terça-feira, 24 de junho de 2025

24 de Junho dia de São João Batista...o Jardim São João, no distrito Jardim São Luiz e “seu” João Manecão

Um bairro nascido da fé A área do Jardim São João pertencia ao senhor João Manecão na região do atual Distrito do Jardim São Luiz, extremo sul da Cidade de São Paulo. Manecão residia próxima da atual Rua Nova do Tuparoquera, com sua esposa Zulmira.

João Manecão, batizado João de Oliveira, era uma pessoa simples e bem conhecida na região de Santo Amaro desde os tempos da “Padaria 15”, próximo ao Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, onde costumeiramente dirigia-se para degustar alguma guloseima ou por a prosa em ordem na padaria com seu amigo “Mané”, (o mesmo que hoje é um dos proprietários da rede Graal) ou indo pelas ruas em direção à “Padaria Brasileira”, do seu Tertuliano, que mais tarde, em 1957, viria a construir a primeira padaria do Jardim São Luiz, denominada Panificadora São Luiz, e que foi abençoada pelo primeiro pároco da Paróquia São Luiz Gonzaga, padre Joel Ivo Cataplan.

Com o falecimento de sua primeira esposa e tendo sua filha pouca idade, João Manecão resolveu contrair segundas núpcias com a senhorita Lourdes, no ano de 1967, cerimônia realizada na Paróquia São Luiz Gonzaga, pelo então padre recém-chegado, Edmundo da Mata, tendo como padrinho, Candido Alves da Silva, Candú, de família tradicional santamarense.
Manecão, era muito religioso, e foi um dos primeiros catequistas da Paróquia São Luiz Gonzaga sempre de paletó e prevenido com um guarda-chuva nas mãos seguia seu ritual costumeiro participando das missas dominicais com a família e os filhos, Inês e João com a mãe das crianças mantendo o asseio da “roupa de missa”. Ainda manteve um terceiro relacionamento com dona Francisca sempre morando na região.
Possuindo esta área de terras atrás da fundação Julita ele pretendia que, na parte mais alta, fosse construída uma capela!
Tendo vínculo com a paróquia São Luiz Gonzaga entrou em acordo doando um terreno ao padre Edmundo, que se comprometeu a construir uma capela e que “receberia o nome João” única exigência de João Manecão, e assim foi selado o compromisso entre ambos e o Padre Edmundo colocou o nome dedicado a São João Batista, e adquirindo um imagem para ter essa representação confirmada no presbitério e com uma cruz central!







A Capela São João Batista continuou com esse nome de “batismo” até o ano de 2006 quando a Diocese de Campo Limpo deu nova denominação ao templo, sendo rebatizada como “Santa Rosa de Lima”, em cerimônia religiosa tornando-se Paróquia a partir de 29 de outubro de 2006.








João Manecão participou da história do bairro Jardim São Luiz e Jardim São João, sendo um dos pioneiros que marcaram o desenvolvimento local, ele partiu desta vida, mas será sempre recordado por todos que de certa maneira foram à causa desta crônica.









* Em história a messe é grande e poucos são os operários para trabalhar...mesmo assim conseguimos algumas imagens desses momentos representativos, uma parte de um todo que poderá ser ampliado para ligar fatos do Jardim São João e sua paróquia que nasceu da fé de um homem: JOÃO MANECÃO!!!







sábado, 21 de junho de 2025

SÃO LUIZ GONZAGA: Homenageado em 21 de Junho no Bairro Jardim São Luiz! Uma História de Capela à Paróquia!

UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS!

















































