sábado, 31 de julho de 2010

Acuso o Retorno do Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico

O SOL POR TESTEMUNHA E A LUA POR TESTAMENTO

Acuso o sol por testemunha e a lua por testamento, iluminando o regresso do Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico. Ambos contemplam a efemeridade humana, respeitando os feitos históricos do passado. Estes faróis da Terra, que iluminam distintamente dois momentos cíclicos, o dia e a noite, resolveram ao mesmo tempo, parar em contemplação como a dar boas vindas, presentes a iluminar a glória deste acontecido em outro tempo[1]. Os céus resolveram participar e davam o prazer no crepúsculo, encontro do azul do dia e o escuro da noite. Estes astros distantes, pousados nas bases do firmamento, geradores dos ciclos, compeliu os homens a apossarem-se da sapiência divina no tempo e no espaço, medindo-o para distinguir o contemporâneo. Hoje os reflexos da aurora refletiam as gotas do sereno da madrugada, e o Ícaro alado brilhava e a umidade em seu “corpo seminu” recebia a claridade que precede o nascer do sol.
Acuso a vinda deste Símbolo para todos que não conhecem fiquem de posse deste conhecimento, única herança duradoura, legado disponível de uma geração a outra. Os homens fazem história, uns menos outros mais, mas independendo da intensidade todos sem exceção contribuem com seu quinhão. Acuso às gerações que num determinado momento e com conhecimentos de então, ousou-se enfrentar o que era difícil, mas não impossível, conseguindo triunfar contra as intempéries, o dia e a noite para cruzar as águas oceânicas do Atlântico. Acuso como fato histórico o vôo entre continentes ocorrido em 1927 e registrado pelos antigos historiadores, que os contemporâneos se baseiam para defender suas teses acadêmicas.
Acuso por documentos existentes a data dos assentamentos idealizados pelo poder de então, o registros que em 21 de agosto de 1829 foi edificado o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico para relembrarem o épico desta proeza e coragem humana.
Acuso que em 1987, o poder do Estado, outra contemporaneidade, ousou-se na “calada da noite tendo, a lua como única testemunha” usurpou-se o direito de contemplação do ÍCARO que dava as boas vindas àqueles que visitavam a Represa de Guarapiranga.
Acuso que o poder detém a força de persuasão, criando outra atmosfera transferindo o Monumento para outro lugar sem expressividade com o fato nenhuma aproximação com o
Monumento Pça Nossa Sra. do Brasil-Jardim América(Esquina da Rua Colômbia com Av. Brasil)
momento histórico, achou, e “quem acha vive se perdendo” que era sua competência em definir como sua a propriedade do Monumento, e como simples objeto arranjou outro espaço, mas o sol refletindo na estrutura do Monumento acusava outro reflexo. Acuso o fato como mérito da realidade de muitos em conseguir o julgamento favorável pelo retorno por quem competia e pelo discernimento, enfim, após uma ausência de 23 anos.
Acuso que embora pareça que há uma preocupação das autoridades a mesma tomou para si como conseqüência única de seus atos, e se o fosse não faria mais que sua obrigação, pois foi o poder do Estado que seqüestrou o Monumento.
Acuso que em 2010, outra geração, houve por bem, não deixar cair no esquecimento e batalhar pela restituição do Monumento às suas origens. Acuso que houve mobilização local, tanto quanto o fizeram no passado nossos genitores que não deixaram cair no esquecimento em homilias familiares transmitidas pela oralidade. Acuso que há na região da Capela do Socorro, locais nominados que arremetem ao instante referido da travessia e citações dos aviadores; localidades que denotam aproximação com água, mar e ar, enfim tudo que são lembranças de um momento único e inesquecível, que as novas gerações não sabem, pois não há divulgação histórica, embora haja decreto para lembrarem-se do fato como currículo escolar.
Mausoléu Perpétuo do Comandante JOÃO RIBEIRO DE BARROS

CIDADE de JAHÚ-SÃO PAULO (com outro crepúsculo!)

Acuso que para recolher informações geraram-se idas e vindas, viagens longas, entrevistas, leituras devoradas unicamente pela aquisição de conhecimento deste momento histórico.
Acuso que não houve a divulgação merecida do fato e nenhuma mensagem quanto ao seu verdadeiro sentido.

Acuso a falta de citação no local o que representa o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico, e também a falta de indicação de discriminação de custos por serviços prestados por empresas contratadas por licitação.
Acuso a indignação das gerações passadas, mas tudo tem seu tempo, e os mesmos deixaram o legado de não desistir da causa pela qual se acredita; morrer sim, desistir nunca.

Acuso que esta chegando ao fim esta jornada, mas não se deve “baixar a guarda” para que os aventureiros momentâneos não assumam o mérito pelo qual não trabalharam. Se quiserem fazê-lo comecem a criar medidas efetivas para recuperarem a Represa de Guarapiranga, sem debates estéreis de assembléias montadas para aplausos das realizações efêmeras do poder, pois é obrigação dignificar as gestões no tempo contemporâneo! Acuso gratidão por todos àqueles que colaboraram em Prol do Retorno do "Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico" para a Barragem da Represa de Guarapiranga, São Paulo, e, que em momento algum houve conotação política partidária nas ações, somente e unicamente o interesse da importância histórica do Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico.

Acuso que esta data (me) é extremamente cara e somente caminhei até aqui unicamente pelo amor retribuído por muito tempo, e que está eternamente guardado, independente do tempo e espaço em que ele se apresentou; receba nas alturas, morada das "velhas águias", o parabéns merecido pelo afeto proporcionado!

Nota:
[1] “O presente é o passado mais recente”










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