Cacicado Nacional e o Adestramento do Povo
A/C do Exmo Presidente Eleito hoje
Contribui com o Estado brasileiro em sua modernização, embora saiba que tudo foi financiado com investimento estrangeiro, pois não possuímos pesquisas a altura de nosso imenso potencial para impulsionar nossas necessidades, recorrendo a tecnologia externa.
Participei dentro de empresas estrangeiras que “tropicalizaram” máquinas para siderurgia e mineração, onde o dossiê do know-how foi adquirido de países detentores do saber tecnológico, porque o Brasil, infelizmente tem déficit de tecnologia de ponta.
Somos o maior em segmentos de produção bruta, que não interessa ao grupo dos países de alto desenvolvimento tecnológicos. Quando é necessário construir em grande escala qualquer equipamento monstruoso, as estruturas metálicas de caldeiraria, com mão de obra barata e desqualificada, quando muito adquire uma habilidade em cursinhos de ocasião, para construir produtos com tecnologia de fora, provinda de indústrias do capital estrangeiro que assumem o controle acionário.
O Brasil nunca possuiu uma revolução industrial autêntica, e no andar da carruagem nunca terá uma real, será sempre subalterno, sempre dependente, com um povo humilde que é controlado pelas oligarquias, isto em todo território nacional. Estamos submissos aos interesses de poucos autocratas que governam pouco para o todo e muito para si. Não me espanto mais, pois o continuísmo do "cacicado" vem de longa data e perdura, ora como golpe, ora como ditadura, ora como república sindicalista, mas nunca como uma real revolução social, no âmago do problema, pois a preocupação maior do Estado é criar subsídio aos interesses políticos e econômicos.
Este casamento, política e economia, geraram um social abandonado, um filho pobre sem estudo, sem condições básicas de moradia com déficit de 28 milhões de residências populares enquanto em São Paulo com sua famigerada "gentrificação", um enobrecimento urbano, talvez superado somente pela China, seja a maior construtora de prédios de luxo, controlada por meia dúzia de empreiteiras. Sempre resta a indignação, esta incapacidade de resolver os problemas da nação onde não há plena democracia, questionando o que fazer para construir uma nação livre, todas estão atreladas ao poder.
Toda América Latina esta acorrentada pelos interesses capitalistas, e que nossa única virtude é possuir reservas vitais suficientes para crescer ainda mais a economia dos países mais ricos do mundo, num nítido segundo estágio de colonização através do extrativismo do natural, de reservas esgotáveis, deixando para trás rastro de miséria e destruição, pois esgotam ao limite a capacidade local,além da destruição humana.
O povo é adestrado para ser usado como reserva de mão de obra descartável, que na sua simplicidade não observa a sutileza a sua volta, ainda não percebeu que o soldo recebido por determinada atividade esta sobre o controle do Estado mancomunado com os interesses de uma economia globalizada e controlada por um grupo que detém toda a riqueza produzida nos três "AS": América, África e Ásia.
Porque não evoluímos na proporção direta da extração das matérias primas?
Uma massa da população que tem direito ao sufrágio universal, e na democracia brasileira é ato obrigatório, próximos dos 136 milhões de eleitores, metade não concluiu o ensino fundamental, ou seja, menos de 8 anos de estudos, sem contar a informalidade que é produto de um progresso insustentável, as custas da miséria popular.
Porque disto?
Alta tecnologia desenvolvida destes países de grande investimento em pesquisa estabeleceu-se um "destino manifesto" de formarem homens para controle das massas e que são escolhidos para manter sobre controle esta massa disforme, que se denominou proletariado, sendo que o nome é por demais sugestivo embora depreciativo no seu contexto: o termo nada mais é do que aqueles que fazem prole e acasalam-se para produzir mais e mais mão de obra barata.
Este novo indivíduo será mais um consumidor voraz das benesses oferecidas desde seu nascimento, que nascendo é recebido com alegria, pois será em potencial outro grande ou pequeno consumidor, e que obrigatoriamente irá consumir produtos industrializados que serão anunciados dia e noite em rede nacional, e que depois de sua vida ser consumida por cartões de crédito ou financiamentos bancários, agiotagem permissível, terá uma morte inevitável a todo ser vivo.
Muitos irão chorar a perda, pois não irá consumir mais, embora a indústria funerária seja por demais lucrativa e a Prefeitura de São Paulo não abre mão deste controle. Todos enfim lamentarão inclusive os credores, que assumiram alguma hipoteca de algum empréstimo financeiro para socorrer o imediatismo da vida moderna, e que deixada de pagar aos agiotas institucionalizados, terá seus bens controlados pelo sistema financeiro. Banco é uma praga a ser extirpada.
Voltando ao que estamos dispostos a expor, nossa retórica levar-nos aos poucos empregos formalizados existentes e vemos que as empresas hoje se dão ao luxo de analisar uma gama enorme de currículos para entre tantos determinar aquele que poderá a ser colaborador nas suas pretensões desenvolvimentistas. Depois de exaustivas provas de capacidade e entrevistas de especialistas em comportamento humano, eis que surgirá no universo deste exército industrial de reserva, um soldado capaz de exercer as funções que permeiam o setor produtivo de determinado segmento e estarão sujeitas as regras do jogo trabalhista.