Em 27 de abril de 1957 foi gravado em ata as resoluções da assembleia inaugural da Comissão para construção da Paróquia São Luiz Gonzaga, no bairro Jardim São Luiz, pois a capela existente já estava pequena para o grande número de fiéis. O primeiro presidente da Comissão foi Zacharias de Paula e Silva.
A capela provisória recebeu o andor que continha a imagem de São Luiz Gonzaga, ornado para acolher todo o povo do local e dos arrabaldes. Nos festejos participou até uma das mais tradicionais bandas de Santo Amaro, a Corporação Musical de Santo Amaro, com “uma alvorada de fogos de estouro”. Consta em ata lavrada pelos membros de comissão:
“A imagem de São Luiz foi comprada à prestação no valor de um mil e trezentos cruzeiros, sendo quinhentos cruzeiros de entrada e o restante em pequenas prestações mensais de trezentos cruzeiros”.
A capela teve zeladoria a cargo das senhoras Ana Luiza Garbieri de Freitas e Joana Molina Martins. Na ata de 10 de dezembro de 1957 consta: “comissão pró construção da Paróquia São Luiz Gonzaga, bairro do Jardim São Luiz em Santo Amaro, Paróquia Capão Redondo, sendo ofertados pela população tijolos para erguer as primeiras paredes”.
Providências foram feitas pela Comissão criando a “Campanha para a construção da Igreja de São Luiz Gonzaga”, instituindo-se um carnê que marcava as mensalidades em prol da construção, que foram acrescidas e reforçadas com quermesses. Providenciou-se as quermesses com barracas que mantinham: leilões de prendas, quentão, casinhas numeradas para entocar um porquinho da índia assustado e espantado pelos concorrentes ao prêmio em disputa, e as argolas lançadas no gargalo d’alguma garrafa e aparada por um toco quadrado ao fundo da mesma onde a argola deveria vencer apoiando-se na mesa e fazendo jus ao prêmio disputado. A quermesse também contava com a série de números de um bingo competitivo, as barracas das bebidas e churrasco.
Além dos esforços da comunidade local, a Comissão também buscou apoio externo. A Light and Power Company Ltd., cedeu cinquenta metros cúbicos de areia das margens do então limpo Rio Pinheiros, correndo o transporte por conta da Comissão, que teve custo de Cr$ 3.600,00 (três mil e seiscentos cruzeiros).
Na ata do dia 21 de agosto de 1958 constava o pedido para se demolir a capela provisória.
Locomover-se para igreja era difícil, pois situa-se no alto do morro e as pessoas contornavam pelas ruas vizinhas para chegar até ela. Ainda em 1959, a comunidade, a comissão e a Sociedade Paulistana de Terrenos, que loteou o bairro São Luiz, prontificaram-se arrumar a escadaria da igreja para facilitar o acesso dos moradores e paroquianos.
A ata de 10 de setembro de 1959, menciona a aquisição do telhado da igreja no valor de Cr$ 58.500,00 (cinquenta e oito mil e oitocentos cruzeiros), conseguidos para completar a cobertura em 25 de outubro de 1959 da futura Paróquia São Luiz Gonzaga.
A igreja firmava-se como condição prioritária no desenvolvimento do bairro e os padres Joel Ivo Catapan, do Seminário Verbo Divino, na Chácara Santo Antonio e Fabiano S. Cochel da Paróquia Capão Redondo assumiram a causa apoiados por uma comissão bem estruturada.
Em 1960 o bispo auxiliar de São Paulo, Dom Paulo Rolim Loureiro, comunicava que a igreja do Jardim São Luiz seria elevada à categoria de paróquia. Em 30 de outubro de 1960 a capela do Jardim São Luiz foi elevada à Paróquia, pelo bispo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta!
INÍCIO DA DÉCADA DE 1980: UM DIA UM SONHO, HOJE UMA REALIDADE!
Uma nova paróquia era necessária.
No início da década de 1980 algumas pessoas que tinham ligação direta com a paróquia resolveram juntamente com o padre Edmundo da Mata, construir no terreno de quase três mil metros uma Nova Matriz!
Houve alguns percalços de causas rotineiras, e enfim construtores que tiveram participação efetiva na causa da construção tiveram o apoio de paroquianos que também puseram a mão na massa!
Muita gente participou e alguns foram incansáveis na empreitada como dona Rosa e seu Agostinho Teixeira, feirantes, que bancaram a maior barraca que ficou por mais de 15 anos servindo ininterruptamente dos “comes e bebes”. Também de muita valia foi o “cantador de bingo” Dorival Andrade. As feijoadas eram uma praxe comandas por dona Corrinha, escudeira ativa na participação da irmã Natalina, nas causas sociais da paróquia. Seu Hettore, era nosso “decano”, o mais velho de todos, que estava na obra todo santo dia! Seu Antônio Pereira da Cruz da rua 24, que abria a paróquia antiga todos os domingos para a celebração da missa as 6:30 da manhã. O Sebastião do Brasília, seu Geraldo, que chamávamos de MWM, pois trabalhou nessa empresa, seu João da 21, que chamávamos de Caiçara, o Élcio da loja de produtos de beleza, dona Neide, esposa do seu João português e Ivone, que colaborou com o pouco que tinha para oferecer e morava na rua 7. Houve os da "labuta" da construção em si, como Germano, seu Ari, Gentil e o Raimundo que assumiram a edificação! Ate gente de fora como Agamenon e Estanislau da Vila das Belezas, que eram da turma da massa bruta e carregaram muitas caixas de cerveja e refrigerante, pois o freezer principal ficava distante da barraca. Dona Evangelina, da rua Frederico Marcicano, atrás da Igreja. A fornecedora dos pães dos sanduiches, dona Bernadete e seu Tem Tem, o “hors-concours”, sendo parte do todo que sempre "está" na retaguarda, e este missivista que por algum tempo foi “o ata” registrando e interagindo com as partes envolvidas! Por último, àquele que sempre será lembrado pelos jardinenses, pela sua colaboração e determinação imprescindível, o Padre Edmundo da Mata, evidentemente o baluarte disso tudo se tornar realidade e tendo seu lugar de honra!
Muita gente colaborou no anonimato, a todos esses nossos agradecimentos eternizados na obra que ousamos empreender juntamente com saudosos amigos que tiveram seu passamento nesta vida que sejam sempre lembrados em réquiem pelas futuras gerações.
Todos aqueles não mencionados se sintam lembrados e orgulhosos na memória de tão grande missão da edificação por obra de Deus da Paróquia São Luiz Gonzaga!
O que foi feito, “feito está”, e faz parte da memória jardinense presente na nova “Casa” de Deus, tendo o seu patrono jesuíta, São Luiz Gonzaga, lembrado hoje, 21 de junho de 2025! Referência: Projeto Identidade: "A FOTOGRAFIA COMO CONCEPÇÃO HISTÓRICA"