domingo, 2 de junho de 2024

Carros de bois


Pelos anos de 1852, a cidade de S. Paulo, despovoada e suja modorrava ao sol ou se esfumava encolhida, na garoa tamizada do alto como uma cinza úmida. Negros transitavam de torso nu com tabuleiros de fazendas secas; calcetas, com grilhões pelos tornozelos, mourejavam no eterno conserto das vielas tortuosas e esburacadas; clérigos de batinas negras enxameavam, constituindo uma classe tão saliente como a dos militares: boiadas rumavam para os campos realengos de Ibirapuera; e tropas estardalhantes, encouradas de bruacas barrigudas chegavam de todos os pontos, enchendo a terra de efêmero rumor; depois tocavam para o litoral e para a Côrte – ou regressavam ao hinterland fecundo, em filas ligeiras, seguidas de capatazes mal ajambrados e empoeirados, como ainda hoje se vêm, em surtos de estranhas reminiscências, para os lados conservadores de Itapecerica.

Pelas ruas transitavam então, quase livremente, os carros de bois, carregados de cereais, de lenha, de terra, de pedras, de madeiras para construções. Veículos primitivos, de eixos móveis iam rangendo longamente à tarda andadura dos ruminantes. O carreiro de pés no chão, as calças de algodão trançado e listrado, regaçadas pelas canelas, a camisa entreaberta, o chapéu de couro desabado, trotava à frente dos bois pacíficos, ou aos seus flancos, de vez em quando ferretoando-os com a ponta de ferro das aguilhadas.

Esses, os únicos veículos de meados do século XVIII. Isto é, consta também a existência, por vagas informações de fiscais e cronistas, de uma ou outra sege, entre elas a do bispo d. Mateus, morador semi-secular da rua do Carmo. E só. Não. Havia também os bangüês para as ásperas caminhadas interurbanas. E cadeirinhas românticas, convidando a passeios citadinos, idas a festas e igrejas. Mas, destes meios de transporte particular, eram os animais, primitivamente, os índios e, posteriormente, termiminós reforçados, de bons bíceps e boas pernas, alimentados a feijão com angu e também a milho, do qual, nas longas excursões, levavam grossas espigas dependuradas na cintura.

De tal sorte, porém, cresceu o número de carros, que a Câmara Municipal, por intermédio de um dos seus pares, resolveu regulamentar-lhes o uso com umas posturas, então submetidas ao exame de uma Comissão Especial. O autor do projeto foi o ilustre paulista, homem público e historiador, brigadeiro Machado de Oliveira. E ficou desde logo estabelecido que os carros de boi de Santo Amaro, vindos pela rua da Santa Casa ou pelo Piques, estacionaram nos largos de S. Gonçalo e S. Francisco; os que entravam pelas pontes do Carmo e da Tabatinguera, no largo do Carmo, e pelas do Açu e Constituição, no largo de São Bento. Os procedentes dos lados de Pinheiros, Ó e Sant’Ana, que se destinassem a Freguesia de Santa Ifigênia, podiam, depois de descarregados, estacionar nos largos de Santa Ifigênia, no Tanque Zuniga e no da Consolação.

 Em nenhuma rua, se, exceção deviam conservar-se os carros parados: estes tinham que seguir pelo centro das vias públicas, um atrás do outro, de modo a não embaraçar o trânsito. Nos paradeiros retro designados, colocar-se-iam com igual precaução. E o artigo 9 o especifica ainda que “a carga do carro que se largar à porta do comprador, nas ruas e praças da cidade, ficará de modo que entre ela e a porta haja o intervalo pelo menos de uma braça para o trânsito dos passantes a pé, ficando tão bem no meio da rua o espaço necessário para a passagem de carros e cavaleiros”. Tudo isso tinha que ser rigorosamente cumprido, com pena de multas dos faltosos, que variavam de 500 réis a 2$000 réis, conforme os casos e as reincidências.

