, 1976.
LEFF, Nathaniel H. The
Brazilian Capital Goods Industry 1929-1964. Cambridge: Harvard University
Press, 1968.
SIMONSEN,
Roberto. A evolução industrial do Brasil.
São Paulo: FIESP, 1939.
SUZIGAN,
Wilson. Indústria Brasileira. Origem e
desenvolvimento. 2ª
ed., São Paulo: Huicitec/Unicamp, 2000.
ÂNGELO,
Ivan. São Paulo – 110 anos de industrialização – 1946-1954 – Fascículo da
Revista Isto É. Editora Três, 1990)
HOMEM,
Maria Cecília Naclério. O prédio Martinelli: a ascensão do imigrante e a
verticalização de São Paulo. São Paulo, Projeto, 1984.
[1]
A Indústria de Cimento no
Brasil: No Brasil,
estudos para aplicar os conhecimentos relativos à fabricação do cimento
Portland ocorreram por volta de 1888, quando o comendador Antônio Proost
Rodovalho empenhou-se em instalar uma fábrica na fazenda Santo Antônio, de sua
propriedade, situada em Sorocaba, São
Paulo.
Os primeiros
registros de produção de cimento datam dos primórdios da indústria brasileira. Em 1892, uma pequena instalação
produtora na ilha de Tiriri, na Paraíba, construída por iniciativa do
engenheiro Louis Felipe Alves da Nóbrega, que estudara na França e chegara ao
Brasil com o projeto da fábrica pronto. Chegou a funcionar durante apenas três
meses devido à distância dos centros consumidores e à pequena escala de
produção, que não conseguia competir com os cimentos importados da época.
No ano de 1897, ocorreu à instalação de uma primeira fábrica
de cimento no país, a Usina Rodovalho, no Estado de São Paulo, com a produção
do cimento marca Santo Antonio com capacidade de 25 mil toneladas, logo foi
paralisada com reativação em 1904, quando foi comprada pela empresa AR Pereira
& Cia. Mesmo assim, passado alguns meses de retomada das atividades houve sucessivas interrupções na produção. Em 1918, a Sociedade Anônima
Fábrica Votorantim a adquiriu e a manteve funcionando até fechá-la no início da
década de 1920.
A instalação definitiva de uma unidade
industrial ocorreu somente no final da década de 1920, com a entrada em
operação de uma fábrica da Companhia Brasileira de Cimento Portland com
capacidade de produção de 60 mil toneladas com controle acionário de 70% de
capitais canadenses, e 30% de capitais nacionais. A fábrica foi instalada no
Bairro Perus, Município de São Paulo, local de reservas de calcário e próximo
do maior consumidor de cimento, São Paulo, que passava por uma profunda
transformação urbana.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cimento_Portland e A indústria de cimento no Brasil: origens,
consolidação e internacionalização - http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-45132011000100007
)
[2]
Foi projetado pelo arquiteto Cristiano das Neves, que convenceu o
comerciante português José de Sampaio Moreira a bancar o projeto de 1.900
contos de réis. A Rua Líbero Badaró, que até 1910 era uma rua estreita e
mal-afamada, tinha sido alargada durante a década de 1910, como parte do plano
de remodelação da região central da cidade. A Líbero Badaró passou de 7 para 18
metros de largura, e se tornou uma das mais valorizadas ruas comerciais da
cidade. Há nesta interpretação outro
“interessado” ao título de 1º aranha céu de São Paulo e concorrente ao Edifício Sampaio Moreira:
O Edifício Guinle é em estilo art nouveau com 36 metros de altura e sete andares, tombado pelo patrimônio histórico municipal, localizado na Rua Direita, São Paulo, SP, considerado o primeiro arranha-céu da cidade. Inaugurado em 1913, foi projetado pelo arquiteto catalão Hyppolito Gustavo Pujol Júnior, a mando da família Guinle para ser a sede paulistana da empresa Guinle & Cia., e tornou-se o prédio mais alto da cidade à época. http://www.arquiamigos.org.br/info/info11/index.html
O Edifício Guinle é em estilo art nouveau com 36 metros de altura e sete andares, tombado pelo patrimônio histórico municipal, localizado na Rua Direita, São Paulo, SP, considerado o primeiro arranha-céu da cidade. Inaugurado em 1913, foi projetado pelo arquiteto catalão Hyppolito Gustavo Pujol Júnior, a mando da família Guinle para ser a sede paulistana da empresa Guinle & Cia., e tornou-se o prédio mais alto da cidade à época. http://www.arquiamigos.org.br/info/info11/index.html
[3]
O seu
proprietário era o Comendador Giuseppe Martinelli, imigrante italiano que fez
fortuna no Brasil. O autor do projeto era o arquiteto húngaro Vilmos (William) Fillinger, formado pela Academia de Belas
Artes de Viena, e, foi edificado a partir da técnica construtiva de alvenaria
em tijolos e estrutura de concreto. Iniciado em 1922, foi inaugurado em 1929, com os 12
andares previstos no projeto original com possibilidade de atingir 18 andares. A
construção era vista com desconfiança e ganhou força quando, durante as
escavações, começou a minar água no subsolo que foi drenada e desviada do
edifício. A obra era complexa para a época e em 1928 o proprietário resolveu
aumentar para 20 andares. A construção foi embargada. A questão foi
resolvida por uma comissão técnica que garantiu que o prédio era seguro,
limitando-se a altura de 25 andares. Deste modo usando materiais mais leves, o Giuseppe
Martinelli
conseguiu fazer mais cinco andares, mas seu objetivo, contudo, era atingir os 30
andares, e o fez construindo sua nova residência com cinco andares no topo do
prédio, para
provar que seu empreendimento era seguro. Deste modo o prédio chegava à altura
de 105 metros. A
construção do prédio acarretou sérios problemas financeiros, e em 1934 foi
forçado a vender o edifício para o governo da Itália. Em 1943, com a declaração
de guerra do Brasil ao eixo, todos os bens italianos foram confiscados e o
Edifício Martinelli passou a ser propriedade da União, tendo sido rebatizado
com o nome de Edifício América.
