A CANA DE AÇUCAR E A PECUÁRIA
Foi o Oriente que descobriu a doçura através da cana de açúcar, tendo a Papua Nova Guiné, Ásia Tropical como referência inicial. Os árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os principais arautos da sua expansão. Genoveses e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas que ela encontrou um dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no Ocidente: Creta e Sicília no Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e São Tomé no Atlântico Oriental Porto Rico, Cuba, Jamaica, nas Antilhas e Demerara (Guiana).
A cana-de-açúcar recebeu dos botânicos a classificação de "Saccarum officinarum". Introduzida no Mediterrâneo pelos cruzados e árabes que a trouxeram do Oriente, no século XIII, foi logo aclimatada em Rodes e na Sicília, onde logrou aproveitamento comercial. Foram também os árabes que a introduziram na Espanha quando de sua dominação na península. Coube ao Infante D. Henrique estimular sua cultura na Madeira e Cabo Verde, de onde foi trazida para o Brasil. Nos fins do século XV já contava Portugal com a supremacia do mercado mundial do açúcar.
Foi amplamente cultivada na Ilha da Madeira devido ao seu elevado valor comercial e múltiplas utilidades, como a produção de mel. A Ilha Madeira posiciona-se nos anais da História universal como a primeira área de ocupação Atlântica, pioneira na cultura e divulgação do açúcar.
A cultura açucareira e a tecnologia do açúcar de cana passaram do Mediterrâneo para a Ilha da Madeira, onde a produção açucareira sofreu um grande desenvolvimento. Assim, novos termos e técnicas açucareiras surgem na ilha e difundem-se no Atlântico, juntamente com os termos e as técnicas tradicionais do Mediterrâneo, passando para Canárias, Açores, Cabo Verde, S. Tomé e Brasil, com as canas e os mestres de açúcar madeirenses.
Com mudas de cana da ilha da Madeira, Martim Afonso de Souza, em 1533, fundou na Capitania de São Vicente, próximo à cidade de Santos, Estado de São Paulo, o primeiro engenho para produzir açúcar, com o nome de São Jorge dos Erasmos. Novas pequenas plantações de cana foram introduzidas em várias regiões do litoral brasileiro, passando o açúcar a ser produzido nos Estados do Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Sergipe e Alagoas. De todas essas regiões, a que mais se desenvolveu foi a de Pernambuco, chegando a ter em fins do século XVI cerca de 66 engenhos.
A cultura da cana encontrou no Novo Continente excelente condição para se desenvolver, e não foram precisos muitos anos para que, praticamente, todos os países recém colonizados se cobrissem de cana-de-açúcar. Os solos eram férteis, o clima o mais adequado e o sucesso foi tal que, por volta de 1584, havia no Brasil 115 engenhos funcionando graças ao esforço de 10.000 escravos, que produziam mais de 200.000 arrobas de açúcar por ano, cerca de 3.000 toneladas.
Em pouco tempo o açúcar, que figurava como jóia nos cofres reais e era doado em gramas em heranças e estimado apenas nas boticas como produto medicinal, tornou-se popular, sendo seu consumo obrigatório. (em 1440 uma arroba custava 1:120$000, em 1501 8$500 o quilo).
Gilberto Freire afirma que "o canavial desvirginou todo esse mato grosso de modo mais cru pela queimada. A cultura da cana… valorizou o canavial e tornou desprezível a mata".
Durante o período colonial, século XVII, a indústria do açúcar sofreu um grande desenvolvimento. Os holandeses, portadores de tecnologia de ponta, deram nessa época um grande impulso à fabricação do açúcar. As melhores condições de clima e solo do nordeste brasileiro e a maior proximidade com o continente europeu favoreceram o desenvolvimento do açúcar naquela região.
PECUÁRIA
O gado foi introduzido no Brasil como um núcleo pastoril de auxílio à lavoura canavieira nos trabalhos de transporte e movimentação dos engenhos. Data de 1549 a sua introdução na Bahia por Tomé de Sousa. Os primeiros vieram na caravela "Galga", proveniente da ilha de São Vicente. Desde 1534, porém, Dona Ana Pimentel introduzira gado na capitania de Martim Afonso de Sousa.
