CERCEAMENTO SOCIAL
A estrutura comunitária não
possui um dono, embora o poder queira estender tentáculos e seus interesses apoderando-se
de seus “segredos”.
Em São Paulo, em bairros
periféricos, foram idealizados algumas centenas de campos de futebol em todo o
município. Na metade da década de 1970 em que eram denominados CDM, Centros Desportivos
Municipais, não eram consideradas áreas nobres de interesse imobiliário e nem
ao menos faziam parte do plano diretor da cidade. São Paulo cresceu, expandindo
suas garras a estes locais antes esquecidos, sufocando estas áreas de lazer,
único reduto de atividades lúdicas de periferia. Agora com nova denominação de
CDC, Centros da Comunidade, submetem estas áreas ao interesses do poder
financeiro e político, implantando a higienização da cidade.
As comunidades não
querem os “cercamentos” modelares de locais nobres da cidade, mas somente
exercer o esporte bretão, é disto que vivem as comunidades, um mínimo
necessário de subsistência, sem interferência política de subprefeituras ou de
políticas de cerceamento e comprometimento com vereadores “gramadeiros de
campos de futebol” e que implantam sistemas de gabinete com uso de verbas da
secretaria municipal de esporte, financiando meia dúzia de troféus para
festivais em tempo de campanha política, para “inaugurar” com faixas em
alambrados com nome de candidato, enaltecendo e agradecendo seu “esforço social”
que submeteram nossos avós, pais, e em pleno século 21 nos mesmos moldes do
passado, querem submeter nossos filhos e no futuro nossos netos.
Político faz dos campos da várzea
reduto eleitoreiro, submetendo a periferia ao eterno pão e circo em troca do precioso voto
em época de campanha de cargo público.
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