[4]
Os incentivos oferecidos pelo governo para a
produção de ferro e aço, tais como isenção de taxas para importação, redução de
fretes e melhores condições de empréstimos, voltou a vigorar no período entre
1918 e 1925. Empresas de setores diversos cumpriram o papel de principais
responsáveis pela modesta produção de aço e ferro durante as décadas de 20 e
30. Quase sempre as fundições eram complemento de suas atividades. Outras
pequenas metalúrgicas foram surgindo nessa fase com a missão de produzir
principalmente barras e vergalhões diversos para a indústria de construção, um
dos setores que mais se fortalecia. Entre essas empresas podem ser citadas a
Companhia de Aços Paulista, de São Paulo, produtora de maquinário e peças para
mineração; o Grupo Dedini, fornecedor de máquinas e equipamentos para a
indústria açucareira; a Oficina Mecânica Romi, que produzia arados e outras
máquinas agrícolas e que, ao atingir um grau elevado de competência
tecnológica, tornou-se uma das maiores indústrias de máquinas e ferramentas do
país; a Aços Villares, cujo objetivo inicial era suprir a matriz - a Elevadores
Atlas - fornecendo peças fundidas, e que, com o tempo, veio a se transformar em
uma das maiores produtoras de aços especiais do Brasil; e a Mangels, que a
princípio se especializou na produção de baldes metálicos, e, aos poucos,
cresceu até firmar-se como um grande complexo industrial que fornecia desde
botijões de gás, rodas e auto-peças, até recipientes criogênicos e relaminação
de tiras de aços comuns e especiais. (O século XX e a substituição das
importações - http://www.abmbrasil.com.br/quem-somos/historico/
)
[5]
Os
Villares pertenciam a uma família portuguesa que chegou ao Brasil por meio do
mestre de latim e português Antonio Joaquim D’Andrade Villares. Ele se
naturalizou brasileiro em 1824. Três de seus filhos casaram-se com irmãs de
Alberto Santos Dumont (o “Pai da Aviação). Um dos filhos, o Carlos (não é o
mesmo da sociedade Pirie, Villares e Cia) voltou para Portugal em 1894 e,
assim, na cidade do Porto, Portugal, nasceu Luiz Dumont Villares, tendo sido
registrado como brasileiro no consulado do país. (A História do Aço no Brasil, Gráfica e Editora Pallotti, Porto
Alegre/RS, 2005)
Luiz
Dumont Villares nasceu em 28 de dezembro de 1899
e falecendo em 14 de junho de 1979. Fundou o Grupo das Indústrias Villares,
fabricante dos elevadores Atlas, instalada no bairro do Canindé, uma pequena
oficina destinada à instalação e manutenção de elevadores importados, origem de
outros segmentos do campo metalúrgico e siderúrgico. Era sobrinho de Alberto
Santos Dumont, irmão de sua mãe. Tinha visão futurista e introduziu no país idéias
como a da garagem automática. "Vai chegar um momento em que estacionar
será impossível e aí precisaremos estocar carros em prédios", previu no
início dos anos 50. Custou a ser entendido e só em 1960 construiu-se a Garagem
Araújo, em São Paulo, com 25 andares para 322 automóveis. Também fabricou os
primeiros trólebus (ônibus elétricos) nacionais.
[6]
Paulo
Diederichsen Villares graduou-se pela Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo como engenheiro metalurgista, em 1960. Iniciou suas atividades na
Villares em 1959, ocupando várias posições: diretor técnico, diretor de
marketing e vendas da Aços Villares S.A. e vice-presidente Corporativo de
Operações. Em 1972, passou à presidência das Empresas Villares e, em 1979, à
presidência do Conselho. Foi também presidente da GEVISA – uma associação entre
Villares e GE; membro do Conselho da IVIX, uma associação entre Villares e IBM;
presidente do Conselho do Instituto Nacional de Governança Corporativa (IBGC);
membro do Comitê Empresarial Permanente, do Ministério das Relações Exteriores,
do Conselho Diretor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial
(IEDI); e diretor do Conselho de Empresários da América Latina (CEAL). MEMÓRIAS
DO DESENVOLVIMENTO, p. 287
Brasil precisa de nascer pelo menos unas 1000 Villares por ano !
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