Tempos depois destas posturas, estabeleceu-se uma espécie de entreposto de madeiras de construção no largo do Bexiga, exatamente onde há hoje um mictório. Os antigos ainda se lembram dele. Era um barracão retangular, cercado de tábuas, tendo um vão para ventilá-lo entre estas e o teto. O inconveniente dessa abertura é que por ela chovia. E a umidade, não raro, danificava o material em depósito.

Quanto aos carreiros, conduziam lenha que vendiam “às carradas” ou “às mocutas”; verduras e frutas; e também, em um curioso veículo da época, espécie de carroça formada por enorme quartola[1] deitada, água para ser vendida de porta em porta. Custavam 40 réis o barril, em 1865. Puxavam-na muares, em vez de bois, destinando-se estes, propriamente, aos carros, aos quais se atrelavam em cangas, formando uma junta e, não raro, conforme o peso da carga, diversas delas.

Isso tudo, porém, ficou para trás, na sombra evocativa de outras idades.

 

Referência:

Jornal Correio Paulistano de 16 de setembro de 1942, com matéria do jornalista Nuto Sant’ Ana.

 

Vocabulário:

aguilhar: Estar alerta; ter os olhos abertos.

Ajambrar: Dar jeito em pôr em ordem; ajeitar; arrumar . Vestimenta apropriada para certas  ocasiões, adornado, paramentado.

braça:  (latim bracchia, -orum, plural de bracchium, braço) Medida de duas varas (uma vara 1,10 m) ou 2,20 metros.

bruaca: Meretriz.

calceta:  Grilheta, Pena de trabalhos forçados, O condenado a trabalhos forçados.

Hinterland: (termo alemão) significa a “terra de trás”, de uma cidade ou porto. Significa também à parte menos desenvolvida de um país, menos dotada de infraestrutura e menos densamente povoada. Corresponde a uma área geográfica conectada por uma rede de transportes, através da qual recebe e envia mercadorias ou passageiros (do porto ou para o porto). O termo pode ser aplicado à área que circunda um centro de comércio ou serviços e da qual provêm os clientes.

mocuta: feixe de lenha amarado do cipó que lhe dá o nome, transportado no costado das mulas ou em carroças.

modorra: (espanhol modorra).Vontade irresistível de dormir, sonolência.  Indolência, apatia.

tamisar : Passar pelo tamis, depurar; joeirar.

Temiminó: é um termo tupi que significa "descendente". Era um povo inimigo tradicional dos seus vizinhos tupinambás na baía de Guanabara, possuindo traços culturais  em comum com os tupinambás e com outras tribos tupis, tais como a língua, crenças, e costumes, além da agricultura  de subsistência baseada nas queimadas.



[1]

MEDIDAS DE VOLUME

Quartola:Casco pequeno correspondente aproximadamente a meia pipa. = CARTOLA.Pipa:Unidade de volume de líquidos correspondente a 25 almudes.

Almude:Medida de capacidade de líquidos, equivalente a 12 canadas ou 48 quartilhos Medida de aproximadamente 24 litros. (Esta medida variava segundo as localidades.)

Canada:espanhol “cañada”, medida de vinho. Antiga medida igual a 4 quartilhos, ou aproximadamente 2 litros.

Quartilho A quarta parte da canada. Porção correspondente a meio litro.

 

quinta-feira, 30 de maio de 2024

O Motivo da Celebração da Solenidade de "Corpus Christi"

Milagre de Orvieto – Bolsena – Itália – 1263 

A catedral de Orvieto, na Itália, guarda um dos milagres eucarísticos mais importantes na história da Igreja e que motivou o papa Urbano IV a instituir a solenidade de Corpus Christi.

Em meados do século 13, o padre Pedro de Praga duvidava sobre a presença de Cristo na Eucaristia e realizou uma peregrinação a Roma para rogar sobre o túmulo de São Pedro uma graça de fé.

Ao regressar, enquanto celebrava a missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal com o sangue.