Este "colaborador" receberá treinamento de destreza para operar tudo aquilo se apresentar de produtivo e de interesse capitalista. Ele agora é o mais novo homem máquina desta legião silenciosa que marcha em direção a almejada vaga onde ele se saiu vencedor. Terão direitos adquiridos pela legislação vigente e também estarão sujeitos as obrigações inerentes ao cargo empossado. A regra número um é não chegar atrasado, e por isso a indústria fornece os vales transportes para que no tom paternalista, está ajudando o funcionário, aquele que na fábrica irá exercer função determinada, a subsidiar e dele cobrar pontualidade.
TRANSPORTE DE MASSA
Na cidade de São Paulo, o transporte coletivo esta sobre controle de poucos, verdadeiro monopólio, na nova modalidade de lobby da parceria empresarial-político.
O controle do transporte coletivo é feito por demanda de carga, e carga somos todos que nos servimos deste meio de locomoção, pagos a vista na boca do caixa, as roletas de controle coletivo. Na hora de alta concentração humana, parte da manhã e no período noturno, os empresários de transporte enviam ônibus articulados que saem de suas respectivas garagens vazios, percorrendo uma distância considerável para recolher essa massa disforme. Veículos articulados capazes de transportar 300 pessoas numa condição de "transporte de gado", que por vezes excede duas horas de viagens nesses espaços de pico, entre estes dois períodos há déficit de transporte coletivo, pois a massa transportada torna-se menor. As horas despendidas no transporte não são remuneradas, mas se gasta energia de "produção de locomoção", uma nova modalidade do progresso industrial moderno.
MODELO DE PRODUÇÃO
Nas empresas que o novo colaborador irá atuar, cada funcionário terá seu guarda objetos, que compreenderá macacão de operador, sua farda de soldado industrial, fornecido com módico desconto em folha de pagamento, o holerite. Junto vem uma gama de proteções, como óculos, capacete, botina, protetor auricular, máscara contra gases indesejáveis, como se fosse possível gás desejável. Enfim, aparelhados, estará dispostos para nossa jornada habitual de trabalho, para a grandeza da nação.
Desde o momento que você entrar no piso da fábrica, você será denominado operador. Deverá tomar precauções necessárias suficiente para preservar sua integridade física, para não ser mutilado por máquinas monstruosas irracionais, mas você deve fazer doravante parte dela, mesmo que seja racional agora você faz parte da máquina, que irá ditar as regras de produção com sua capacidade de limite em número de peças por hora. Você racional, com o mínimo de estudo fundamental irá depois do treinamento, apertar somente dois botões, um verde para iniciar a operação e outro vermelho para parar a operação e que somente será desligado por algum inconveniente de produção ou no término da jornada, incessante, estafante, nem vamos entrar no mérito. Se por ventura as condições fisiológicas do operador exigir deslocamento a privada pública, local de necessidades básicas, tem que ser comunicado ao encarregado do setor, o chefe de divisão para providenciar a sua substituição temporária. Por este motivo de a classe bastarda possuir necessidades de se deslocar para uso de banheiro ou alimentar-se, é que os detentores dos meios de produção, classe abastada, idealizaram em determinados setores máquinas de trabalho contínuo automático, através de robô, pois os mesmos não precisam ausentar-se para ir ao banheiro e nem se deslocar para fazer refeições. A alimentação do operário, ou operária, é controlada por nutricionista que faz o balanço necessário de calorias para aquela atividade específica para manter tudo sobre controle. Atualmente as empresas trabalham com sistemas de operação de operariado controlando operariado onde uma tarefa esta atrelada a tarefa do outro operador, e assim sucessivamente pelos sistemas "just-in-time", "kamban", incorporado a produção após a Segunda Guerra, na Europa.
O Brasil não possuiu uma revolução em seu processo de produção industrial, aliás, toda a América Latina. As máquinas chegaram ao país para certo interesse de determinado produto de consumo em grande escala, e foram montadas em galpões estilo inglês começando a produzir o que era necessário ao mercado externo. Os ingleses iniciaram com maestria toda esta logística, para logicamente suprir demandas de seus próprios interesses, com algum testa de ferro arregimentado do local de origem, comandando operações de transporte, para escoamento de produção, e para isso forneceram as locomotivas deste progresso mentiroso e subjetivamente inglês, assim como os portos com suas gruas elevatórias e seus navios de transporte.
A América Latina não precisa necessariamente do modelo europeu de desenvolvimento, nem precisa estar atrelada ao modelo econômico de alienável propriedade privada. A terra sempre foi para os povos latinos americanos, terras comunitárias, tanto quanto a água, que querem privatizar. O Brasil, que não possui identidade alguma como país Latino Americano, na atualidade, já comercializou uma carteira de intenções com grupo francês para monopólio de parte da água doce dos rios da Amazônia.
Política espúria de governantes da atualidade, que sabendo serem efêmeros querem usufruir ao máximo dos recursos naturais vendendo-os, submetendo as futuras gerações à submissão local, sem direitos básicos de usufruírem aquilo que lhe é natural. Poderia sem dúvidas me alargar no tema da miséria que estão criando na América Latina, fazendo uma latrina de sujeiras que deverá ser limpa desta contaminação do poder da compra, aquisição pelo prazer de possuir. Deverá às futuras gerações promover uma revolução nas mentalidades, para rever está miséria construída do poder.
Quem quer cargo, quer todos os encargos, logo, mãos a obra presidente, vamos trabalhar e cumprí-los!!!
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