A irradiação da pecuária. — Cresceram rapidamente as manadas e os currais foram obrigados a retirar–se para o interior dá Bahia, alastrando-se o gado rapidamente pelo vale do São Francisco e passando o divisor de águas em direção do Norte, atinge o Maranhão, Picui, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Cristóvão de Barros em 1589 fez-se grande criador.
Subindo o São Francisco até suas nascentes o gado passou para a baía do Tocantins e do Araguaia. De Goiás passou para Mato Grosso.
O gado introduzido em São Vicente penetrou em Sabarabuçu, atingiu o rio das Velhas, Minas Gerais, encontrando-se ali com o gado que descera o vale do São Francisco, onde se fixaram centenas de famílias paulistas entregues às fainas da pecuária.
No Norte outros paulistas, os sertanistas Domingos Jorge Velho, Matias Cardoso de Almeida e Morais Navarro entre outros, fixaram-se nas bacias do rio Açu e do Jaguaribe depois do sucesso alcançado contra os índios que haviam atacado os currais do Aporá.
Domingos Mafrense, o Domingos Sertão, fundou no Piauí mais de 39 fazendas de gado vacum.
Levantando uma estatística muito aproximada Antonil propõe:
Bahia . . ……….. 500000 cabeças
Pernambuco………………………………………….. 800 000
Rio de Janeiro………………………………………… 60 000
São Paulo e os campos de Curitiba …. 1 500 000 "
Deste modo expandiram-se fronteiras nos "caminhos dos currais" ou "caminhos dos vaqueiros", que cortavam o sertão interior a dentro em território anteriormente pertencente a Espanha e que foi conquistado pelas patas do gado e a cana-de-açúcar dos terratenentes ávidos por terra.
Foi o Oriente que descobriu a doçura através da cana de açúcar, tendo a Papua Nova Guiné, Ásia Tropical como referência inicial. Os árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os principais arautos da sua expansão. Genoveses e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas que ela encontrou um dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no Ocidente: Creta e Sicília no Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e São Tomé no Atlântico Oriental Porto Rico, Cuba, Jamaica, nas Antilhas e Demerara (Guiana).
A cana-de-açúcar recebeu dos botânicos a classificação de "Saccarum officinarum". Introduzida no Mediterrâneo pelos cruzados e árabes que a trouxeram do Oriente, no século XIII, foi logo aclimatada em Rodes e na Sicília, onde logrou aproveitamento comercial. Foram também os árabes que a introduziram na Espanha quando de sua dominação na península. Coube ao Infante D. Henrique estimular sua cultura na Madeira e Cabo Verde, de onde foi trazida para o Brasil. Nos fins do século XV já contava Portugal com a supremacia do mercado mundial do açúcar.
Foi amplamente cultivada na Ilha da Madeira devido ao seu elevado valor comercial e múltiplas utilidades, como a produção de mel. A Ilha Madeira posiciona-se nos anais da História universal como a primeira área de ocupação Atlântica, pioneira na cultura e divulgação do açúcar.
A cultura açucareira e a tecnologia do açúcar de cana passaram do Mediterrâneo para a Ilha da Madeira, onde a produção açucareira sofreu um grande desenvolvimento. Assim, novos termos e técnicas açucareiras surgem na ilha e difundem-se no Atlântico, juntamente com os termos e as técnicas tradicionais do Mediterrâneo, passando para Canárias, Açores, Cabo Verde, S. Tomé e Brasil, com as canas e os mestres de açúcar madeirenses.
Com mudas de cana da ilha da Madeira, Martim Afonso de Souza, em 1533, fundou na Capitania de São Vicente, próximo à cidade de Santos, Estado de São Paulo, o primeiro engenho para produzir açúcar, com o nome de São Jorge dos Erasmos. Novas pequenas plantações de cana foram introduzidas em várias regiões do litoral brasileiro, passando o açúcar a ser produzido nos Estados do Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Sergipe e Alagoas. De todas essas regiões, a que mais se desenvolveu foi a de Pernambuco, chegando a ter em fins do século XVI cerca de 66 engenhos.