A notícia chegou rapidamente ao papa Urbano IV, que estava muito perto de Orvieto e mandou que o corporal fosse levado até ele. A venerada relíquia foi levada em procissão e diz-se que o pontífice, ao ver o milagre, ajoelhou-se diante do corporal e, em seguida, o mostrou à população.

Em 11 de agosto de 1264 o Papa publicou a bula “Transiturus”, onde prescreveu que fosse celebrada a solenidade de Corpus Christi em toda a Igreja na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade, (oitava de Pentecostes) em honra ao Corpo de Cristo.



A relíquia do milagre de Bolsena se encontra na Catedral de Orvieto, em uma capela construída em honra a este milagre. Todos os anos o corporal sai em procissão na época da Festa de Corpus Christi.

A reverência de “Corpus Christi” é a celebração solene que a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às ruas.

domingo, 26 de maio de 2024

200 Anos da 1ª Imigração Alemã ao Brasil: São Leopoldo/RS-25 de Julho de 1824

 Uma terra arrasada de todos os lados, mas com um povo de fibra: Terás de volta teu Rincão...o Rio Grande do Sul!!!


PRIMEIRA COLÔNIA ALEMÃ NO BRASIL
A imigração alemã para o Brasil foi quase toda voltada para o povoamento da região sul, com o objetivo de ocupar terras ameaçadas pelos vizinhos espanhóis, de equilibrar a economia no sul do país, além da intenção de conseguir soldados para o Corpo de Estrangeiros, pois com a Proclamação da Independência, o Brasil perdeu parte de sua força militar formada por portugueses que seguiram para Portugal, assim eram necessárias providências urgentes de segurança do Brasil.
As terras do sul da América, anteriormente pertencentes à Espanha, precisavam ser militarizadas rapidamente pois as fronteiras no Prata sempre foram tensas e de conflitos, exigindo estratégias de proteção militar da fronteira do país. José Bonifácio, ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros e do representante da Província de São Pedro do Rio Grande, José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leopoldo, pretendiam organizar uma linha de colônias germânicas desde Porto Alegre, precisamente na Colônia Alemã de São Leopoldo.
A imigração alemã no Brasil foi o movimento imigratório intensificado a partir do século 19 para várias regiões do Brasil. As causas deste processo podem ser encontradas nos frequentes problemas sociais que ocorriam na Europa e a farta disponibilidade de terras no Brasil.
A viagem de Hamburgo, Alemanha
O Veleiro Argus partiu de Hamburgo em 27 de julho de1823, sofrendo avarias no trajeto e parando no porto holandês de Texel para consertos. Em 10 de setembro reiniciou a viagem com uma tempestade os obrigou a parar na Ilha de Wight, também na Holanda, onde sarpou depois de 15 dias, parando por causa de um furacão no Porto de Biscaia na Espanha e depois parando em África, seguindo para a Ilha de Tenerife, de onde partiu no dia 8 de novembro para chegar no dia 7 de Janeiro de 1824 ao Rio de Janeiro, trazendo 284 pessoas, sendo 134 colonos e 150 soldados.
Um outro veleiro, Germania, capitaneado por Hans Voss e tendo como "comandante do transporte" o Ten. Ferdinand von Kiesewetter. Partiu em 9 de maio de1824 de Hamburgo até o porto de Glückstadt, no Rio Elba, de onde zarpou em 3 de junho de1824. Chegou ao Rio de Janeiro no dia 14 de setembro de 1824 trazendo 401 passageiros sendo 277 soldados e 124 colonos. A viagem foi marcada por rebeliões e desordens. O navio além de 124 colonos trazia também 277 soldados, entre eles um pequeno contingente de ex-prisioneiros saídos das prisões de Hamburgo.
As Terras da Real Feitoria do Linho Cânhamo...depois São Leopoldo
No final de 1788, as grandes estâncias foram divididas e, no Vale do Rio dos Sinos e nas terras foi feita a instalação da Real Feitoria do Linho Cânhamo. A Feitoria fora fundada, no ano de 1783, por ato do vice-rei Marquês de Lavradio. A Real Feitoria foi instalada no denominado Rincão do Canguçu na Serra do Tapes, no atual município de Pelotas . Em 1788, esse empreendimento, da Coroa portuguesa, foi transferido para as margens do Rio dos Sinos, local à época denominado de Faxinal do Courita. As ações da Coroa visavam incentivar o plantio da fibra, que era a matéria-prima, necessária para a fabricação de velas e de cordas para as embarcações. Na verdade, o cultivo do linho cânhamo fazia parte de um projeto econômico, promovido pelo Estado português, a partir da administração de Pombal e, tinha o objetivo, no caso específico do linho cânhamo, de substituir o linho de Riga, que era importado dos países bálticos, e de utilizar a agricultura como forma de fixar a população na região.
Os Imigrantes alemães no Rio Grande do Sul
