sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

OS TERRATENENTES DO BRASIL (05): EM BUSCA DE IDENTIDADE

Processo de Formação

Na introdução do livro “O Povo Brasileiro” de Darcy Ribeiro, tem-se uma singular determinante de cada raça aportada no Brasil, que compreende um novo elemento que já não é nem uma raça européia nem outra raça qualquer, mas uma nova estrutura amalgamada com anomalias próprias de toda deformação bárbara, uma Nova Roma.
Deu-se choque de latinização somada a um barbarismo pré-existente na formação da raça na Península Ibérica, formada por visigodos (godos nobres!), alanos e suevos misturados com autóctones da península, todos agentes transformadores.
A gênese fora, deste modo, interrompida por um hibridismo transformador, um novo elemento de uma complexa rede de intercâmbios, culminantes num novo modelo mestiço.

Mais tarde essa estrutura foi novamente transformada com a penetração de nômades vindos em direção a península cruzando pelo continente d’África através do estreito de Gibraltar, porta de entrada do Atlântico para o Mediterrâneo, ou saída, e não somente constituídos de árabes numa expansão da doutrina do Islã, mas um grupo coeso de certa hegemonia econômica-político-militar, com unificação de idéias, num sincretismo, fundindo elementos culturais diferentes, com domínios bem definidos que se deslocavam do Oriente Médio pelo litoral africano. Estes ismaelitas[1], com preceitos definidos pela formação de descendência semita, antigo historicamente, expandia-se entrando em contato com povo berbere da África e nestes deslocamentos forjaram um novo modelo sócio cultural. Estruturou-se nova linhagem, nesta complexa rede formadora, que destoa o modelo atual eugenista[2] de pureza das raças depurante, fundidos num cadinho efervescente borbulhante de raças diversas com trocas, sujeições e acertos.

Darcy Ribeiro debruça neste imaginário, emaranhado de situações que já é um processo na Europa e as circunstâncias forneceram subsídios suficientes de continuísmo, redefinindo elementos novos, que misturados darão nova substância, diferente de suas matrizes originárias, nova estrutura, o americano amalgamado, detentor de nomes diversificados e pejorativos, referências da articulação de domínio.

“O tema que me propunha agora era reconstruir o processo de formação dos povos americanos, num esforço para explicar as causas de seu desenvolvimento desigual”. (Darcy Ribeiro)

Deste resultado miscigenado do povo ibérico, fruto de uma amálgama preliminar, proveniente da relação em um determinado espaço geográfico, e um tempo definido, dará um grande passo para a expansão de domínios, jamais tentado por grandes povos navegantes da antiguidade: Atravessar mar aberto, navegar sem ilhas como era o costume do Mediterrâneo, para se aventurar num novo modelo de navegação, mudando de um sistema de cabotagem, de paradas constantemente em pontos de apoio, para um deslocamento rumo ao desconhecido, sem apoio constante de portos. Deste continuísmo expansionista dos “antigos romanos”, encabeçados por Portugal, fizeram-se senhores dos mares, não mais o “Mare Nostrum” fechado do Mediterrâneo, mas um mar de possibilidades abertas: o Atlântico.

[1] Descendentes de Abraão, “Pai das Gentes”, com sua escrava Agar, egípcia, e que foi despedida por sua ama Sara, que mais tarde legitimou a descendência de Israel dando a luz a Isaac. GENESIS, capítulo 16.
[2] Os progressistas perseguem o modelo da perfeição, adeptos incontestáveis da eugenia que teve seu apogeu de pesquisa na 2ª Guerra, (que não se sabe por que segunda e não milésima) financiada pela organização FUNDAÇÃO ROCKEFELLER e controlados por sistemas de processamento de dados da IBM.

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