Pioneirismo no Extremo Sul da Cidade de São Paulo
A área que
atualmente representa o Jardim São João foi concebida em gleba de terra
pertencente ao saudoso João Manecão emérito tanto quanto outros que
desenvolveram a região do bairro, hoje situado no Distrito do Jardim São Luiz,
região do extremo sul da Cidade de São Paulo.
João de
Oliveira, carinhosamente chamado João Manecão, podia-se dizer ser uma pessoa
folclórica e bem conhecida na região de Santo Amaro desde os tempos da “Padaria
15” ,
próximo ao Largo 13 de Maio, atrás da Matriz de Santo Amaro, onde
costumeiramente dirigia-se para degustar alguma guloseima ou por a prosa em
ordem com seu amigo “Mané” dono da panificadora, ou indo pelas ruas caminhava
em direção à “Padaria Brasileira”, em Santo Amaro, do seu Tertuliano, outro pioneiro, que mais
tarde, em 1957, também implantava a primeira padaria do Jardim São Luiz,
denominada Panificadora São Luiz, próximo ao “feirão coberto” idealizada pelo
prefeito Faria Lima, que infelizmente foi destruído.
Manecão possuía
uma área próxima a atual Rua Nova do Tuparoquera, no bairro do Jardim São Luiz,
próximo à Fundação Julita, para onde resolveu se deslocar com sua primeira
esposa Zulmira.
Aqui se abre um
parêntese para citar a “Fundação Julita” que foi idealizada em 1951 por
iniciativa de Antônio Manuel, (que também possui reconhecimento local no nome
do colégio do Jardim São João), em homenagem a sua companheira Julita que
tantas alegrias e lutas participaram na comunidade, e que como último alento,
incumbiu seu esposo de transformar a chácara em um espaço útil ao benefício
comunitário do bairro.
Um presente, uma dádiva, em uma área preservada de belezas em seus 47.000 metros quadrados, com raras árvores araucárias, onde a população desfruta até os dias de hoje de programas gerais de lazer, educação e cultura.
Um presente, uma dádiva, em uma área preservada de belezas em seus 47.000 metros quadrados, com raras árvores araucárias, onde a população desfruta até os dias de hoje de programas gerais de lazer, educação e cultura.
Há que se lembrar também nesta
localidade do “Lar Maria Albertina” outra entidade beneficente de grande valor humanitário
e que por muito tempo abrigou meninas órfãs e atualmente mantém o Centro de
Educação Infantil pela abnegação da Congregação das Irmãs Franciscanas de
Ingolstadt, Alemanha.
A região, na década
de 50 era uma mata virgem, com jatobás e boas jabuticabeiras, alegria das
crianças, uma ou outra residência, que onde hoje se localiza hoje os prédios do
CDHU, no Jardim Celeste e parte do Parque Said Murad . Havia no mesmo local uma olaria que muito contribuiu
ao crescimento da região, implantada numa tosca “choupana”, cujo bem mais
precioso era o forno de fabricação dos tijolos de barro moldados em forma de
madeira, incrustado como um castelo dentro da mata.
Com o
falecimento de sua primeira esposa e tendo sua filha de pouca idade, João
Manecão resolveu contrair segundas núpcias com a senhorita Lourdes, no ano de
1967, realizada na Paróquia São Luiz Gonzaga, pelo então um jovem sacerdote recém
chegado, Edmundo da Mata, tendo como padrinho, Candido Alves da Silva, Candú,
outra família tradicional santamarense.
Manecão era um
típico homem do campo apreciando coisas simples, não rejeitando um franguinho
caipira bem feito em panela de ferro, cozido em fogão à lenha enfumaçada.
O nosso
querido personagem Manecão sempre andava de paletó e prevenido com um guarda-chuva nas mãos
seguia seu ritual costumeiro e religiosamente participando das missas dominicais na Paróquia São Luiz Gonzaga com a família e os filhos, Inês e João com a mãe das crianças mantendo o asseio
da “roupa de missa”. Ainda manteve um terceiro relacionamento com dona
Francisca sempre morando na região.
Tinha como
compromisso orientar jovens na catequese e ficava orgulhoso em pousar com os
meninos de branco e azul marinho e as meninas de vestidos simples, brancos como
a pureza de toda criança.
Devido a sua religiosidade, quando da instituição do Bairro São João, Manecão doou a parte mais alta do lugar para ali ser instituída a Capela São João Batista que atualmente recebeu nova denominação, sendo rebatizada como “Santa Rosa de Lima”, em cerimônia religiosa tornando-se Paróquia a partir de 29 de outubro de 2006.
João Manecão
participou com seu jeito simples da história do bairro, sendo um dos pioneiros
que marcaram o desenvolvimento local, ele partiu desta vida, mas será sempre
recordado por todos que de certa maneira foram à causa desta lembrança e que
foi, sem dúvida, pioneiro do Jardim São João.Devido a sua religiosidade, quando da instituição do Bairro São João, Manecão doou a parte mais alta do lugar para ali ser instituída a Capela São João Batista que atualmente recebeu nova denominação, sendo rebatizada como “Santa Rosa de Lima”, em cerimônia religiosa tornando-se Paróquia a partir de 29 de outubro de 2006.
Carlão, estive lendo alguns dos posts no seu blog e uma pergunta ficou martelando em minha mente: Por que as escolas locais não utilizam esse material nas salas de aula como forma de contextualizar a região? Isso já foi aventado em algum momento através de conselho de educação ou algo parecido? Parabéns pelo trabalho! Sonia Bueno
ResponderEliminarParabens pelo belo trabalho sobre a historia do bairro.
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