Georg Anton Alouysius Von Schäffer ou Jorge Anton Schäffer era um militar alemão que se tornou recrutador de militares e colonos para o Brasil, que esteva na Colônia do Brasil, no governo de Dom João VI para fazer uma pequena colônia experimental em 1818, e que após viajar à Europa, retornou ao Brasil em 1821 e foi nomeado major da Guarda Imperial, pelo imperador D. Pedro I.
Após a independência do Brasil, foi nomeado "Agent d'Affaires Politiques" para buscar soldados e colonos na Europa. Recrutar mercenários na Europa era proibido pelos países da Santa Aliança, lideradas pela Inglaterra, que haviam derrotado Napoleão em 1815. No início, seu recrutamento buscava, principalmente, soldados e poucos colonos, mas, à medida que a situação do Brasil foi estabilizando-se, o número de soldados enviados foi diminuindo e o de colonos aumentando.
Schäffer também buscava contratar pessoas de profissões que dessem uma base à comunidade, como médicos e pastores. De 1824 a 1828, o major Schäffer conseguiu trazer para o Brasil mais de seis mil pessoas, pelo menos metade eram rapazes colonos solteiros e soldados .
As pretensões do Império Brasileiro e a militarização do sul confirmaram-se com a guerra da Cisplatina, contra o Uruguai. Localizada na entrada do estuário do Rio da Prata, essa região era área estratégica, pois quem a controlava tinha grande domínio sobre a navegação em todo o rio, acesso aos rios Paraná e Paraguai, e via de transporte da prata andina.
Contratados do major Schaeffer militares do extinto exército de Napoleão eram trazidos da Alemanha, para formar o "Corpo de Tropas Estrangeiras", no Exército Brasileiro. Formaram dois batalhões de caçadores e dois de granadeiros.
Uma das expedições de colonos trazida pelo major Schaeffer, foram enviados para o Rio Grande do Sul, instalados onde hoje são as cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo e outras,
A imigração baseada em pequenas propriedades era composta por colonos livres deslocadas ao Sul do Brasil; tinha entre seus objetivos, povoar e militarizar a região, além de desenvolver uma agricultura voltada ao abastecimento do mercado interno.
O Governo Imperial para incentivar os imigrantes a virem para estas terras faziam promessas de que receberiam cerca de 150 Morgen , com vacas, bois e cavalos; auxílio de um franco por pessoa no primeiro ano; isenção de impostos e serviços nos primeiros dez anos; liberação do serviço militar; nacionalização imediata e liberdade de culto. De todas essas promessas, somente a liberação de terras foram cumpridas, deixando os colonos à mercê da sorte.
Um dos primeiros navios a trazer imigrantes para o Rio Grande do Sul foi o Germânia, que partiu de Hamburgo em junho de 1824. Schäffer conseguiu recrutar 277 soldados para serem incorporados ao Corpo de Estrangeiros e 124 colonos para serem enviados para a colônia de São Leopoldo, que recebeu esse nome em homenagem à Imperatriz Leopoldina.
Em 25 de julho de 1824, com 39 imigrantes alemães instalados na então desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo, localizada à margem esquerda do Rio dos Sinos, dando início à Colônia de São Leopoldo.
A Provincia de São Pedro do Rio Grande do Sul era o destino dos imigrantes alemães no extremo sul do Brasil, em Porto Alegre, capital da Provincia.
Os colonos permaneceram em Porto Alegre por algumas semanas, sendo divididos em três grupos, levados em barcos pelo Rio dos Sinos até a aldeia Passo de Courita. O primeiro grupo partiu em 14 de maio, o outro em 22 de maio e o terceiro dois dias depois.
Quando chegaram a Aldeia Passo de Courita, os colonos foram transportados em carroças para a antiga Real Feitoria do Linho-Cânhamo, que fiavam para fabricar cordas e velas, que pela baixa produção encerrou suas atividades em 31 de março de 1824 e suas dependências foram usadas para abrigar os colonos alemães, que chegaram em 25 de maio de 1824. O acordo com o governo Imperial era lento para se obter as terras, animais e créditos. De 1824 a 1829 cerca de 3000 emigrantes alemães já estavam em Passo de Courita que cresceu rapidamente em próspera vila recebendo o nome de "Colônia Alemã de São Leopoldo" .
Os emigrantes posteriores aos primeiros colonos seguiram para as montanhas das Serras Gaúchas e em pouco tempo no Vale do Rio dos Sinos nasciam novos assentamentos como Novo Hamburgo. Bom Jardim, São José do Hortêncio, Picada do Café e Sapiranga.
A colonização alemã foi efetuada em terras baixas, seguindo o caminho dos rios. Na década de 1870, praticamente todas as terras baixas do interior do Rio Grande do Sul estavam sendo ocupadas pelos alemães, porém, as terras altas não atraíam os colonos, permanecendo desocupadas até a chegada dos italianos, em 1875.
(fotos de São Leopoldo e Porto Alegre,RS)






