A cultura da cana encontrou no Novo Continente excelente condição para se desenvolver, e não foram precisos muitos anos para que, praticamente, todos os países recém colonizados se cobrissem de cana-de-açúcar. Os solos eram férteis, o clima o mais adequado e o sucesso foi tal que, por volta de 1584, havia no Brasil 115 engenhos funcionando graças ao esforço de 10.000 escravos, que produziam mais de 200.000 arrobas de açúcar por ano, cerca de 3.000 toneladas.
Em pouco tempo o açúcar, que figurava como jóia nos cofres reais e era doado em gramas em heranças e estimado apenas nas boticas como produto medicinal, tornou-se popular, sendo seu consumo obrigatório. (em 1440 uma arroba custava 1:120$000, em 1501 8$500 o quilo).
Gilberto Freire afirma que "o canavial desvirginou todo esse mato grosso de modo mais cru pela queimada. A cultura da cana… valorizou o canavial e tornou desprezível a mata".
Durante o período colonial, século XVII, a indústria do açúcar sofreu um grande desenvolvimento. Os holandeses, portadores de tecnologia de ponta, deram nessa época um grande impulso à fabricação do açúcar. As melhores condições de clima e solo do nordeste brasileiro e a maior proximidade com o continente europeu favoreceram o desenvolvimento do açúcar naquela região.
PECUÁRIA
O gado foi introduzido no Brasil como um núcleo pastoril de auxílio à lavoura canavieira nos trabalhos de transporte e movimentação dos engenhos. Data de 1549 a sua introdução na Bahia por Tomé de Sousa. Os primeiros vieram na caravela "Galga", proveniente da ilha de São Vicente. Desde 1534, porém, Dona Ana Pimentel introduzira gado na capitania de Martim Afonso de Sousa.
A irradiação da pecuária. — Cresceram rapidamente as manadas e os currais foram obrigados a retirar–se para o interior dá Bahia, alastrando-se o gado rapidamente pelo vale do São Francisco e passando o divisor de águas em direção do Norte, atinge o Maranhão, Picui, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Cristóvão de Barros em 1589 fez-se grande criador.
Subindo o São Francisco até suas nascentes o gado passou para a baía do Tocantins e do Araguaia. De Goiás passou para Mato Grosso.
O gado introduzido em São Vicente penetrou em Sabarabuçu, atingiu o rio das Velhas, Minas Gerais, encontrando-se ali com o gado que descera o vale do São Francisco, onde se fixaram centenas de famílias paulistas entregues às fainas da pecuária.
No Norte outros paulistas, os sertanistas Domingos Jorge Velho, Matias Cardoso de Almeida e Morais Navarro entre outros, fixaram-se nas bacias do rio Açu e do Jaguaribe depois do sucesso alcançado contra os índios que haviam atacado os currais do Aporá.
Domingos Mafrense, o Domingos Sertão, fundou no Piauí mais de 39 fazendas de gado vacum.
Levantando uma estatística muito aproximada Antonil propõe:
Bahia . . ……….. 500000 cabeças
Pernambuco………………………………………….. 800 000
Rio de Janeiro………………………………………… 60 000
São Paulo e os campos de Curitiba …. 1 500 000 "
Deste modo expandiram-se fronteiras nos "caminhos dos currais" ou "caminhos dos vaqueiros", que cortavam o sertão interior a dentro em território anteriormente pertencente a Espanha e que foi conquistado pelas patas do gado e a cana-de-açúcar dos terratenentes ávidos por terra.
Excelente. Gostei muito do texto sobre escravidão e o fragmento sobre Francisco Felix de Souza. Também tenho um blog chamado elmonoverdeonline.blogspot.com e a próxima postagem será sobre Francisco Felix de Souza
ResponderEliminar