domingo, 28 de abril de 2024

Em 28 de abril comemora-se a Travessia do Oceano Atlântico em 1927 de Gênova/Itália à Represa de Guarapiranga/SP-Brasil

 Uma data importante para a aviação mundial, mas que poucos conhecem, e tem lei para ensinar em escolas sobre esses momento histórico, mas...

28 de abril comemora-se a Travessia do Oceano Atlântico sem escalas com o Hidroavião Savoia Marchetti ou simplesmente JAHU, comandado por João Ribeiro de Barros.

Em 16 de outubro de 1926, o hidroavião Alcione, rebatizado de Jahú, começava oficialmente a travessia do Atlântico saindo da cidade de Sesto Calende, Lago Maggiore, em Gênova, na Itália, sobre o comando do piloto João Ribeiro de Barros com os tripulantes Arthur Cunha (co-piloto na primeira fase) sendo depois substituído pelo tenente da Esquadrilha da Aviação da Força Pública de São Paulo, João Negrão, Newton Braga (navegador), e Vasco Cinquini (mecânico).
(clicar nas imagens para ampliá-las)

Em 28 de abril de 1927, voando a uma velocidade de 190 km/h, o hidroavião Jahú, depois de 12 horas no ar e 2400 quilômetros de distância do Porto da Praia, em Cabo Verde amerissava em território brasileiro na baia de Santo Antônio, na ilha de Fernando de Noronha, concluindo assim a primeira travessia aérea do Atlântico sem apoio naval. De maio a agosto, o hidroavião Jahú continuou escalas em Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Santos e finalmente em Santo Amaro, na Represa de Guarapiranga, em São Paulo, em 1º de agosto.

terça-feira, 16 de abril de 2024

ÍNDICE: Escopo pela Represa de Guarapiranga, Bairro Capela do Socorro/SP

Escopo é o alvo que se pretende atingir e que é estabelecido como meta.  A nossa meta é a Represa de Guarapiranga, com seus mais de 30 quilômetros quadrados de área física que abastece boa parte da cidade de São Paulo com água potável.

Foi criada uma comissão e fomos um dos signatários pela luta de preservação do meio ambiente da Represa de Guarapiranga, pesquisamos e postamos muitas crônicas a respeito, que aqui colocamos os links.

Tivemos o prazer de colaborar com livros descrevendo o que representa a Represa de Guarapiranga e seus arrabaldes.

Quanto ao Monumento aos Aviadores, que é um marco historiográfico da represa, independendo o que tem sua representação, foi parte de uma árdua batalha por seu retorno à Capela do Socorro, por mais de 3 anos, até que em 2010, voltou para o Parque da Barragem.

Preservar e a obrigação de toda a população e cobrar benfeitorias para sua manutenção para as futuras gerações desfrutar de suas belezas, e não virar um esgoto de excrementos a céu aberto;

Veja um pouquinho disso nos links:

O ESGOTO NA REPRESA DE GUARAPIRANGA, ALERTA AOS PAULISTANOS: IMBRÓGLIO.

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2013/06/o-esgoto-na-represa-de-guarapiranga.html

Represa de Guarapiranga: ESCOPO

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2014/01/represa-de-guarapiranga-escopo.html

O ESGOTO NA REPRESA DE GUARAPIRANGA, ALERTA AOS PAULISTANOS: IMBRÓGLIO.

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2013/06/o-esgoto-na-represa-de-guarapiranga.html

PARQUES PÚBLICOS NA ORLA DA REPRESA GUARAPIRANGA

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2009/06/parques-publicos-na-orla-da-represa.html

RIO GRANDE DE JURUBATUBA, A “ILHA” DO BORORÉ E A REPRESA BILLINGS

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2011/02/rio-grande-de-jurubatuba-ilha-do-borore.html

Represa de Guarapiranga: construção da barragem na Capela do Socorro/SP-IMAGENS

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2021/10/represa-de-guarapiranga-construcao-da.html

RELEVÂNCIA HISTÓRICA DA REPRESA E DO MONUMENTO DE GUARAPIRANGA

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2010/07/relevancia-historica-da-represa-e-do.html

As terras de Herculano de Freitas na Vila de Santo Amaro, a Fazenda Caravellas e a Capela Santa EDWIGES na Riviera da Represa de Guarapiranga/SP

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2016/08/as-terras-de-herculano-de-freitas-na.html

Cidade Satélite de Interlagos, Avenida Washington Luís e o Aeroporto de Congonhas.

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2012/07/cidade-satelite-de-interlagos-avenida.html

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Por que a maioria dos descendentes dos imigrantes, não possuem os passaportes de seus antepassados?

 Documento de Identidade: Do Império a República a Falta de Identificação

Temos esse mesmo problema, com os Fatorellis, simplesmente esse documento "passaporte" sumiu.

Entramos em contato com governo e comunas italianas e procuramos junto as autoridades brasileiras de buscas e nada existe.

Uma vez em uma festa havia um senhor quase centenário, muito lúcido que nos deu uma informação que jamais havia pensado no fato:

Ele nos disse que os fazendeiros prendiam os passaportes por dívida de consumo nas fazendas! Fiquei pensando nisso e não há nada de historiadores que entram nesse tema, mas tinha sentido o que esse senhor tinha dito!

Meu bisavô chegou em 1891, sendo transportado com a família toda, pois o “maquinário eram os braços segurando o cabo da enxada”, para as fazendas de São Carlos, que na época estava como uma região da Comarca de Campinas.

Eles vieram da região de Vêneto e eram pobres, e a sobrevivência vinha das terras arrendadas de pessoas abastadas na Itália. Quando vieram para o Brasil “com a roupa do corpo” o Brasil estava nas mãos dos coronéis do poder, e nessa data era recente a liberdade de africanos e esses controladores da produção do café tinham medo de os imigrantes abandonarem as terras. Como os imigrantes precisavam alimentarem-se havia  uma “caderneta de consumo” que registrava as despesas de cada família  e os deixavam presos aos fazendeiros como garantia para que sua mão de obra (que era considerada posse) não fosse embora “retinham os passaportes” dos imigrantes. Quando os imigrantes se viram “escravizados” se revoltaram e muitos saíram das fazendas a pé mesmo e rumaram para a cidade de São Paulo a procura de outras fontes de sobrevivência e abandonaram os passaportes nas mãos dos fazendeiros, que por certo destruíram esses documentos.

Isso é um fato que parece estranho, mas o Brasil teve seu primeiro censo em 1872 e quase ninguém tinha um documento oficial e isso demorou muito para resolverem as identificações tendo apenas registros de nome e local de moradia! Com o tempo o imigrante de tempos em tempos tinha que se apresentar em uma junta policial que os registravam seu endereço, que geralmente mudava com frequência.

Em 1º de agosto de 1872, as paróquias do Império mandaram aos “fogos” (casas) formulários de papel que deveriam ser preenchidos pelos chefes de família, de maioria analfabeta que eram alfabetizados funcionais com somente “desenhos do nome”, e depois devolvidos às repartições. O Censo de 1872 acusou precisamente, 9.930.478 “almas”.

(clique nas imagens para ampliá-las)

Somente em 1938, do governo de Getúlio Vargas instituiu o Registro Nacional de Estrangeiros (RNE) mediante o Decreto Nº 3.010, de 20 de agosto de 1938 obrigava todos que não tivessem nacionalidade brasileiro a se registrarem nos órgãos federais. Quem tinha mais de 60 anos estava isento dessa obrigatoriedade.

 

 

VIDE:

https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/1o-censo-do-brasil-feito-ha-150-anos-contou-1-5-milhao-de-escravizados

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sábado, 6 de abril de 2024

O HOMEM DE BEM E O DE BENS

 (Você sabe como quem está falando?)

Qual é seu nome?
Zé!
E o seu?
Doutor José!
Qual sua atividade, Zé?
Trabalho com Uber!
E o Senhor Doutor?
Sou empresário!
Que carro é esse, Zé?
Renault!
E o seu Doutor?
Porsche!
Cuidado Zé!
Por que Doutor?
Com carros potentes!
Mas qual o problema Doutor?
Você atrapalha o trânsito...
...pode morrer a qualquer hora!!!

quarta-feira, 3 de abril de 2024

ÍNDICE: Cemitérios Paulistanos na história da Cidade e o da Vila de Santo Amaro (1856)

A relação que há na história está ligada a descoberta de detalhes na vida destas pessoas que jazem nos cemitérios.

Há muito tempo circulo nestes “campos santos” e destas buscas resultam textos de pesquisas, meu foco de importância, que disponibilizo no blog. Agora estou pesquisando um industrial do século passado que tem o sobrenome Upton, encontrado no Cemitério dos Protestantes, na região da Consolação, outro cemitério que me deu muito subsídio de pesquisa sobre os Matarazzos, penso que seja o túmulo que me causou mais impacto! Pena que muitos cemitérios foram vandalizados e furtados suas obras de bronze.

 

O Cemitério de Santo Amaro e Bento do Portão!

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2013/05/o-cemiterio-de-santo-amaro-e-bento-do.html

 

Benta Bernardina de Moraes e a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro/SP

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2019/08/benta-bernardina-de-moraes-e-santa-casa.html
(essa lápide foi difícil encontrar, pois o tumulo está muito deteriorado)

 

CASA DE DONA VERIDIANA E O TOMBAMENTO DO CONDEPHAAT

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2010/11/casa-de-dona-veridiana-e-o-tombamento.html

 

Santo Amaro e o Coronel Júlio Marcondes Salgado na Revolução de 32

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2015/08/santo-amaro-e-o-coronel-julio-marcondes.html

O Cemitério da Vila de Santo Amaro e as Ordens do Imperador: A MORTE FAZ PARTE DA VIDA!!!

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2019/02/o-cemiterio-da-vila-de-santo-amaro-e-as.html

segunda-feira, 1 de abril de 2024

UMA ESTÁTUA PARA DOM JOÃO E NAPOLEÃO, AMBOS A SALVAÇÃO DO BRASIL!!!

“VIVA NAPOLEÃO E DOM JOÃO”, ENREDO MERECEDORES DE UMA ESTÁTUA NO BRASILZÃO!!!

Hoje é o Dia da Mentira, primeiro de abril, há lugares que nem nesse dia pode-se mentir, mas no Brasil pode-se em todos os dias!
Fiquei pensando com meus dois neurônios, Tico e Teco o que seria do Brasil sem o Napoleão Bonaparte?
Havia uma música que tinha o título o “Samba do Criolo Doido”, que não tem nada a ver com discriminação de nada, e era uma sátira, confusão geral da história do Brasil, que acredito que o autor esqueceu de incluir Dom João 6º que ainda não era rei de Portugal, com sua mãe Maria 1ª a verdadeira rainha e o Napoleão Bonaparte que destruiu toda a estrutura absolutista da Europa, e ambos deveriam ser parte do enredo do samba! Quem sabe um dia irão colocá-los frente a frente em uma escola de samba.
Bem, mas isso é parte de outros tempos, outra realidade daqueles anos de 1807/1808 que o general francês, córsego, Napoleão, fez o Rei de Portugal arrumar às pressas a mala e fugir de Lisboa para o Brasil com sua comitiva administrativa de 15 mil pessoas, sendo escoltado por navios ingleses, aliás onde estava uma frota portuguesa nas colônias logo atrás vinha uma frota inglesa abocanhar o ‘tesouro” português...mas isso é outra história.
Napoleão e Junot, seu general, ficaram a “ver navios” (até hoje se usa a expressão, quando nada se consegue) com a frota saindo do Tejo e singrando para o Atlântico e fazendo do Brasil (1815) não mais Colônia, mas Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Imagina o Brasil “boca de sertão” onde só se conhecia o litoral com medo de se embrenhar nas matas e de repente recebe um montão de gente que não são aventureiros de Portugal, mas uma organização administrativa com até uma biblioteca com mais de 60 000 livros! Aqui nem livro tinha e “male-male” se sabia ler algo os assinar nome! (hoje "meiorou um bucadinho", mas não muito)!!!
Além disso houve algumas necessidades de momento a assim se incentivou criar indústrias para fabricar qualquer coisa de uso diário, criou-se portos aos amigos, mas também vieram alguns inimigos, onde tem dinheiro (do Reino) tem gente, criou-se escolas, enfim era necessário viver com o mínimo das condições que havia no Reino, o Brasil virou em pouco mais de 10 anos, o próprio Reino, sendo a única Colônia em que um rei europeu veio visitar, viver e conviver.
Enquanto isso na Europa todos os países e seus reis juntaram-se para derrotar Napoleão, que aconteceu em 1815, mas o Rei de Portugal e do Brasil também, acho que gostou de ficar por aqui e não queria ir embora, mas os políticos de Portugal montaram o regime de um parlamento mandar em Portugal e exigiram a volta do Rei Dom João 6º e foi o que ele teve que fazer em 1821, deixando toda a estrutura feita para seu filho Dom Pedro, fazer a Independência do Brasil!!!
E assim termina nosso samba...Viva Dom João, Viva Napoleão, onde ajudaram muito o Brasil “sendo que um português enganou um francês e ambos enganados pelo inglês que levou o lucro de ambo$...mas "ambos os dois” mereciam uma...
GRANDE ESTÁTUA DA LIBERDADE NO BRASIL!!!
JK QUE NEM TINHA NASCIDO, ENTROU NO SAMBA E ESQUECERAM-SE DE NAPOLEÃO E DOM JOÃO:
Foi em Diamantina onde nasceu J.K
Que a princesa Leopoldina a resolveu se casar
Mas Chica da Silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com Tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar